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Crônicas de um Gamer Ranzinza – O melhor RPG que já joguei

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Acho que não é preciso muito mistério para perceber que eu estou falando de Final Fantasy VII, e também já aproveitando polêmicas anteriores, sim vamos ter alguns Spoilers daqui pra frente, e principalmente porque o jogo foi relançado recentemente no Steam, então se você ainda vai jogar e não quer estragar algumas surpresas deixe para ler esta crônica depois. Mas voltando ao assunto original, bem antes de eu me tornar o nerd profissional que eu sou hoje, escrevendo para blog de Games, ou participando ativamente do Conselho Jedi São Paulo, eu era uma mero nerd que lia muitos quadrinhos, assistia animes, jogava videogames e RPG de mesa, e tudo que estiver envolvido neste mundo nerd. Sempre havia jogado RPGs nos videogames, alguns me faziam mais felizes, outros não, mas o grande divisor de aguas foi o dia em que conheci Final Fantasy VII.

O jogo foi lançado em 1997 na América, mas eu só fui ter contato com ele no final de 1998. Na época ainda estava na faculdade e trabalhava em Ourinhos (SP), e na empresa tinha uma secretária, onde o filho tinha ganhado do pai dele um Playstation, e na época eu estava com um SNES, e ele ganhou também este jogo, mas não sabia jogar e não falava inglês, e eu tinha duas coisas que ele precisava, eu conhecia Final Fantasy e sabia ingles. Fui convidado então para ir a casa dele, ensinar a jogar o jogo. Pensei comigo mesmo, porque não…

Mas em uma época que a Internet era para poucos, eu fui imaginando encontrar os Final Fantasy que eu jogava no SNES, mas até aquele momento eu curtia Final Fantasy mas não era um fã de carteirinha, e já conhecia alguns jogos do Playstation 1, já tinha tido a oportunidade de brincar com um. E acho que foi esse o principal fator que acho que tenha me feito apaixonar pelo jogo, não esperava encontrar o que encontrei. Cheguei lá e já vi que o jogo tinha 3 discos, e quando eu vi aquela abertura, eu queria saborear cada momento, o dono do jogo queria correr e eu enrolava dizendo que era importante para o jogo, mas porque eu queria ver, e foi um caso de amor a primeira vista.

O mais engraçado que aquela experiência foi curta e momentânea, consegui ajudar o menino a entender o jogo, claro que sim, a mecânica de jogo e batalha era de um clássico Final Fantasy, então não tinha como errar, o detalhe é que o garoto não sabia ainda ler inglês, então a dificuldade de se enveredar no jogo estava ai. E eu não ia ficar enfiado na casa dele pra jogar essa pérola, por mais que quisesse.

O mais engraçado que só depois que eu vim trabalhar em São Paulo, nos idos de 2000, é que tive a chance de jogar essa cara novamente, pois logo que peguei meu primeiro salário por aqui, resolvi comprar um PSOne, e investi em alguns RPGs que gostava, e nessa época o jogo já era um clássico e dificil de achar, mas não demorou para eu conseguir o mesmo, e assim poder começar minha progressão. E o mais engraçado, eu evitava ler qualquer coisa a respeito do jogo, e poder jogar de mente limpa.

E quando eu comecei a jogar eu tive a certeza que este jogo era especial, e cheio de surpresas. Sério, nada havia me preparado para quando Sephiroth mata uma das principais personagens do jogo, Aerith, no momento em que ela tentava salvar o planeta. É um momento que traumatizou muitos jogadores – e até mesmo fez vários chorarem, inclusive eu aqui.

Eu sabia que ela ia morrer, já tinha descoberto que ia acontecer, e mesmo assim meus olhos se encheram de lágrimas. Então, de repente, eu percebi que tive um sentimento de perda por um personagem que não passa de uns polígonos. Um personagem de videogame. Como isso podia ser possível ?

E sabe porque é possível, é porque a cena é tão bem montada e editada, que passa credibilidade. Os desenvolvedores não fizeram o jogo dublado – a história e o vídeo do jogo já tomavam três discos – mas eles tornaram essa ausencia em vantagem, mostrando toda a cena como se fosse um cinema mudo. Mas a parte significante de tudo é que eu realmente me importava com a personagem. Depois de gastar mais de 30 horas ajudando ela a melhorar o level, a curar depois das batalhas e tentando melhorar os poderes dela para ela estar sempre no time, eu me afeiçoei ao personagem.

O que leva também a outra razão, Aerith, como a maioria do personagens de Final Fantasy VII, são mais do que uma soma de cenas e histórias dentro de um RPG. Eu gastei horas com a personagem, e mesmo ela não falando, a história me deixou perceber os sentimentos dela, os medos e pensamentos dela ecoando pela minha mente enquanto fazia o personagem evoluir batalha a batalha, eu gastei mais horas com esses personagens  do que com Luke Skywalker em Star Wars.

Eu percebi que o jogo dependia de mim, como jogador para fazer a mágica acontecer. E, apesar do fato que Aerith morre apenas no meio da história, ainda tem muito jogo pela frente depois disso, e você não fica sentindo a falta da personagem pela meia hora ou algum tempo depois de jogo, você sente falta da personagem até o final do jogo. Final Fantasy VII usa muito bem sua mídia — ele faz valer seu investimento de tempo e interesse no jogo — ele consegue capturar o que livros e filmes conseguem fazer, e fazer você  a morte de um personagem. É incrível, é brilhante, uma obra prima.

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E qual foi momento que eu percebi que minha vida tinha sido influenciada por este jogo? Foi quando eu estava assistindo os 30 minutos que vídeos que constituem o final de Final Fantasy VII — ou talvez o tempo que fiquei depois, parado ali apenas pensando no que eu tinha vivenciado ali — e essa história me tocou tão profundamente quanto Star Wars (e quem me conhece sabe o quanto isso tem influência em minha vida) e até mesmo Akira (que até aquele momento já dava pra contabilizar que eu tinha assistido ao Anime mais de 70 vezes e conhecia todas as falas).

E não vou parar aqui para falar todas as teorias que tenho sobre o enigmático e épico final de  Final Fantasy VII. Mas podemos discutir nos comentários se alguém estiver a fim de falar deste clássico.

Final Fantasy VII mudou minha vida. Me mostrou que o mundo “nerd” em que eu vivia era muito maior e mais artistico do que eu havia imaginado. E me transformou no apaixonado por jogos que sou hoje, a ponto de querer me tornar uma editor e escrever para blogs, onde ativamente hoje escrevo para o Select Game e para o Conselho Jedi São Paulo (falando de Star Wars, outra paixão minha). Este jogo não justifica apenas meu amor por esse mundo nerd em que vivo, ele me fez devotar parte da minha vida a esse mundo nerd.

Tudo por causa de um jogo, a morte de um personagem, e um momento único.

2 comentários em “Crônicas de um Gamer Ranzinza – O melhor RPG que já joguei”

  1. Eu lembro até hoje quando vi Legend of Zelda na casa do meu primo. A sensação daquilo era como magia, como se tivesse sido transportado p aquele mundo. Não esqueci daquela experiência. Parabéns por ter tido essa experiência.

  2. Eu ja havia jogado pelo menos uns 3 final fantasys anteriormente, mais nunca tinha sido um grande fã de rpg ate o momento que conheci FF7. Mudou minha vida e meu gosto pelos generos de rpg por completo. Hoje sou um apaixonado por jogos de rpg e afins, e posso dizer com certeza que foi graças a este classico.

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