Análise – Uncharted 3: Drake’s Deception (Playstation 3)

É possível ficar com as expectativas tão elevadas para um game? Depois de tudo que passei jogando Uncharted 3 nesses 2 dias que levei para finalizar o mesmo, posso afirmar que sim. Do momento em que a música começa a tocar e o menu aparece, até o final da tela de créditos, Uncharted 3 é uma obra-prima.

Isso não é surpresa nenhuma se levarmos em consideração os outros dois games que antecedem a nova aventura de Nathan Drake.

Em Drake’s Fortune, fomos apresentados a uma aventura que até seu lançamento, nada de “diferente” era esperado, porém, o resultado foi que a Naughty Dog conseguiu criar um dos games mais memoráveis de todos os que haviam sido lançados no PS3 até então.

Tendo em vista o sucesso, era esperada uma continuação do game e isso veio cerca de dois anos depois com Among Thieves. Nele, a Naughty Dog fez o que era de se esperar, um modo multiplayer, outra grande história e com uma mecânica de jogo que foi bastante melhorada em comparação a seu antecessor e é justamente nisso que Uncharted 3 se baseia, outra grande história com uma mecânica revisada e melhorada.

A história de Uncharted 3 segue praticamente a mesma linha de seus antecessores. Um lugar de riqueza imensurável que precisa ser descoberto e nossos heróis precisam chegar lá antes que os “maus” cheguem. Os personagens continuam os mesmos, tendo Nathan Drake como protagonista e seu mentor, Victor “Sully” Sullivan como acompanhante e é claro, uma vilã com planos inescrupulosos tentando chegar ao mesmo local, porém com outros objetivos em mente. Até aí não tem nada de mais, um simples enredo digno no máximo de um “Domingo Maior”, porém, o que consagra Uncharted 3 como um dos melhores games do ano são suas reviravoltas e aquela sensação de que tudo pode mudar com apenas uma ação. Nesta aventura, Drake e Sully estão à procura de Ubar, também conhecida como a “Atlântida das Areias” e, seguindo as pistas de Sir Francis Drake, nossos aventureiros vão para vários lugares ao redor do mundo, entre eles, Londres, Síria e acima de tudo, o deserto de Rub Al’ Khali, com cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados.

Da briga de bar no início do game, até as conversas de Drake com a vilã Katherine Marlowe, eu pessoalmente sabia que o game seria bom, mas não tinha muita certeza do que iria encontrar durante minha jornada. No game, a produtora Naughty Dog deixa de lado as traições ocorridas nos outros Uncharted’s para se focar mais na amizade de “Nate” e “Sully”. Parece meio “parado”, mas apenas parece, pois com essa formula simples, a narrativa foi me levando a um ponto em que não queria mais largar o DualShock da mão, nem mesmo para almoçar ou ir ao banheiro.

A jogabilidade ainda segue no mesmo estilo dos outros games da franquia, o simples “Atire, avance, proteja-se, atire”, e é claro, escalar paredes… MUITAS paredes no maior estilo parkour. Com a melhora no estilo de combate corpo-a-corpo, foi possível uma maior interação com o cenário. Junto disso, também é possível ativar granadas no corpo do inimigo e pegar sua arma durante um combo, isso sem contar as brigas no avião, outras novas habilidades e, como não falar deles, os 101 tesouros (muito bem) escondidos por todos os cenários do game.

A campanha do Single-Player me consumiu cerca de 10 a 12 horas na frente da TV, isso sem contar os tesouros que, apesar de ter procurado pelos mesmos que nem louco, achei apenas 41 deles, porém, a diversão não acaba aqui. Quando se cansar da história, você pode tentar se aventurar no Multiplayer do game. Nele, a Naughty Dog manteve os mesmos estilos como Team Deathmatch, Capture the Flag, etc, mas agora temos o novo sistema de “Boosters” e “Kickbacks” que são como os “Perks” em Call of Duty, para deixar o estilo de jogo um pouco mais competitivo.

Sim, neste games também temos presença da dublagem em português do Brasil, porém, não espere uma dublagem digna de um filme, em certos momentos as vozes dos personagens parecem forçadas e acabam por não expressar a real emoção do momento. A dublagem chega a ser no máximo aceitável.

O único empecilho do jogo que fui capaz de notar foi a linearidade em alguns cenários, mas nada que possa atrapalhar sua jogatina, pois os mesmos foram bem trabalhados, estão mais bonitos do que nunca e podem acabar tirando sua atenção, como aconteceu comigo. Estava eu derrotando hordas de inimigos no vilarejo do deserto, quando paro para admirar as construções e antes que percebesse, estava morto e refazendo a mesma parte…

Comentários Finais: Tendo em vista tudo isto, Uncharted 3 pode ser considerado como uma obra-prima de industria de games, que, apesar de não apresentar uma revolução que vai mudar sua vida e maneira de encarar os games, vai conseguir deixar uma lembrança forte em quem jogar.

Cadê a nota?:  Ok pode parecer estranho, mas em meus reviews não irei colocar uma nota. Por quê? Bem, acho que cada um pode tirar suas conclusões quanto ao que achou do game e assim ainda é possível evitar aquele famoso “Não merecia essa nota” que acontece direto.