Quando o Pablo Miwazawa comentou no post dele sobre a EGW, desde então vi por aí críticas a favor e contra a publicação. Ela será a substituta da EGM Brasil, o que faz com que a pressão em cima dos editores responsáveis seja muito maior do que o costume. A maior novidade, depois da troca de nome (que a maioria não deve ter gostado) é na questão de entrar o Entretenimento. OK, games é entretenimento, mas a gente acaba separando os games do próprio entretenimento, que inclue música, cinema, mercado de filmes, etc
Pelo que eu li, eles planejam colocar 80% de games e 20% de entretenimento, o que faz com que a revista não tenha muitas mudanças. Mas os 20% acabaram sendo o chamariz das críticas: eu mesmo gosto de entretenimento mas não consumo revistas relacionadas. Hoje o entretenimento está na internet: trailers de filmes surgem a todo momento, notícias do cinema, de música, etc. Eu acompanho muitos sites como o Judão, Ambrosia, Omelete, e outros, e eles cumprem muito bem o seu papel de trazer entretenimento (e incluem games). Mas numa revista eu fujo: hoje só consumo revistas de games (nem todas) e a Superinteressante. Eu acabei torcendo o nariz porquê esse é um tipo de conteúdo que eu não busco tanto quanto games: quando eu comecei a comprar a EGM pra valer, era por causa de suas reportagens especiais, grandes, sobre games. Matérias que a gente não vê com tanta frequência em blogs, por causa do investimento proposto: muitos blogueiros (a gente, inclusive) não tem muita grana pra ir em eventos fora do país, ou de ficar por conta o dia inteiro publicando e produzindo conteúdo. O mercado de publicidade de games nos blogs não é tão alto pra tentar usar o dinheiro e investir numa viagem. Ano passado eu fui no XNA Gamefest porquê era barato e por ser num final de semana, o que facilita ir e cobrir um evento de médio porte e que não gastemos fortunas pra ir lá e ver alguma coisa.
Em revistas é diferente. É uma editora por trás, que investe em viagens pra depois trazer um conteúdo diferenciado. Conteúdo que eu procuro nas revistas. Se tivesse uma revista apenas de reviews, eu não recomendaria comprar, já que reviews a gente vê aos montes nos sites nacionais e internacionais (e alguns deles como o IGN e o Gametrailers, em formato de vídeo, muito melhor do que o escrito). O povo quer algo diferente, algo mais elaborado. Algo mais difícil de conseguir por vias normais. E as revistas, a meu ver, servem justamente pra isso: trazer o diferencial pra não ser uma repetição da internet. Isso nos dias atuais.
Então é um pouco complicado pensar no que terá essa revista. Por natureza eu sou bastante invocado e falo o que eu penso: eu critico sem dó um produto quando o mesmo não é muito bom. É o meu papel aqui no blog, pros leitores poderem analisar melhor e, talvez, fugir de um produto que possa ser de má qualidade. Nos games é assim: é o nosso dinheiro envolvido. Dinheiro que a gente rala pra conseguir. Numa revista é quase a mesma coisa, mas é um produto que a gente vai ler e quem sabe guardar pra consultar depois, caso seja necessário. Como o André Forastieri já disse em sua entrevista:
Revista custa muito mais para fazer, mas a receita é muito maior. E de fato dá uma credibilidade muito diferente. Porque passa pelo crivo dos leitores, que estão tirando dinheiro do bolso todo mês para comprar a revista, “votando com a carteira”.
Votando com a carteira. É o nosso dinheiro. è um gasto que nem todo mundo pode se dar o direito de gastar. Apesar de ser 10 reais, nem todo mundo tem condições de pagar uma revista. Muitos preferem gastar com a internet do que numa publicação periódica.
A revista ainda não chegou aqui, o que faz com que eu não faça uma análise prévia baseada no achismo. Se a revista for boa, blz, posso comentar aqui o que eu achei. Se for ruim, aí sim eu posso criticar, mas criticar com alguma base. É complicado chegar e postar que “ah, não gostei do novo foco”, mas como a maioria não deve ter lido, é basear a sua opinião no achismo. Se a revista for ruim, blz, não precisarei comprar mais. Se for boa, posso dar o meu voto de confiança e ver se eles não vão deixar a qualidade cair. E com a Edge no mercado e vindo um pouco depois, com certeza eles irão querer fazer algo melhor pra conseguir ficar na frente. A guerra das revistas nacionais está pra se iniciar e vamos ver quem que ficará na frente. E no final das contas quem irá ganhar será o consumidor, com produtos de qualidade em mãos.
Por fim, espero que eles arrumem o RSS do site deles. Senão, fica difícil acompanhar o site e quem sabe comentar aqui as notícias do mesmo. E não gostei de ter continuado a numeração da EGM. Poderia ter começado de novo, na edição 1, mas enfim, o jeito é esperar a revista chegar, o que deve acontecer na quarta-feira ou na sexta aqui.