Flausino: Vamos agora ao segundo duplo-review aqui no Select Game. Para os duplo-reviews a gente pega games grandes e que pelo menos dois dos colaboradores atuais já jogaram. O primeiro foi o do Metal Gear Solid 4, e agora decidimos pegar o Uncharted: Drake’s Fortune, jogo criado pela Naughty Dog e exclusivo pra Playstation 3. Como sairá o segundo game em 13/10 (daqui a 10 dias), é interessante pra nós mostrar como é o primeiro jogo para entender como será o segundo. Afinal, a gente sempre acredita que nos próximos jogos de uma série a Sony e a Naughty Dog tragam evoluções técnicas e artísticas do jogo anterior.
Sérgio: Este é um game que me surpreendeu muito, quando comprei meu Playstation 3 sequer conhecia o título. Quando começou o Hype sobre o Uncharted 2, comecei olhar telas, vídeos, textos sobre a história do game comecei a me interessar a conhecer o primeiro game para poder jogar e entender. Consegui comprar usado, e comecei a jogar, e resultado: amor a primeira vista, um jogo excelente. O qual vamos passar as nossas opiniões abaixo.
Gráficos, sons e efeitos técnicos
Flausino: Qual é o estado da arte atual no quesito gráficos no Playstation 3? Alguns podem dizer que é o Killzone 2. Ou o Metal Gear Solid 4. Ou para os fãs de Assassins Creed seja o jogo protagonizado por Altair, por causa da ambientação e da quantidade enorme de pessoas que você pode esbarrar ao andar numa ruela. E isso sem nenhuma queda de framerate. Ou alguns podem dizer que é o primeiro Uncharted. É uma pergunta difícil de responder, já que cada game citado neste parágrafo tem alguma coisa que eleva os padrões da parte técnica que os produtores alcançaram num console de ponta. Essa é a busca eterna dos produtores grandes e médios (que são financiados pelos grandes), que ao invés de buscar o casual e o inovador dos games curtos/puzzle e se preocupam com o poder das engines e das texturas, mesmo que usem fórmulas já batidas em outros games.
Sérgio: Em relação aos gráficos, este game é maravilhoso, a primeira vista quando vi o Nathan Drake pensei no Max Steel, mas depois passa a impressão. O que rouba mesmo a cena são os cenários, simplesmente maravilhosos, as ilhas, o mar, as cavernas, os ambientes abertos e fechados são ótimos, e você tem que ficar atento a isso, pois o cenário é parte da jogabilidade do game.
Flausino: Como o Sérgio disse, o cenário faz parte da jogabilidade. Na verdade temos aqui a fórmula de Tomb Raider: exploração de tumbas, saltos de plataformas, caminhar por florestas, rios, ambientes históricos. A adição mais interessante em Uncharted são os inimigos humanos, em maior quantidade que na série protagonizada por Lara Croft. Nessa parte o game dá um show de realismo, onde o Nathan e os inimigos falam, gesticulam…e atiram! Nessa parte alguns dos cenários são destrutíveis o que força você a procurar outro lugar pra se esconder dos tiros. E por falar em tiros, ao assistir os making-ofs do jogo os produtores contam que trabalharam na interação dos tiros nos cenários (balançando as folhas) e na água, onde é jorrado para cima realisticamente quando a bala colide com a superfície.
Ah, a água: pense na água molhando parte da roupa do personagem e secando com o passar dos minutos. Uncharted está no topo do quesito “água mais bonita que já se viu nos games do Playstation 3”. Só vendo pra conseguir acreditar no realismo que eles colocaram, onde em duas fases você controla um jet ski e vê a água se movimentando. A segunda fase, onde você sobe um rio contra a correnteza, é a mais impressionante do jogo:
Os produtores comentaram nos making-ofs que queriam colocar a água em todos os lugares possíveis, então sempre tem um rio, cachoeira, locais alagados…veja mais um pouco da água no jogo:
É nessas horas que queria ter uma TV de LCD pra conseguir apreciar a qualidade gráfica em sua totalidade.
Sérgio: Em relação aos Efeitos Sonoros, o que posso dizer, trilha sonora imersiva, a música do menu eu acho maravilhosa, mas todo o resto a dublagem de Nathan é muito boa, não só dele como de todos os personagens, bem como dos efeitos de tiro. Por exemplo, se explodir uma granada perto de você, vai abafar os sons todos a sua volta, acho isso muito interessante.
Jogabilidade
Sérgio: Outro ponto para este game, como comentado acima, é uma mistura de Tomb Raider com tiro em terceira pessoa. Nathan pode pular, nadar, se agarrar e se mover por precipícios e construções, escalar, usar cordas para alcançar o que quer. Sem contar a parte de quebra-cabeças, que não beiram ao complexo, mas que fazem a gente pensar um pouco para poder resolver.
Flausino: Os movimentos são bem fluídos e a jogabilidade responde satisfatoriamente. Algumas vezes responde até melhor que em Tomb Raider Underworld. Só que aqui é o velho esquema: se cair ou errar, a possibilidade de morrer é grande. Só que o jogo se foca mais nos combates entre humanos e nesse quesito o Uncharted ganha de Tomb Raider, com sistema de coberturas para se proteger e o game ter mais vida. É muito melhor enfrentar gente do que animais comuns, como na série Tomb Raider, onde os inimigos humanos aparecem em apenas poucas fases.
Sérgio: Ainda na parte dos combates, a variedade de armas disponíveis é muito boa, apesar de podermos carregar apenas duas, e ainda podemos enfrentar os inimigos no mano a mano. Ou seja, tem de tudo um pouco. E pra juntar, ainda tem excelentes fases com veículos, como a do Jet-sky ou mesmo num Jipe.
História
Sérgio: Pra mim, o ponto alto e forte deste game, a história dele, Nathan Drake é um descendente de Sir Francis Drake, que por herança tem uma anel dele com coordenadas no mar que seriam de seu suposto caixão, mas é ai a parte interessante, quando ele recupera o caixão, não há um corpo ali e sim o diário de Francis Drake com o caminho para a lenda de El Dourado.
A partir daí, é uma aventura digna de Indiana Jones e Lara Croft em busca da descoberta do El Dourado, o que leva nosso herói, e seus amigos, até lugares exóticos e ter de enfrentar piratas, rivais nas buscas de tesouros, encontrar segredos e mistérios nazistas. Não vou contar mais para não estragar quem vai jogar, pois vale muito a pena.
Diversão e Imersão
Sérgio: A união de tudo isso, uma ótima história, uma excelente jogabilidade faz o que? O óbvio, que fiquemos loucos para jogar mais e mais, a história prende para você desvendar o caminho para o El Dourado, bem como as coisas que acontecem e todas as reviravoltas que a história dá. Aliada ao ótimo gameplay, o game te segura o tempo todo para ver o final dele, e mais, ele te dá o fator replay, pois quando você termina, você quer jogar de novo.
Flausino: apesar de ter jogado por apenas 3 dias (onde eu fiz um speed-run e joguei intensivamente até o fim), numa única locação, eu gostei particularmente do jogo. Ter algo em português com um ótimo sistema de jogabilidade e uma progressão da dificuldade e do enredo é uma ajuda enorme pra nos manter preso na aventura. Só discordo do Sérgio no quesito do fator replay, já que eu não tive muita vontade de zerar de novo. É claro que se eu fosse fazê-lo seria pelos troféus, que acabam ajudando a aumentar muito o tempo de vida útil do jogo. Agora, se o jogador quer um desafio maior ele pode tentar zerar no nível mais insano de dificuldade (Crushing), onde perícia e precisão podem ser a chave pra conseguir terminar novamente o game.
Finalizando
Sérgio: O defeito do game para mim é o quanto ele é curto, com umas 8 horas de jogo você chega ao final. Para aqueles que tem tempo de sobra e jogam sem prestar atenção na história e detalhes, acho que conseguem terminar em até menos tempo. Pra mim que só tenho tempo de jogar nos finais de semana, umas duas horas por dia, me rendeu um mês de jogo tranquilo, e pela boa história e jogabilidade, isso passa despercebido.
Flausino: Apesar de ser curto, o game vale a pena pra quem gosta de aventura e ação. Como o jogo tem localização pra português de Portugal, quem não tem tanto conhecimento em inglês pode setar no jogo essa opção e poder acompanhar o enredo melhor. O jogo também tem making-ofs pra quem gosta de saber como que foi desenvolvido. Graficamente é de cair o queixo e está entre atualmente entre os 5 melhores games que já joguei no Playstation 3. E isso não é pouco. A Sony e a Naughty Dog conseguiram criar um jogo excelente, abrindo caminho para a sua continuação que promete ser muito melhor.
Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!