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BGS 2015 – Oculus Rift e Eve Valkyrie: Morrer na realidade virtual dói. E impacta

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Os segundos finais do meu teste do Oculus Rift na estande da NVIDIA me impactaram de uma maneira que não tinha visto até então nos videogames. Mas vamos chegar lá.

Na estande da NVIDIA da Brasil Game Show tem uma salinha fechada onde o público e imprensa podiam testar, durante 10 minutos, a versão final do Oculus Rift, hoje o principal visor de realidade virtual que será lançado no mercado em 2016. Eu poderia escolher 1 de 2 demonstrações: 1 de um tower defense de estratégia, ou o Eve Valkyrie, baseado no famoso MMO espacial, tendo combates espaciais.

Fui de Eve e percebi que tinha feito a escolha correta. A demonstração joga o jogador dentro de uma cabine de uma nave, pronta para entrar num campo de batalha espacial e enfrentar algumas naves inimigas. Você aos poucos consegue se habituar com a imersão proporcionada, movimentando a cabeça e vendo detalhes internos da cabine. Por estar rodando em um PC potente, os detalhes impressionam.

Agora durante o campo de batalha eu não percebi tanto a questão da movimentação da cabeça, por ter condicionado a jogabilidade como se fosse um “FPS de navinha enfrentando adversários”. Tentei acertar os oponentes com a metralhadora, e acabei não usando tanto os outros recursos da nave, como tentar acelerar para chegar mais próximo dos oponentes.

Eve Valkyrie - BlueHue Screen

Às vezes eu me pegava movendo a cabeça para os lados e olhando uma espécie de “planeta/satélite” ao fundo que lembrava um pouco a Estrela da Morte (da série Star Wars), mas nada não tão impactante do que eu estaria se tivesse jogando de maneira clássica. Obviamente, numa versão normal não conseguiria fazer isso (a menos que tivesse uma câmera do visor), mas como o jogo será exclusivo da realidade virtual (com lançamentos para o Rift e para o PlayStation VR/antigo Morpheus), então ele não estaria disponível para jogar de maneira clássica.

A demonstração foi indo, consegui abater alguns inimigos até acontecer uma explosão do nada. A partir daqui, minha concepção de imersão e realidade virtual mudaram.

Como seria a sensação de morrer nos videogames, mas uma “morte com imersão”? Você tem jogos que emocionam, você vê jogos top de acordo com o seu estilo de jogo e seu gosto. Mas um detalhe que veio na cabeça após testar o Valkyrie é que, nos videogames comuns, o “conceito de morte” é apenas o game over clássico e de ver o personagem morrer. Mesmo em jogos da série Souls, que exploram a morte como parte do game design (com o sistema de falhas, recompensa e superação) você simplesmente morre, mostra a mensagem na tela e volta pro checkpoint.

Mas com o Eve Valkyrie, eles exploraram de uma maneira até então inovadora, isso para quem não joga tantos jogos como gostaria.

Em um determinado momento do teste, ocorreu uma explosão e então percebi que o vidro da cabine estava quebrado. Então mexi a cabeça e fui olhando o interior da nave. Por apenas alguns segundos eu me percebi totalmente congelado, com o painel e o manche congelados. Laterais. Aí fui olhar para baixo e vi meus braços congelados.

Na minha mente, parece que eu morri junto com o jogo, tamanho o impacto que eu senti na hora, principalmente por perceber, na minha mente na hora, que os braços do personagem estavam praticamente na mesma posição que os meus braços reais. Por estar usando o joystick do Xbox One para controlar a nave, eles pensaram nesse detalhe com uma precisão impressionante.

Demorei pra perceber que a tela do jogo tinha mudado para o nome e o link do site oficial, mostrando que era o fim da demonstração. Eu, abobalhado, fiquei comentando com o atendente: “já acabou?” Aí percebi que já tinha acabado a sessão de teste.

Poderia comentar da parte técnica do aparelho, da dificuldade em colocar isso no rosto e de ter precisado de ajuda para fixar melhor, por conta de usar óculos de grau. O Rift ficou pressionando o fixador do nariz, e fiquei com receio de danificar os meus óculos, além de ficarem pressionando a parte de cima do nariz por conta do peso do aparelho. Talvez se eu usasse lentes de contato poderiam ajudar melhor, mas como não curto isso, teria problemas de usabilidade.

Poderia comentar dos combates impressionantes contra os inimigos, mas que, por mais que a parte visual seja impressionante, são combates que já foram abordados em jogos como o da série Ace Combat (mas não no espaço).

Mas os segundos finais impactaram mais do que o restante da demo. Uma morte virtual que dói.

Eve Valkyrie - Dogfight 2 - Screenshot

2 comentários em “BGS 2015 – Oculus Rift e Eve Valkyrie: Morrer na realidade virtual dói. E impacta”

  1. Chronos Decay

    Estou, em partes, animado com essa imersão. O problema é que, como tudo nos jogos, dependemos da criatividade da equipe de produção para conseguirmos uma grande imersão e isso, como sabemos, não vai ser fácil de conseguir. Outra coisa também é o suporte que os VRs irão receber. Não adianta pagarmos o preço de um vídeo-game pelo aparelho sendo que apenas, sei lá, 30 jogos sejam lançados para eles e, sei lá, apenas 5 valham realmente a pena…

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