Pular para o conteúdo
Início » Artigos » Diário Java 01 – Recomeçando a estudar

Diário Java 01 – Recomeçando a estudar

Google News

Algum tempo atrás eu tentei começar a estudar o C++ voltado para gamedev, mas o tempo foi passando e acabei desanimando. Recentemente, alguns acontecimentos atuais de característica pessoal me fizeram voltar ao Java e desta vez será pra valer. O problema maior que encontro agora é o foco dentro do próprio Java.
Bom, em cidades do interior é raro você encontrar empresas que só trabalham com o Java. A maioria usa Visual Basic e/ou Delphi, duas ferramentas conhecidas e fáceis, mas que hoje não estão tendo tantas atualizações e novidades quanto as linguagens Java e C# (e as IDEs). Além disso, a maioria das empresas médias e grandes estão atrás de profissionais destas linguagens, o que torna boas as oportunidades de trabalho com salários maiores do que no interior (entre 3 e 5 mil reais por mês), onde a área é muito ruim. Hoje convivo com salários baixos, baixíssima expectativa de crescimento, ferramentas ultrapassadas (definitivamente o VB 6 é muito ruim. E posso dizer com segurança, já que mexo com ela há 1 ano e alguns meses. Java e C# são muito superiores em muitos aspectos), clientes enchendo o saco todo dia, enfim, o cotidiano de uma empresa de manutenção de sistemas comerciais.
Aí entra a questão do foco. Hoje Java é muito usado em ambiente web, que é bem mais gostoso de se trabalhar do que em desktop. Além disso ferramentas como o Eclipse fazem o programador acabar gostando um pouco mais de programar. Essa semana, ao testar uma das novas versões (Ganymede) fui fazer uma refatoração para trocar o nome de uma variável e aí o nome dela ficou em destaque. Fui digitando e o software já foi alterando EM TEMPO REAL todas as chamadas daquela variável no código. Eu fiquei de queixo caído!
OK, eu ainda não vi todas as funcionalidades da ferramenta, mas tendo algo assim para usar no ambiente de trabalho deixam as coisas mais fáceis. Acho que gostei mais do Java por causa do Eclipse, já que se eu programasse apenas num bloco de notas ou num editor simples como o Visual Basic 6 com poucos recursos de edição de códigos (identação automática, mostrar a documentação daquela variável quando você move o mouse em cima da palavra, geração automática de geters e setters, refatoração quando você precisar renomear alguma coisa, etc etc etc) eu não teria aprendido a gostar tanto desta linguagem.
Voltando ao foco, tenho várias possibilidades dentro da área. Em sistemas comuns, temos web, desktop (que é mais raro), Java corporativo (J2EE com servidores de aplicação) e mobile (celulares). De qualquer jeito, independente da área, você terá de passar pela parte básica do Java, que são aprender a estrutura lógica (ifs, for, importação de recursos), banco de dados (recomendo o Hibernate), relatórios e recursos adicionais que podem fazer muita diferença, como ArrayLists. O resto você vai acabar aprendendo com o tempo, já que numa linguagem, parte dela acaba sendo fixada na sua mente com o passar do tempo. E ainda tem todas as funcionalidades novas que sempre surgem no mercado para auxiliar o programador nas tarefas do cotidiano.
No meu caso, ando pensando seriamente em me focar em mobile e desktop 3D, usando uma engine como a jMonkeyEngine. Mobile pode ser bom para conseguir emprego na área (há empresas em São Paulo que trabalham com desenvolvimento de jogos) e na parte 3D iria fazer mais pra treinar character e level design, onde iria tentar fazer alguns protótipos com portfólio (além de estudar modelagem 3D no processo!). De qualquer jeito vou postando aqui os meus estudos (os voltados para gamedev) e quem sabe desses estudos possam surgir outros artigos relacionados, para ajudar os programadores que gostam de Java e pretendem seguir na área de desenvolvimento de games! Diferente de sistemas comerciais, em games a área é mais divertida de trabalhar e sempre terá projetos novos a fazer, diferente dos sistemas comerciais básicos onde você tem de ficar dando manutenção eternamente.
[Imagem via Technology That Works]

7 comentários em “Diário Java 01 – Recomeçando a estudar”

  1. Você se esqueceu somente que VB faz parte da plataforma .Net, sendo uma das linguagens mais utilizadas da mesma (e não perde tanto pra C# em numero de programadores não).
    É a segunda linguagem que a MS foca mais e vem sendo atualizada com os mesmos recursos que todas as linguagens .Net (incluindo C#)…
    Sua reclamação se baseia mais no fato de estar utilizando uma versão extremamente antiga da ferramenta. Creio eu que ela tenha sido lançada há mais de 10 anos, o que é suficiente para afirmar que é obsoleto.
    Quanto a Java, Hibernate é bom quando desempenho não é crucial, ela sofre dos mesmos problemas que todas as outras linguagens e existem sistemas com frameworks obsoletos da mesma forma que com VB.

    1. Na verdade eu não esqueci. Eu apenas deixei de citar isso (ok, foi ruim da minha parte), mas se um programador for pra .Net, só recomendo o C#. Não recomendo VB e nem ASP.net. Pra web só recomendo PHP ou Java, usando JSP, Servlets e etc.

  2. Eu tb não sou muito adepto de VB, mas é fato que ele vem dividindo o mercado com C# e a Microsoft trata as duas como as principais da plataforma.
    Nunca fui fã de Asp.net também, mas com o lançamento do Asp.net MVC eu passei a olhar com outros olhos… Não trabalhei com ele ainda, mas parece estar muito bom.

  3. Posso apostar que na cidade dele, se ainda usam Delphi, o VB que ele se refere é o 6. Que não é .Net, e está na lista das piores linguagens de programação que eu já vi.
    Agora, desculpe a franquesa, mas esse post não deveria estar no seu outro blog? Aqui fala mais das suas aspirações pessoais do que gamedev em si.
    Em se falando de GameDev, procure dar uma olhada no JavaME. A tecnologia 3D para java é legal para jogos indie, mas está longe de ser usada na indústria de jogos de verdade. Até porque, Java não é suportado pela grande maioria dos consoles.
    Claro, vale a pena aprende-la caso você queira um contato inicial com a área, ou se você quiser fazer se jogo só por diversão mesmo. Mas se sua aspiração é um dia ocupar uma vaga de programador numa indústria de games 3D, talvez vencer um pouco a resistência e voltar ao velho (e difícil) C++ seja uma boa escolha.

    1. "Posso apostar que na cidade dele, se ainda usam Delphi, o VB que ele se refere é o 6. Que não é .Net, e está na lista das piores linguagens de programação que eu já vi."
      Exatamente.
      "Agora, desculpe a franquesa, mas esse post não deveria estar no seu outro blog? Aqui fala mais das suas aspirações pessoais do que gamedev em si."
      Então. Isso é uma dúvida que eu tenho: eu poderia publicar aqui o meu andamento com os estudos em programação? Ou me focar apenas em artigos técnicos?
      "Em se falando de GameDev, procure dar uma olhada no JavaME. A tecnologia 3D para java é legal para jogos indie, mas está longe de ser usada na indústria de jogos de verdade."
      Tava pensando em usar essa mesmo, mas tudo vai depender de algumas coisas. Ando querendo me focar apenas em design, já que, apesar de prorgamação ser mais fácil, meu gosto vai mais pra desenho e planejamento e ficar realmente bom em C++ vai levar muito tempo e posso nem estudar direito a linguagem.
      Até o final do ano eu vou decidir definitivamente a área e focar só nela.

    2. "Posso apostar que na cidade dele, se ainda usam Delphi, o VB que ele se refere é o 6. Que não é .Net, e está na lista das piores linguagens de programação que eu já vi."
      Exatamente.
      "Agora, desculpe a franquesa, mas esse post não deveria estar no seu outro blog? Aqui fala mais das suas aspirações pessoais do que gamedev em si."
      Então. Isso é uma dúvida que eu tenho: eu poderia publicar aqui o meu andamento com os estudos em programação? Ou me focar apenas em artigos técnicos?
      "Em se falando de GameDev, procure dar uma olhada no JavaME. A tecnologia 3D para java é legal para jogos indie, mas está longe de ser usada na indústria de jogos de verdade."
      Tava pensando em usar essa mesmo, mas tudo vai depender de algumas coisas. Ando querendo me focar apenas em design, já que, apesar de programação ser mais fácil, meu gosto vai mais pra desenho e planejamento e ficar realmente bom em C++ vai levar muito tempo e posso nem estudar direito a linguagem.
      Até o final do ano eu vou decidir definitivamente a área e focar só nela.

  4. Programando em Java no eclipse chega a ser o nirvana, o código parece que surge do nada de suas mãos, quando menos espera já digitou tanto código quanto de sistemas de alto nível, e quando aprende a usar abstract class, interfaces e protecteds ai que a coisa vira o céu mesmo.
    E usando eclipse com C++ também acaba se sentindo no nirvana, principalmente quando usa com Qt.

Não é possível comentar.