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Análise em progresso: Elden Ring

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Elden Ring é o novo game da From Software e se tornou um dos melhores games da atualidade. O novo RPG da empresa japonesa (e distribuído pela Bandai Namco) está fazendo bastante sucesso tanto devido a campanha de marketing enorme da Bandai, além de toda a comunidade, que esperava ansiosamente pelo novo “souls-like”.

A From Software foi a criadora do gênero, com o Demon’s Souls (lançado no PlayStation 3) e depois os Dark Souls, que foram ganhando diversas versões em outras plataformas. A cada jogo da série (além do Sekiro e o Bloodborne, que tem pegadas similares) a fórmula ganhava melhorias até chegarmos ao Elden Ring.

Elden Ring é também um jogo feito em parceria com o autor George R.R. Martin, de Game of Thrones. Ele definiu as bases da história e a From Software criou um RPG com uma escala enorme. Mundo aberto, inúmeras possibilidades de gameplay e também temos a parte de multiplayer.

Depois de mais de 45 horas de jogo e dezenas de locais explorados optei por fazer um artigo de “review em progresso”, já que este é um jogo para mais de 60 horas. Para fazer tudo os jogadores podem passar de mais de 90 horas de duração, já que tem muita coisa pra explorar, eventos de NPCs, confrontos, áreas enormes, masmorras e até mesmo áreas secretas. Vi muita coisa do game e o jogo é um dos mais acessíveis para quem quer entrar no gênero.

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Elden Ring pega todos os melhores elementos dos RPGs da From Software em um RPG impressionante. O jogador é um Maculado que vai para as Terras Intermédias atrás do Anel Prístino, visitando diversas locações e seguindo o “rastro da Graça”, a magia da Térvore. A enorme árvore dourada (vista de praticamente qualquer ponto do mapa) é o principal destino do jogador, mas não é fácil chegar até lá, e olha que é possível visitar diversas áreas do jogo mesmo no começo, mostrando que o mundo aberto tem bastante liberdade.

E para explorar tudo terá a companhia do corcel espectral Torrente. Com enormes áreas abertas para explorar, o jogador poderá desde se teleportar nos pontos de graça ou cavalgar por aí com o cavalo, incluindo combates montados contra inimigos que estão rondando os locais (e até mesmo chefes opcionais que você acaba encontrando por aí).

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A questão da liberdade também está presente desde a escolha da classe inicial e de como você irá desenvolver o personagem. Claro que o jogador terá de ver bem como ele irá distribuir os atributos durante a progressão de níveis, mas o game adiciona mais elementos de jogabilidade, com as Cinzas da Guerra (que define movimentos especiais), escolha de armas, se quer usar espíritos que te ajudam nos confrontos (mas que não podem ser usados em todos os locais), magias/feitiços, etc. Às vezes você encontra uma arma maneira e acaba usando ela ou melhora ela, às vezes você tenta um estilo diferente. Há limitações nas “trocas de build”, mas o jogador pode tentar redistribuir os stats com um item especial raro de encontrar.

Já sobre o mundo aberto, temos aqui muita liberdade de progressão. Similar ao Demon’s Souls, o jogador não precisa seguir uma ordem específica pras localidades e vencer os principais chefes em alguma ordem. Claro que existem barreiras de progressão e requisitos para entrar em determinadas áreas, mas o jogador pode escolher tanto em tentar ir direto – com mais riscos, dependendo do quão evoluído está o personagem – ou explorar mais as localidades e melhorando o personagem no processo.

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E é na exploração que temos um dos pontos-chaves de Elden Ring. A From Software masterizou um estilo de jogo que preza a descoberta de segredos. Você pode estar cavalgando pelo mapa e topar sem querer com uma caverna com uma masmorra, inimigos poderosos e boas recompensas. Você pode optar por explorar agora ou, ao ver que está sendo meio difícil, retornar depois mais forte. Às vezes você pode usar o co-op para vencer determinados chefes, caso use um item que exibe os sinais dourados no chão. Ou você pode também explorar os arredores e tentando descobrir mais pontos no mapa, escapando de inimigos.

Só que, com tanta liberdade, fica mais fácil ficar um pouco perdido com tanta coisa pra fazer com o mundo aberto e disponível. O jogo até tem um sistema que você adiciona ícones no mapa para anotações, mas não fiquei muito de usar isso, tentando mais confiar na memória ou tentando avançar em alguma determinada área. Um detalhe que ajudaria nesse ponto é sinalizar no mapa quais masmorras o jogador completou de maneira automática.

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Também tem as Legacy Dungeons, que são masmorras/locais maiores e que são importantes na progressão. A primeira delas é o Castelo Tempesvéu, acessível após vencer o Margit. Aqui o jogador chega num local onde tem um NPC: ele te dá a opção de abrir o portão da frente e tentar avançar (mas com dezenas de inimigos esperando) ou você pode entrar na surdina pela lateral do castelo. A legacy dungeon (masmorra legado) traz aquele estilo característico de Dark Souls, com locais mais fechados e abertura de atalhos. Um local bem mais difícil.

Sobre a parte do multijogador eu não consegui explorar muito, talvez por conta de ter demorado pra progredir no game. Depois de 1 mês de lançamento a quantidade de jogadores cai e dependendo de como você optou por avançar no game, os sinais de co-op ficam escassos para as partes opcionais do game, mas ainda aparecem um ou outro.

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Outro elemento que foi adicionado em Elden Ring, mas que normalmente muitos não aprofundam, é no sistema de criação de itens. O jogador pode criar diversos itens durante a aventura coletando materiais pelo mundo. Um detalhe interessante desse sistema é que os reagentes podem ser coletados rapidamente pelo jogador, principalmente usando o Torrente, durante as cavalgadas por grandes áreas. Um item importante de criação é o de ver os sinais de invocação no chão, que ajuda bastante caso o jogador queira enfrentar chefes com a ajuda de mais jogadores ou mesmo explorar uma área mais fechada que ainda tenha um chefe que possa ser derrotado.

Da parte gráfica, inicialmente o jogo teve alguns problemas, principalmente no PC. Eu joguei no PS5 e tive acesso a versão de PS4, mas acabei optando por avançar mais na versão de PS5 mesmo por conta do visual melhor, mas teve diversos momentos com quedas de framerate. Essa parte foi melhorada com alguns updates, mas ainda persiste em diversos locais do game.

Na época do lançamento eu quase optei por jogar na versão de PS4 no PS5, por conta do framerate travado em 60 fps, mas acabei focado inicialmente na versão de PlayStation 5. Um detalhe curioso é que na versão de PS4 mostra informações na tela de loading (por ser um pouco mais demorada do que no PS5) e no PS5 apenas uma arte, por ter um tempo de carregamento mais rápido.

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Também podemos mencionar todo o aspecto social do game. Na época do lançamento o jogo estava quase sempre entre os assuntos mais comentados das redes sociais, com compartilhamento intenso de informações e relatos dos jogadores, já que o game, similar aos outros Souls-like da From Software, não entrega as coisas de maneira mastigada. O jogo, apesar de estar mais acessível em termos de enredo, com mais NPCs, sidequests, etc, o jogador pode ou ficar caçando guias ou tentando descobrir tudo por conta própria.

E descobrir tudo por conta própria é sempre bem interessante. Desde tentar encontrar uma rota alternativa pra chegar numa área, o elemento surpresa de novas áreas e etc. O co-op, apesar de reduzir um pouco a sensação de descoberta inicial, pode ser usado depois, para ajudar um aliado ou farmar arcos de runas e almas.

Para quem quer começar nos souls-like da From Software e/ou quer um game com bastante conteúdo e desafios, Elden Ring é altamente recomendado. Um dos melhores jogos deste “quase início” da geração atual de consoles (PS5, Xbox Series, além dos PCs) e é o melhor game criado pela From Software até o momento! O jogo está quase totalmente localizado para o português e a From Software lançou diversas atualizações de balanceamentos e melhorias. O custo-benefício é enorme e quem também curte o gênero e já jogou os outros games irá amar o Elden Ring.

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