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Análise – The Wolf Among Us Episódio 1: Faith

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The Wolf Among Us
Depois de The Walking Dead, é claro que a curiosidade pelo que a Telltale faria em seguida era bem alta. Apesar de estar na estrada há um bom tempo, foi apenas com o jogo dos zumbis que o estúdio teve realmente um grande reconhecimento, especialmente da crítica, e a questão era saber se o ritmo seria mantido em seu novo jogo, The Wolf Among Us. E já posso adiantar que, pelo menos neste primeiro episódio, não só conseguiram entregar uma história muito boa e evolvente, como também conseguiram passar longe do que foi The Walking Dead, não precisando repetir uma fórmula pra agradar o público do jogo anterior.
Aqui, zumbis são deixados de lado e entram em cena criaturas saídas dos contos de fadas. O jogo é baseado nos quadrinhos Fábulas (que eu não li, então desculpem qualquer canelada referente a isso) e tem como protagonista Bigby – O Lobo Mau. Neste mundo, as criaturas vindas do mundo das fábulas vivem em meio aos seres humanos disfarçadas com a magia Glamour, e aqueles que não conseguem pagar por isto tem que viver à parte da sociedade Na Fazenda. Bigby atua como xerife, tentando resolver as confusões entre as fábulas e evitando que elas se mostrem para os humanos.
Assim como outros jogos da Telltale, The Wolf Among Us também é dividido em cinco episódios que vão sendo lançados a cada um ou dois meses. No primeiro episódio, único disponível no momento em que escrevo, conhecemos um pouco desse mundo e já somos jogados na investigação de um assassinato que irá guiar a história. A narrativa é levada em um clima noir muito interessante e que combina muito com esse tipo de jogo. Ao longo do episódio você encontra diversos personagens saídos de contos que ouvimos quando criança, e ver sua “verdadeira” cara, ao invés daquela visão romantizada que conhecemos pelas animações da Disney é bem curioso. Não vou dar detalhes pra não estragar, mas a versão “real” da história da Chapeuzinho Vermelho contada aqui mostra bem como o tema foi bem explorado.
The Wolf Among Us
A atuação do protagonista como um detetive se encaixa muito bem com a jogabilidade point-and-click. Ao invés sair fuçando nos pertences alheios sem motivo algum que não seja resolver um puzzle, aqui há o objetivo claro de desvendar um mistério, encontrar uma pista que levará até um suspeito e por aí vai. Alguns personagens até ficam incomodados com o Bigby bisbilhotando, mas como uma figura de autoridade, ele pode se impor e continuar com a tarefa. Algo que foi muito bem executado é quando Bigby faz a conexão entre diferentes pistas. A câmera dá um corte para qualquer que seja a coisa relevante naquele momento, mostrando que o personagem entendeu a conexão e dando uma dica para o jogador, sem ter que esfregar na sua cara a solução.
Nas partes de mais ação, os controles também se comportam bem. Há uns dois ou três combates nesse primeiro episódio e a sensação é de que a luta vai fluindo, esteja você acertando ou errando os golpes. Os quick time events fora das lutas são poucos e se encaixam bem, sendo empregados basicamente em momentos de maior adrenalina, onde a reação rápida é importante (em contra-partida ao seu uso indiscriminado em tarefas mundanas, como em Heady Rain e Jurassic Park, só para “aumentar a interação do jogador”).
O jogo também brilha por seu visual. Apesar de tecnicamente ele não ser nada de outro mundo, o estilo gráfico se destaca bastante. Ele segue a mesma pegada do The Walking Dead, tentando emular o visual dos quadrinhos em um ambiente tridimensional. A diferença é que The Wolf Among Us é um jogo bem mais colorido, mais vivo, com o perdão do trocadilho. E os lugares parecem ter mais detalhes, mais coisinhas pra chamar atenção do jogador.
The Wolf Among Us


Enfim, não é difícil recomendar este primeiro episódio. Quem gostou de The Walking Dead meio que pode ir sem medo e mesmo que não gostou do jogo anterior vale a pena arriscar, já que o contexto em que este jogo se passa é diferente o suficiente para agradar quem não é muito fã de zumbi e coisas do tipo. Pra jogar no PC, é preciso investir nos cinco episódios de uma só vez, o que sai atualmente por R$45 no Steam. No PS3 e Xbox 360 também há a opção de comprar somente o primeiro separadamente, por $5 ou R$11. E nos consoles ainda está disponível uma demo, para os mais céticos.

8 comentários em “Análise – The Wolf Among Us Episódio 1: Faith”

  1. Ursinhomalvado

    Belo texto!
    Esta idéia de lançar jogos em episódios não acaba encarecendo para o jogador? O que você achou da relação preço/conteúdo?

    1. Diego Barboza

      Cara, o episódio é relativamente curto. Dura umas duas ou três horas. Mas acho que o preço é justo. No final você paga o equivalente a 25 dólares por algo entre 10 e 15 horas de jogo, o que acaba sendo mais barato do que muitos jogos AAA que tem a mesma duração e saem por $60. A única desvantagem, no caso do PC, é ter que comprar todos os episódios de uma vez só. Mas, por outro lado, conforme os novos vão saindo você já pode jogar imediatamente, sem ter que fazer novas compras.

  2. Eu comecei esse jogo com o pé atrás, por pensar que seria difícil eles entregarem algo tão bom quanto TWD e por nunca ter ouvido falar nessa HQ. Mas conforme o episódio ia avançando eu ia me interessando mais e mais no enredo, o pessoal da Telltale sabe contar uma história.
    Enfim, terminei o 1º episódio de uma vez, sem pausas e estou aguardando ansiosamente os próximos.

    1. Diego Barboza

      Te falar que minha experiência foi bem parecida. Até por isso que demorei pra jogar esse primeiro episódio, ficava enrolando pra comprar achando que não ia ser grandes coisas. Fui surpreendido pela qualidade.

  3. Jose Ricardo Junior

    Muito boa a análise Diego!
    Comentando um pouco em relação ao preço, é bem mais barato no PC do que nos consoles, mesmo comprando todos de uma vez. Pelo que vi, nos consoles você pagará, ao final, aproximadamente R$225.

      1. Jose Ricardo Junior

        Putz… Então me falaram errado. Me disseram que sairia mais caro que um jogo em mídia física..
        Com todo esse vocabulário de fábulas o texto em inglês está fácil de entender?

        1. Diego Barboza

          Tá tranquilo de pegar sim, como o jogo se passa em Nova York, eles falam inglês normal, nada rebuscado e tal. A única coisa é que alguns nomes de fábulas não são tão simples de pegar a princípio, já que nós conhecemos somente a tradução, mas nada que atrapalhe.

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