Depois de ter saído das asas da Microsoft, a Bungie, criadora da série Halo, se uniu à Activision para a criação de um universo que promete ser vasto e com pelo menos 10 anos de jogos e conteúdo. Destiny foi lançado esta semana, trazendo muito hype e muito faturamento pra Activision, que inicialmente iria gastar 500 milhões de dólares de marketing e custos de desenvolvimento, e teve um retorno de 500 milhões, se tornando mais um fenômeno de vendas na indústria de games. Mas será que o Destiny corresponde as expectativas? E na velha geração? Por não ter ainda um PS4 eu fui de cara na versão PS3, e um pouco depois de ter feito a pré-venda na PSN Store americana a Bungie chegou a anunciar um update gratuito para a versão next-gen, isso se o jogador comprar a versão digital do jogo no PS3 ou na Live, podendo passar todo o seu progresso para os consoles next-gen (PS4 e Xbox One).
Mas e no PS3? Pode-se dizer que o jogo consegue rodar bem e não tive problemas aparentes, ainda mais depois de ter visto que o game salva o progresso do jogador nos servidores do jogo. Da parte técnica o game consegue fluir bem, sem quedas de framerates e com um visual razoável, mas ainda assim impressionante, por conta de termos mapas gigantescos e muitos inimigos na tela (mas certamente nas versões next-gen esta parte está mais madura).
A primeira coisa que notei é que o jogo está bem mais difícil e eles mudaram um pouco o sistema de mira, sendo mais difícil de mirar. Na versão beta era bem fácil de mirar, facilitando para o jogador que queria vida fácil no jogo, e agora a jogabilidade está mais “maleável” (por assim dizer), e está sendo fácil errar o tiro mesmo na mira manual. Com muitos inimigos ágeis e que desviam lateralmente então você vai gastar mais balas que o normal para atingir os inimigos de maneira satisfatória. Claro que tudo depende da ocasião, dos inimigos e da localidade, pois em locais mais abertos e com eles de longe, a chance de errar aumenta.
Já o gameplay consegue ser altamente sólido e o jogo está bem mais desafiador. Por estarmos na versão final e por ter tido uma prévia no beta, fiz em 3 horas o que demorei 6 horas anteriormente (no caso terminar o enredo normal na Terra) e na última fase dessa primeira parte da progressão eu optei por ir com 1 nível a mais, achando que o jogo ficaria mais fácil, como em um RPG normal, onde o jogador opta por “grindar” um trecho e teria batalhas fáceis posteriormente.
No caso do Destiny, estar com levels a mais não é garantia de facilidade.
Sim, não adiantou em nenhum momento ir “overlevel” em alguns trechos. O jogo ficou difícil do mesmo jeito, e nos trechos de combates mais intensos uma bobeira será fatal, pois os inimigos são implacáveis e alguns são altamente resistentes, dependendo da hierarquia de cada um (que vai de rebaixado, vândalo a cavaleiro, fora as Feiticeiras e outros inimigos mais poderosos e únicos). O jogo não tem pausa, e com isso você pode ser alvejado mesmo dentro dos menus. Os únicos locais seguros do jogo são na órbita e dentro da Torre, onde você pode fazer as suas análise e compras de armas e equipamentos. Aqui veio um detalhe bem interessante: o jogo se comporta como um MMO, e os vendedores se comportam como vendedores de verdade. Se você ver alguma arma maneira, mas você pode querer comprar depois, analise a compra e faça a compra. Não deixe pra depois, pois na próxima “virada de estoque” a arma pode não estar mais disponível. Cheguei a perder um fuzil de pulso maneiro quando eu estava dentro de um grupo de co-op por ter ficado “pensando demais”, se eu deveria comprar a arma ou não.
Sobre o co-op, é uma questão bem relativa. Primeiro que durante a exploração nas áreas abertas você vê outros jogadores explorando, e apenas durante os momentos de “reaparecimento restrito” o jogador “sai da área global”, ficando inacessível, e se você estiver sozinho você também passa pelo trecho sozinho, normalmente tendo combates intensos e sem checkpoints. Se você morrer, terá de recomeçar o trecho, tendo de passar novamente pelos mesmos inimigos com energia restaurada (até você ter outro checkpoint, normalmente após o tiroteio). Quando fiz um co-op com outro jogador estando com mais levels do que o normal, parece que o game escalonou um pouco o meu personagem, pra ficar próximo do seu companheiro de grupo. Já em outra ocasião (isso no modo Assalto) é que dependendo do grupo, se você for com um grupo poderoso, o jogo ficará relativamente mais fácil, isso em alguns chefes.
Agora, um detalhe também interessante são os eventos públicos. Mais raros, o evento normalmente acontece nas missões de patrulha, e já vi 2 até o momento na Terra: uma onde os inimigos inserem objetos no solo e com o guardião tentando decodificar informações, e o melhor deles: um combate de 5 minutos contra um “tanque-aranha” de 6 patas. Na primeira tentativa, por ter jogado na terça-feira, deve ter juntado pelo menos mais de vinte jogadores enfrentando o monstrego, num dos momentos mais épicos que já passei até aqui no jogo, obtendo a classificação ouro. Por ter pegado um “contrato” disso, então acabei saindo no lucro, iniciando a progressão no desafio extra e ganhando experiência e tendo a chance de ganhar mais alguns ítens extras.
Sobre os contratos, é outro fator que deixa o Destiny com longevidade infinita. Com desafios “teoricamente” simples, o jogador conversa com um simpático robozinho na Torre e pode cumprir os contratos, ganhando experiência e reputação da Vanguarda e no Crisol. Temos desde “cumprir 5 a 6 objetivos na patrulha” (no caso missões paralelas e aleatórias) até mesmo alguns mais hardcore, como matar 2 inimigos com o mesmo tiro do fuzil de pulso (tendo de fazer isso 20 vezes), matar 100 inimigos com tiros de precisão, ganhar 9 mil pontos de experiência sem morrer, entre outros. O multiplayer no Crisol também tem a sua parcela de contratos, baseado também em “dificuldade ” (em termos), como vencer 3 partidas no multi, jogar 5 partidas de controle, neutralizar 10 áreas, matar 15 guardiões com habilidade de “Super” ativada, matar 25 caçadores, entre outras tarefas, também ganhando reputação. A cada ciclo novos contratos são adicionados, sendo similares às “quests diárias” presente em outros jogos online, como o World of Warcraft e o Guild Wars 2.
Já o multiplayer a “Bandeira de Ferro” foi removido até o momento, tendo até o momento 4 modos de jogo: Controle (tendo de capturar 3 espaços e manter a área sob controle), Enfrentamento (mata-mata clássico de 6×6 jogadores); Briga (multiplayer de 3×3 jogadores em áreas pequenas) e Disputa (mata-mata mais tático, com 3 jogadores em cada time). Dos modos testados, o melhor acaba sendo o “Controle”, talvez por conta dele ter sido o principal modo do beta, e não cheguei a jogar muito os outros modos. Já o modo “Briga” teve uma situação curiosa, onde estava apenas eu e um outro jogador rival, fazendo um combate solo contra ele. Por não ser tão bom no multiplayer, acabei tomando uma surra dele na partida, e a partida acabou ficando bastante monótona. Acho que em matéria de multiplayer competitivo eu ainda prefiro o da série Killzone, por conta da carnificina que tinha bastante no segundo jogo da série, tendo 16 jogadores de cada time em cenários de tamanho médio, como a Academia Radec, hoje o meu mapa preferido de jogos de tiro em primeira pessoa.
Destiny é bastante promissor, e por não ter pressa em terminar, quero fazer o máximo de coisas nele, desde caçar os baús dourados atrás de ítens melhores, cumprir os contratos da torre e ir jogando aos poucos no enredo, tanto com co-op quanto sozinho. Acredito que o jogo tem conteúdo inicial pra pelo menos umas 50 horas, e platinar o jogo também promete ser bem hard. Com 2 novas expansões a caminho, e quem sabe novos conteúdos extras, a Bungie e a Activision tem um jogo altamente rentável nas mãos. Um FPS com componentes online, tendo elementos de RPG, evolução de níveis e sci-fi.
Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!