Todas as pessoas que de algum modo se relacionam com o mundo do gamedev sonham em um dia fazer parte de uma equipe desenvolvedora de games, porém em nosso país as coisas não são tão simples assim, e caminhar sozinhos nessa empreitada com certeza torna as coisas mais difíceis ainda.
Para se iniciar uma empresa de gamedev é necessário ter uma boa verba a ser empregada na locação do espaço físico, na aquisição dos equipamentos adequados e na contratação de mão-de-obra especializada, e convenhamos, isso não é para muitos. Além disso, é necessário investir em divulgação e distribuição, o que acaba tornando a coisa mais difícil ainda.
Foi pensando nessa dificuldade que me veio à cabeça a idéia de uma cooperativa voltada para o desenvolvimento de games – a Coopergames. Mas afinal de contas, o que vem a ser uma cooperativa?
Bom, basicamente uma cooperativa nada mais é que uma Instituição civil de direito privado, constituída por membros de determinado grupo social que objetivem atividades em benefício comum, difundindo os ideais em que se baseia no intuito de atingir o seu pleno desenvolvimento econômico e social.
No Brasil, o artigo 3º. da Lei 5.764/71 traz claramente o objetivo essencial da criação de uma Cooperativa, onde “celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetividade de lucro.” Isto significa que uma pessoa, para associar-se racionalmente a uma Cooperativa, deve partir da expectativa de que possa alcançar de FORMA ASSOCIATIVA a realização de seus objetivos em nível, no mínimo, igual ao que conseguiria individualmente.
No caso de gamedev, a diferença entre uma cooperativa e um grupo de desenvolvimento criado por fóruns especializados (como na Unidev, por exemplo) é que na cooperativa todo o processo tende a ser mais profissional e legal, mesmo por que uma cooperativa é uma EMPRESA onde a participação dos associados é o principal fator de eficiência empresarial nas Cooperativas. É em função dos associados que a Cooperativa existe, caso ela deixe de cumprir seu papel de representante de seus associados ela perde a razão de existir. Esta participação exige uma EDUCAÇÃO COOPERATIVA, voltada para a conscientização política e social, para a transparência na gestão e para a organização do quadro social.
O interessante na criação de uma cooperativa voltada ao desenvolvimento de games é que além de os custos de investimentos serem divididos por todos os membros da cooperativa, as funções de cada um passariam a contar com o apoio mútuo de todos os membros. Além disso, não haveria salários (o que torna a abertura da empresa inviável para quem quer começar do zero no ramo), mas haveria a divisão dos lucros obtidos com o resultado final do trabalho, com a venda dos games. Além disso, com uma cooperativa de gamedev seria mais fácil conseguir investimentos externos e parcerias com outras empresas ou distribuidoras.
Claro que a idéia de se criar uma cooperativa deve ser bem analisada antes de partirmos para a criação de uma. É preciso analisar os prós e os contras e refinar as idéias. Além disso, é importante também se certificar do comprometimento de cada membro para que a equipe não seja prejudicada.
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