Uma das regras máximas que muito profissional da área de desenvolvimento de jogos fala é que pra ser um bom desenvolvedor temos de jogar muito. Obviamente não é viciar nos games, mas jogar o suficiente pra conhecer diversos tipos de estilos de games, conhecendo novas mecânicas e novas maneiras de inovar em futuros projetos. Com isso temos duas alternativas interessantes: caçar games indie pra jogar no computador OU caçar games indie nas redes da Live (Xbox 360) e Playstation Network (Playstation 3 e PSP). No caso dessa última (mais conhecida como PSN) eu andei fuçando na mesma nos últimos dias e decidi postar algumas impressões sobre a mesma. Antes que vocês me xinguem, o foco do texto é sobre desenvolvimento, e não sobre games em si.
Com o advento das redes dos consoles, os mesmos ganharam as vantagens que apenas os computadores tinham: os desenvolvedores poderiam lançar patches para games, novos conteúdos (novas fases) e até mesmo algumas frescuras para fãs, como temas para os consoles e wallpapers. Os patches, pra quem não sabe, são arquivos de correção pra corrigir bugs e problemas de programação. Novos conteúdos podem ser desde roupas destraváveis até mesmo novas fases. Ou mesmo lançar trailers de jogos e demos. O Playstation 3 virou um segundo computador aqui na minha casa, onde dá pra fazer muita coisa. O ruim é que muitas desses funcionalidades são pagas.
Aí entra uma das vantagens da PSN para o desenvolvedor indie: poder lançar o seu jogo na rede e ganhar dinheiro com ele. Outra vantagem pro produtor é que tudo no Playstation 3 é impirateável: não existe destravamento pro console e ainda não vi nenhum tipo de técnica pra burlar a proteção dos games baixáveis na PSN. Talvez a única desvantagem pro produtor é que para cada game adquirido na rede o jogador pode compartilhar o mesmo com outros jogadores. Não preciso dizer que usei desse recurso e consegui alguns games completos esta semana com um amigo, o que me fez economizar uma grana (além disso ando sem dinheiro pra adquirir games na rede).
Outra vantagem é no que citei no início do post: jogar outros games. Como os games estão tendo sistema de troféus (parecido com as conquistas dos games do Xbox 360), eu ando sempre testando novos games pra saber se valem a pena comprar os mesmos na rede futuramente (e a maioria com troféus). Poder testar novos games está sendo uma experiência interessante: muitos deles são bem simples e isso faz você pensar: como que eu poderia inovar? Que tipo de jogo casual eu poderia fazer? Que tipos de mecânicas eu poderia usar? São coisas que todo desenvolvedor tem de saber, já que um dia pode ser um game nosso que pode ser lançado na PSN. Pela simplicidade que vi em alguns games (como o Zuma, todo 2D) são games que dá pra serem desenvolvidos por equipes pequenas, sem custos astronômicos. O criador do Braid deve ter ganhado uma grana muito boa com o seu game, que não é um game AAA e que levou só notas altas da crítica especializada.
Pra terminar, ainda não cheguei a ver nenhuma informação de como que eu poderia desenvolver pra PSN. Antigamente tinha a PhireEngine, mas depois do seu anúncio eu nunca mais vi nada sobre ela por aí na mídia. Quem sabe este ano com a Game Developers Conference a Sony libere alguma informação sobre isso. Hoje dá pra criar games no XNA e lançar depois na Xbox Live e a Sony ainda não mostrou a que veio nesse qusito. Cabe então esperar e copntinuar estudando desenvolvimento de jogos. E jogando também, claro!

Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!