Não é apenas o público gamer que compõe o gigante mercado de jogos no Brasil. O cenário de desenvolvimento também cresce a cada ano e representa parte importante do mercado. Segundo o 2º Censo da Indústria Brasileiro de Jogos Digitais, conduzido pelo Ministério da Cultura em 2018 com a participação da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), são mais de 375 empresas nacionais atuando no setor – um aumento de 182% em relação ao primeiro censo, realizado em 2014.
Apesar de algumas barreiras, como a dificuldade de promoção nacional e internacional, pouca competitividade com empresas estrangeiras e, principalmente, a falta de um programa público eficaz de incentivo à indústria, existem muitas empresas que caminham muito bem neste mercado. Separamos abaixo algumas das desenvolvedoras que mais se destacaram recentemente – embora existam muitos outros exemplos. Confira!
Wildlife Studios: um unicórnio brasileiro
Um dos enormes cases de sucesso recentes na indústria de desenvolvimento de jogos no país é a Wildlife Studios, situada em São Paulo. Fundada em 2011 com foco em desenvolvimento para dispositivos móveis, a empresa que já lançou títulos como Tennis Clash, Castle Crush, Zuuba e mais de 60 outros, está entre as dez maiores de seu segmento no mundo todo.
Recentemente, Wildlife recebeu um investimento de US$ 120 milhões do fundo de investimentos norte-americano Vulcan Capital, sendo avaliada em cerca de US$ 3 bilhões de dólares. Isso faz da empresa o único unicórnio (ou seja, startup com valor de mercado de pelo menos US$ 1 bilhão) brasileiro no setor de desenvolvimento de games. Atualmente, a Wildlife conta com mais de 800 colaboradores.
Betagames Group: produtora do “GTA brasileiro”
Para quem é do mundo dos games, o popular Grand Theft Auto (GTA), da Rockstar, dispensa apresentações. O que muitos não sabem é que existe um jogo muito similar em desenvolvimento – e ele é brasileiro: trata-se do 171, assinado pela Betagames Group. Ainda sem previsão de lançamento (a versão beta é esperada para 2021), o game deve chegar para todas as plataformas, incluindo o Xbox Series X e S na nova geração.
Atualmente comandada pelos desenvolvedores Diogo Moraes e Renato César, a Betagames também está situada na capital paulista e conta com uma equipe de sete pessoas. Apesar de estar focada na produção do “GTA brasileiro”, a empresa tem outro título lançado: é o Serious Game Minta se Puder, lançado em 2013, em que o jogador pode aprender a aperfeiçoar suas técnicas para a identificação das sete principais micro expressões humanas.
Caleta Gaming: sucesso nos jogos de azar
O mundo dos jogos de azar também cresce a cada dia no mundo, inclusive no Brasil – sobretudo com a expectativa de regularização do setor nos próximos anos. Isso abre espaço para desenvolvedores de jogos neste segmento. É o caso da Caleta Gaming, situada em Santa Catarina e que também conta com escritório no exterior. Fundada em 2013, a empresa atualmente é liderada pela CEO Fabíola Jaeger
Com um vasto portfólio para diversas plataformas, a Caleta se destaca no desenvolvimento de caça-níqueis virtuais, os chamados slots. Alguns deles contam com jackpots – termo dos cassinos para grandes prêmios progressivos -, o que permite ainda mais ganhos. A empresa já desenvolveu cerca de 68 jogos nos últimos sete anos, dos quais 56 já estão em funcionamento em sites do mundo todo.
Duaik: parceira do Xbox
Com seis anos de atuação no mercado, a Duaik é uma desenvolvedora independente situada em São Paulo com projetos tanto em PC e consoles quanto em mobile. Em 2015, a empresa recebeu das mãos de Phil Spencer, o “todo-poderoso” da Microsoft Gaming, o título de desenvolvedora brasileira Inaugural no Xbox One por meio do projeto ID@Xbox, idealizado para incentivar a produção de jogos independentes no mundo.
O game de maior sucesso da Duaik é Aritana and the Harpy’s Feather, uma aventura lançada em 2015 que traz elementos do folclore brasileiro, disponível tanto para PC quanto para Xbox One. O jogo ganhou uma sequência, Aritana and the Twin Masks. Ambos também são compatíveis com o Xbox Series X e S.
Pocket Trap: criadora do “frenético” Ninjin
Ainda no cenário de jogos indie, a paulista Pocket Trap é outra empresa que se destaca no cenário nacional de desenvolvimento de games, chegando a diversas plataformas. Fundada em 2013 por Henrique Caprino, Henrique Lorenzi e Rodrigo Zangelmi, a empresa já tem sete títulos lançados – incluindo seu “garoto propaganda”: Ninjin.
No game Ninjin: Clash of Carrots, o jogador controla o coelho que dá nome ao jogo (ou a raposa Akai) em um ritmo frenético contra diversos inimigos e armas na briga pro cenouras – ideal para quem gosta de jogos acelerados. Está disponível para PC, PS4, Xbox One e Nintendo Switch.