Férias

Não, não pense que o blog entrará de férias. Os meus blogs nunca irão entrar de férias, já que gosto de blogar. O texto de hoje é para comentar sobre o que está acontecendo comigo neste mês de abril. Como já disse no Twitter, desde o dia 1 estou oficialmente de férias. Depois de 4 anos trabalhando direto como programador, tenho enfim um descanso de sistemas comerciais, VB, acordar super-cedo e ficar o dia inteiro no serviço. E isso está sendo uma experiência bastante diferente da que eu normalmente tenho.

A primeira é você acordar e não saber o que fazer. Opções tenho de montão: ler meus zilhões de feeds que recebo diariamente, blogar, jogar videogame, estudar desenvolvimento de jogos ou, a pior, ficar vagando a esmo pela internet. Chat e Orkut eu passo longe, por achar isso uma quase perda de tempo (meu útimo scrap foi o meu anúncio da venda das minhas cartas de Magic prum amigo meu). Até mantenho minha conta por saber que um dia poderá ser útil, mas no momento, eu mal acesso o mesmo. Aí sobra as outras opções e com isso eu entro no efeito do sábado.

Explico: quando eu acordo no sábado, eu acordo animado e ligo o PC. Leio alguns feeds, blogo, leio mais feeds, blogo, no almoço eu fico assistindo alguma série de TV/ trailers de games e depois volto pros feeds e pras atividades normais de internet. Só que na parte da manhã você está super-animado, de tarde você perde um pouco a empolgação e de noite você está esgotado, querendo ir dormir/jogar/ ficar longe do PC. Aí isso está acontecendo comigo quase todos os dias das férias. Quando estou no serviço, eu só trabalho as coisas do trampo. Eu aguento ficar no PC em casa nos dias normais porquê eu mexo com coisas que me fazem relaxar e esquecer os problemas do serviço. Não fico em casa esquentando a cabeça com lógica de sistemas comerciais, relatórios, controle de estoque, notas fiscais. Talvez por eu ser um empregado eu consiga me desligar dos problemas do serviço tão facilmente quando estou fora dele. Quem é dono acaba levando os problemas da empresa pra casa. Talvez não seja o caso de você, mas como não sei sobre a vida dos outros, então…

Mas estou fugindo do assunto proposto do meu texto. Estava comentando sobre as minhas férias. E elas poderiam render um ótimo trabalho de antropologia/estudos sociais. A primeira coisa que acontece é você virar o office-boy da casa: Flausino, vá comprar pão na padaria. Flausino, vá no banco pagar a conta de luz que tá aqui. Flausino, arruma esse negócio aqui na sala, etc etc etc. Hoje mesmo comprei uma torneira pro tanque de lavar roupa daqui de casa numa loja de material de construção perto de casa (a antiga estava com defeito). Aí entra o outro fator surpreendente das férias: as ruas vazias da periferia no horário comercial.

Sério: eu ando por aí e só vejo o básico: crianças brincando na rua, idosos jogando baralho em mesas nas praças, donas de casa com sacolas cheias de comida e um ou outra pessoa normal, que eu poderia supor que ou está em horário de folga ou está desempregado. Eu me sinto um peixe fora dágua e penso: o que o povo deve pensar de mim também? Que eu sou um adolescente de 17 anos que estuda cedo e que não tem nada pra fazer de tarde, indo comprar pão na padaria. Ou que estou desempregado.

Já a aula de desenho eu troquei de horário e decidi ir de manhã neste mês. A gente acaba indo mais disposto e depois da aula dá pra emendar uma visita à banca de revista ou mesmo fazer um serviço de office-boy doméstico que comentei acima, como ir no banco. Melhor fazer uma viagem só e aproveitar o tempo, já que eu sei que quando as férias acabarem vou chegar e dizer: elas passaram rápido demais. Como tudo na vida. Pelo menos que a vida não fique na mesmice e sempre aconteça algo novo. Mesmo que ela seja difícil, se a vida fosse fácil não teria graça.

[Imagem via Blog ds Fabi]