Este é o primeiro Tomb Raider genuinamente na geração atual de consoles. Lançado para Playstation 3, Xbox 360 e PC, Tomb Raider Underworld segue a mesma linha dos antecessores Legend (que não joguei muito) e Anniversary (que cheguei a terminar no PS2). A série vem desde a geração PSX e no começo dos jogos 3D de PC, onde obteve sucesso mostrando uma personagem carismática (Lara Croft) explorando tumbas, no mesmo estilo do Indiana Jones. Em suma, um jogo de aventura, mais voltado para exploração e puzzles do que a ação propriamente dita. A Ação ocorre ocasionalmente no jogo, onde você enfrenta inimigos diversos que são encontrados esporadicamente nas fases, e em sua maioria são animais perdidos que vêem na Lara uma ameaça. Algumas vezes são humanos, mas estes são raros, onde o segundo jogo acaba tendo uma quantidade boa deles.
Underworld segue fielmente à fórmula de sucesso, onde a cada jogo é introduzido novas mecânicas da jogabilidade e os gráficos são refeitos pensando no poder atual dos consoles e PCs. De todos os Tomb Raiders, este é o segundo que tem um incentivo a mais pra se tentar coletar tudo possível, graças à adição dos troféus/conquistas que tem nos consoles atuais. No terceiro jogo coletar todos os segredos rendia uma fase extra, mas aqui isso não acontece. Na versão do PC e no Playstation 2 de Underworld não se tem isso, o que tira um pouco a vontade do jogador em percorrer novamente as fases atrás de algum tesouro que você deixou passar, além de existem diferenças brutais entre as versões do PS2 e PS3. Joguei mais no PS3, já que na locadora onde alugo tem o jogo. Assim, em alguns aluguéis eu consegui ir até o fim, conseguindo todos os troféus e platinando o mesmo.
A primeira coisa a se notar no jogo é o seu enredo: Lara começa em sua mansão, que está em chamas e quase desmoronando, e depois que ela chega num enorme salão os seus empregados começam a atirar nela. Depois a ação volta no tempo e ela está em cima de uma lancha, prestes a entrar numa caverna submersa atrás de um artefato do deus Thor. ela também tem de impedir que os artefatos caem nas mãos de Natla, vilão do primeiro jogo e que volta. Como não joguei o Legend eu desconheço como é o seu enredo, mas segundo o UOL Jogos o jogo é continuação direta do mesmo.
Graficamente o jogo está soberbo. Os cenários estão enormes e a modelagem da Lara e dos inimigos está muito bons. Com o poder atual dos consoles as texturas estão mais ricas e tem mais definição. Quando você entra na água e sai dela, a Lara fica com o aspecto molhado, como ocorre também com o Nathan em Uncharted, mas o melhor é ver que ela fica suja quando você vai percorrendo os cenários e interage com eles (com escaladas e etc).Você também pode, antes de cada fase, trocar de roupa, que influencia tanto a parte gráfica quanto na sua vida.
Já os cenários também ficou bom, com imperfeições e matas em alguns locais, deixando o jogo muito realista. Não tem a mesma beleza de um Uncharted, mas dá pro gasto. A parte de som é satisfatória, onde o jogo agora tem uma música de fundo bem tranquila e as vozes dos animais e das armas são eficientes.
A jogabilidade permaneceu a mesma coisa: precisa, mas que falha algumas vezes. A dificuldade de Tomb Raider Underworld se resume à exploração dos cenários, como num jogo de plataforma 3D. Você escala, nada, salta de uma plataforma pra outra, arrisca a vida em acrobacias diversas, com ganchos e cordas. Aqui você acaba ficando com raiva algumas vezes, quando o controle falha e você morre e tem de passar novamente por aquela parte. Neste jogo, como no anterior Anniversary, você pode salvar toda hora, mas no PS3 tem um save automático, que salva o último checkpoint. Em áreas mais difíceis é frustrante você ter de repassar várias plataformas de novo quando você erra e morre.
O jogo não tem um nível de dificuldade grande, e mesmo no Hard acaba sendo mais fácil que o Uncharted. A maioria dos inimigos é fácil matar e você tem o recurso de Headshot, um pouco difícil de executar, mas quando pega o jeito acaba sendo mais fácil derrotar os inimigos. A parte mais complicada é fazer alguns troféus/conquistas (como o Swan Dive) e coletar as relíquias, que exigem, às vezes, de usar detonados e dicas no Youtube. Os tesouros você vai coletando aos montes durante as fases, mas completar todos eles exige um pouco de dedicação.
Tomb Raider Underworld é um jogo bom, mas que não supera os primeiros jogos. A pouca variedade de fases sugere que o jogo seja mais curto, mas ele tem praticamente o mesmo tempo de duração que os antecessores (entre 15 e 20 horas). A parte gráfica é excelente, por estarmos falando de um game para PS3, Xbox 360 e PC. No PS2 joguei muito pouco e os gráficos acabam chegando perto do limite do console, mas ainda assim a conversão deixa bastante a desejar. Nos consoles atuais com os cenários enormes e bem feitos são um colírio para os olhos do jogador, mesmo não superando o primeiro Uncharted. É até covardia comparar o game da Sony com este da Eidos (recentemente comprada pela Square), já que o Uncharted acaba ganhando de lavada, mas os desenvolvedores fizeram um bom trabalho. Pros fãs é uma ótima oportunidade pra explorar novas localidades, por manter a mesma fórmula dos antecessores.
[Imagens via UOL Jogos, Gamespot e BoxArt via Gaming Today]
Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!