Ontem aconteceu uma coisa engraçada. Nosso amigo, leitor e participante ocasional do MMBB, Sr. Elias Rodrigues (a.k.a. Erod) veio com um papinho estranho pra cima de mim no Google Talk. Felizmente não era nada do que vossas mentes sujas estão pensando, mas era para testar uma conta da PSN que supostamente tinha acesso irrestrito ao demo de ninguém menos que God Of War 3 (o mesmo apresentado na E3 2009).
Segundos depois eu descobriria que outras 246,12×10³² pessoas no twitter também tinham conseguido esses dados de acesso, algumas até já baixando com sucesso.
O resto do dia virou uma maratona para chegar em casa o mais rápido possível e meter as mãos na sétima maravilha do mundo (já que o número 6, o Colossus de Rodes, foi obliterado por nosso amigo espartano logo no início do segundo episódio da série, fazendo-a subir uma posição no ranking).
Chegando em casa, PIMBA! Não é que a conta era de verdade? Baixei o demo. Minha impressões iniciais você vê logo após o break.
Conforme dito no título, não há dúvidas: God Of War III será um God Of War. Está tudo lá: o hack’n slash alucinante, o sangue, os inocentes correndo desesperados antes de serem mutilados pelo rolo compressor de Esparta.
A abertura começa do jeito clássico que já ficou a marca da série (sendo inclusive a boxart do jogo): metade do rosto de Kratus com feições de poucos amigos. A diferença aqui é que, enquanto nos dois primeiros jogos o rosto já era gancho sem cortes para uma animação, neste ele já é o personagem do jogo, numa declaração blasé do poder de processamento do Cell, como só a Sony sabe fazer.
O feeling é o mesmo do GOW1 e GOW2, inclusive com as limitações que foram trabalhadas para se tornarem parte do jogo, como a câmera de ângulo fixo. Depois de tanto tempo utilizando o analógico direito para mudar a câmera senti-me um pouco desconfortável com o ancestral uso do mesmo para esquiva. Mas foi por pouco tempo. Pois sem que o controle da câmera seja do jogador é possível fazer tomadas muito apropriadas, como quando Kratus sobe o corredor e a câmera quase toca nas costas dele de tanto que aproxima, para então exibir o próximo otário, digo, inimigo ao alto.
O primeiro grande combate é com o centauro da imagem que abre este post, junto com uma pequena horda de inimigos. Aqui vemos a primeira diferença deste episódio em relação aos anteriores (fora a resolução, gráficos, polígonos, etc.), justamente no centauro. “No” com sentido de “dentro”. Dentro do centauro. Quer dizer, dentro dele até vir pro lado de fora.
Sim, estou falando de tripas.
Este deve ser o que a Sony mencionou como “tecnologia Zipper”, com órgãos sendo expulsos do corpo, e tripas balançando e coisa e tal. Espero que você não esteja almoçando. Mas se estiver, quem diabos mandou ler um post sobre God Of War enquanto come? Caramba, tem doente pra tudo…
O fato é que o Zipper não me impressionou. É bem feito e tal, mas não acredito que seja nada que não pudesse ser feito com um pouco de scripting.
Em seguida, temos um combate com uma quimera, onde o uso de esquiva é essencial (apesar do demo dar uma pusta colher de chá ao jogador). De novo, um pouco de desmembramento aqui, um pouco ali, você arranca a cauda da quimera, você conhece o esquema. E, claro, mata com requintes de crueldade, Kratus-style. E derruba a carruagem de fogo (Vangelis, alguém?) que estava incomodando nosso alido titã, que a espreme como uma mosquinha. Sério, esses devem ter sido tempos bem difíceis. E hoje a gente acha triste quando alguém morre de velhice numa cama de hospital.
O titã então se levanta e anda pela fase, passando literalmente por cima de você. Por mais que empolgasse, eu ainda preferia estar pulando em cima dele, “going-Kratus-in-you-ass-bitch!” e matando coisas realmente grandes. Afinal de contas isso é God Of War:
– Olha o tamanho desse bicho!
– Tamo ferrado!
2 minutos depois…
– MEU DEEEEEEUS, OLHA O QUE EU FIZ!
– Santo Cristo, tenha piedade desse gigante. Faça ele ter uma morte ráp..
– CARAAAAAAAAAACAS, TÔ ARRANCANDO O OLHO DELE PELO NARIZ!!!!
Logo após, num corredor, mais uma demonstração de brutalidade gratuita do console: cerca de 30 inimigos avançam em cima de você, de uma só vez. Para azar deles.
Infelizmente a experiência do demo acabou neste ponto para mim, já que logo após estes eventos o poder inimaginável da testosterona de Kratus fez três linhas de transmissão de 750.000 volts a 1000km da minha casa explodirem, deixando metade do país nas trevas total.
Quando falaram que só haveria caos, a galera não tava de brincadeira.
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E agora a pouco eu voltei ao demo, finalizando-o. Uma ótima idéia, porque o melhor foi realmente deixado para o final.
Logo que você chega onde está Helios (o deus que estava na biga de fogo, enchendo o saco do titã), e o cara está acabadaço. Mas antes que você tenha a conversinha com o mesmo, uma horda de falanges se agrupa ao redor dele, na clássica formação ouriço. E chega um ciclope.
Como o ciclope não está muito afim de conversar, nada mais justo que encher ele de porrada para ensinar boas maneiras. Após alguns corretivos ele se mostra bastante prestativo, a ponto de dar uma carona para o Kratus, que sobe nas costas do menino. E descendo o sarrafo nos inimigos que invadem a tela, transformando a formação ouriço em algo mais parecido com a formação sopa-de-tomate-atropelada-por-caminhão-de-6-eixos-com-freio-de-mão-puxado.
Como em terra de cego quem tem um olho é rei, e rei só tem Kratus, o ciclope precisa de mais uma lição final. E assim nosso herói (!?) arranca o globo ocular do fulano, numa cena que dói nos olhos de quem vê. Especialmente quando ele parte justamente o nervinho que liga o olho ao crânio.
Agora à sós com Helios, Kratus senta ao lado dele e conversam. É quando Helios diz que o que Kratus está fazendo é errado, e começa a chorar. Aí Kratus coloca a cabeça dele no ombro, diz que sente muito por todo o incoveniente que causou e que vai levar os titãs de volta aos seus reinos, aproveitando para construir escolas no caminho de volta, ajudando velhinhas a atravessar a rua e deixando lições de moral no melhor estilo final de episódio de He-Man.
Se você acreditou em alguma coisa do parágrafo anterior, procure tratamento com urgência.
Sabe a parte em que eu disse que Kratus coloca a cabeça dele no ombro? É o mais perto da realidade, mas ele ARRANCA a porcaria da cabeça de Helios com ele VIVO e carrega ela NA MÃO para iluminar o caminho à frente.
Ficou claro? Helios está no chão. Ferido. Derrotado.
E AÍ KRATUS ARRANCA A PORRA DA CABEÇA DELE!!!
Desculpem o parágrafo anterior.
Então Kratus abre suas asas (devidamente “emprestadas” de Icarus no jogo passado) e sobe pelo túnel, dando fim ao demo.
[Update: Quimera, não Grifo. Valeu, Faccenda.]
[Update: Descrição do final do demo, que não tinha jogado antes devido ao blackout citado anteriormente.]