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Análise: Fortnite

Sétima Temporada de Fortnite trouxe aviões para o jogo
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Gratuito, com uma quantidade imensa de recompensas e incentivos pra gastar dinheiro, Fortnite se tornou um dos maiores fenômenos dos games e um dos jogos mais jogados na atualidade. Com mais de 8 milhões de jogadores conectados simultaneamente, a Epic Games conseguiu criar uma mina de ouro ao concorrer com o Playerunknow’s Battlegrounds. Os 2 jogos mais famosos do novo gênero tem algumas diferenças: PUBG tem um apelo mais realista e parece que a Bluehole decidiu capitalizar sem se esforçar na época que o jogo era um gigante e acomodou quando ele estava no topo, no final de 2017. A Epic correu atrás, lançou o Battle Royale de maneira gratuita (e pra diversas plataformas) e foi fazendo o sistema de temporadas com itens cosméticos que se tornam permanentes depois. A PUBG Corporation tentou algo similar com o Sanhok, mas o jeito que eles fizeram, com boa parte dos itens funcionando de maneira temporária, acabou pegando mal para a comunidade.

O grande trunfo de Fortnite é do jogo ser aparentemente mais simples, mas ao mesmo tempo complexo por conta do seu sistema de “construção”, e isso pode fazer a diferença nos momentos finais das partidas. Joguei bastante algumas semanas atrás, cheguei a comprar o passe de batalha mais simples e até comprei também uma skin com mais “V-Bucks”, para alcançar o nível necessário para conseguir as recompensas que eu queria. Até que o jogo é divertido quando você pega as manhas e tem mais amigos pra jogar, mas se torna frustrante se você apenas se aventurar de maneira solitária em alguns modos de jogo.

Uma coisa é certa: gostei bem mais do Fortnite do que do PUBG, e o jogo da Epic Games é bem mais polido e sólido.

Ficha Técnica
ProduçãoEpic Games
DesenvolvimentoEpic Games
Lançamento25/07/2017
PlataformasPlayStation 4, PC, Xbox One, iOS, Android, Nintendo Switch
Classificação12 anos (Brasil)
GêneroTiro
DescriçãoModo de Battle Royale Online, onde os jogadores tem de sobreviver em um mapa enorme que fica cada vez menor, oferecendo confrontos viscerais.
OnlineSim.
IdiomasPortuguês (Legendas, Descrições e Nomes de itens/Menus).
Progressão para esta análiseEm torno de 25 horas e quase 50 níveis do passe de batalha da sexta temporada, completando metade de todos os desafios. Não joguei a sétima temporada e nem vivenciei as tretas com a espada “overpower” que chegou a ser desativada por algum tempo.
Fortnite - Imagem do jogo no PS4 - Console

O gênero de Battle Royale se popularizou com o “PUBG”, onde temos um mapa gigante e 100 pessoas caem nele, com o jogador escolhendo um ponto específico. O objetivo é sobreviver: quem ficar vivo até o final vence a partida, mas para deixar as coisas ainda mais insanas é usado um sistema de “tempestade”, que começa a cobrir o mapa, reduzindo a área segura e forçando os jogadores a se locomoverem até um local que será definido aleatoriamente, e depois se repete, reduzindo novamente a área. Isso impede as partidas de continuarem “para sempre” se alguém quisesse ficar escondido indefinidamente em algum canto obscuro do mapa (já que você sofre dano se estiver dentro da tempestade). Tanto o PUBG e o Fortnite usam o mesmo sistema, tem veículos (mas no Fortnite só tem as motocas que ajudam em locomoção, mas não servem pra atropelar alguém) e os sistemas de armas.

A maior vantagem de Fortnite é que, depois que você vai pegando os princípios básicos do jogo, ele consegue ser “mais acessível”. O seu estilo cartoon deixa o jogo mais fluído do que o PUBG e o sistema de loot/troca de equipamentos é mais simplificado. No PUBG tem diversas camadas de menus que considero que mais atrapalham que ajudam (além dos equipamentos, como coletes), e dependendo do andamento da partida, você pode ter um tempo pra processar o que é interessante de pegar e não enxerga o seu redor, o que não acontece tanto no Fortnite. Claro que joguei o game no PS4 e isso é mais simples com o Dual Shock, apenas trocando o equipamento se a sua mochila estiver cheia. Talvez o maior problema que encontrei é que nem sempre a jogabilidade responde quando você tenta pegar uma arma no chão e às vezes ela fica pra trás se você não prestar muita atenção. E para abrir os baús de loot durante as partidas você tem de mover bem a câmera pra aparecer o comando pra abrir, e isso acaba travando um pouco a fluidez das ações que você tomar.

Fortnite - Roupa da Chapéuzinha no jogo - Screenshot PS4

Quanto ao sistema de construção, é aquele negócio: se você dominar isso bem, terá mais vantagens nas partidas, mas se não conseguir, será complicado. Você tem diversas opções de objetos e pode construir uma fortaleza inteira em segundos, pra dificultar a vida do oponente, que terá de tentar destruir ou flanquear você pra te atingir. Rampas, paredes, armadilhas diversas (caso você tenha encontrado alguma em algum baú), você tem diversas opções, mas para quem estiver começando a jogar será um suplício conseguir se movimentar nos menus e escolher as opções. É fácil ficar perdido por conta de você escolher uma opção e talvez girar ele pra fazer uma rampa pra subir ou descer um morro ou tentar escapar de alguém. Mesmo uma parede pode não ser construida facilmente (caso esteja num terreno desnivelado) e é muito mais uma questão de costume e conhecimento do mapa, que você só adquire jogando continuamente.

O problema do sistema de construção é que, se você não o dominar (pelo menos pra defesa) acaba deixando o jogo frustrante, e isso é muito uma questão de sorte. Se você ver mais gente caindo em determinados locais no começo da partida, você pode optar por ir pra outro local próximo (caso ainda não tenha aterrissado completamente), ou arriscar a sorte tentando cumprir os objetivos do passe de batalha (por exemplo, matar alguém no Parque Agradável), chegando antes de alguém em um baú ou conseguindo alguma arma dentro de uma casa e eliminar alguém que não tenha te visto antes. Felizmente o jogo não tem tantos problemas de loading time e você consegue outra partida rapidamente caso você morra.

Fortnite - O círculo de foto e alguns buggys em cima de um caminhão

Agora o Fortnite fica bem mais interessante quando você tem mais amigos no jogo, deixando as partidas mais divertidas (podendo conversar pelo chat interno do jogo ou numa party) ou ir nos eventos paralelos/modos de jogo que aparecem de vez em quando. Além deles contarem pra você cumprir os objetivos do passe de batalha, alguns eventos tem ressurgimento, e vira um caos! No da discoteca (com 30 pessoas em cada grupo, em média) você toma uma pista de dança e pode depois eliminar membros da equipe rival, completando os objetivos com mais facilidade. Exemplo: causar dano com armas SMG na mesma partida, ou eliminar 3 jogadores com este tipo de arma.

Assim temos o sistema de recompensas que se tornou o maior trunfo financeiro da Epic Games: 100 níveis, cada um com recompensas cosméticas. Algumas recompensas você até consegue ao jogar normalmente sem pagar, mas o restante estará dentro do passe premium, que adiciona mais desafios, e assim você vai upando rapidamente as categorias. O bom é que você pode completar todos os objetivos das semanas anteriores dentro da temporada, mas quanto mais demorar, mais difícil será alcançar os níveis mais avançados sem que você precise gastar mais dinheiro. Todas as recompensas são cosméticas e não adicionam nenhuma vantagem competitiva, com emotes, telas de carregamento, roupas para os personagens, os mascotes que entraram na sexta temporada (como o cachorrinho que fica na sua mochila e está sempre alegre), etc.

Fortnite - Sistema de recompensas com o pet na mochila

O jogo tem muitas tarefas que vão upando o seu passe de batalha e destravam as recompensas, e que “incentivam” o jogador a fazer coisas loucas pelo mapa dependendo da temporada. Alguns exemplos da sexta temporada: Fazer manobras com a moto, coletar baús em pontos específicos, pousar em locais específicos, visitar 2 pontos pré-determinados, dançar embaixo de luzes de postes e os desafios básicos de eliminação com armas específicas, ficar entre os primeiros, etc. Completando 4 quesitos de cada semana rende um bocado de experiência, que ajudam a upar o passe de batalha e liberam mais “troféus”, que ajudam a liberar cada nível do passe (rendendo recompensas a cada nível).

Talvez o maior problema que o jogo tem (e isso pode se tornar um problema sério de ordem financeira para pais e mães que tenham os filhos que jogam com frequência) é na questão da loja interna de roupas/emotes. Eles vão lançando novas skins a todo o momento e por elas ficarem disponíveis temporariamente na loja (de vez em quando algumas voltam) o jogador pode ficar compelido a comprar aquela skin com medo dela “sumir para sempre” e não poder mais ser adquirida, e da loja sempre mostrar poucos itens, e nunca todas as skins possíveis de adquirir. Muitas skins sempre voltam pra loja pro jogador comprar, mas acredito que outras podem acaba ficando raras, e se o jogador não tiver um controle, ele vai gastar muita grana com roupas e outros itens cosméticos, e talvez ele nem vai perceber (e isso fica mais como dica pros pais, de não ter cartões de crédito cadastrados nas lojas digitais, como acontece na PSN, ou sempre pedir senha na hora da compra). Com skins que podem passar facilmente de R$ 50 cada, sair comprando as roupas podem gerar um rombo e uma conta extra no final do mês.

Mapa de Fortnite com as missões - 2018

Fortnite hoje tem um dos melhores battle royales existentes e o fato dele ser gratuito é interessante pro jogador dar uma olhada. Só que ele pode ser um trator e te jogar para baixo se você não tiver tantas habilidades de jogabilidade e construção, adicionando uma camada enorme de frustração. Pelo jogo ser gratuito acaba facilitando pro jogador dar uma olhada e testar sem compromisso, e aí caso ele goste ele pode comprar o passe de batalha. O problema é que destravar as recompensas cosméticas é insano e praticamente escraviza o jogador, que tem de jogar o jogo todos os dias pra cumprir as missões. Ou abrir a carteira e gastar uma boa grana nos níveis do passe de batalha.