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Empresas de streaming impulsionam indústria cinematográfica e ajudam a frear recessão do setor

Teclado Imagem
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A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus afetou diversos setores econômicos. Um dos setores mais afetados pelas medidas de isolamento social foram áreas relacionadas com as atividades culturais, como a produção audiovisual, o cinema, o teatro, espetáculos de dança e muitos outros. Com as pessoas passando mais tempo em casa, como medida de impedir o contágio da doença, os serviços de streaming se tornaram uma plataforma alternativa eficaz para conter a recessão destes ramos. Diversificando seu catálogo com novas produções milionárias, empresas como Netflix e Prime Video conseguiram reverter os efeitos da crise e impulsionar a produção de filmes, acarretando no aumento do faturamento dos artistas envolvidos nos projetos.

Com a crise de Covid-19 incentivando medidas de isolamento social, milhares de salas de cinema foram fechadas ao redor do mundo. Como a maior parte da receita das produtoras e distribuidoras convencionais é vinculada às vendas de bilhetes, as produtoras de filmes e redes de cinema tiveram quedas expressivas nos seus rendimentos.

Segundo um estudo realizado pela empresa PwC, uma das maiores multinacionais de consultoria e auditoria do mundo, a indústria cinematográfica em 53 países apresentou queda de aproximadamente 70,4% em sua receita. Os dados brasileiros são ainda mais alarmantes, pois houve uma queda de 86% no país.

Apesar de ser possível observar uma melhora no ano de 2021, as expectativas para o ano de 2022 são mais otimistas, ainda que a recuperação seja lenta. No entanto, de acordo com o levantamento da companhia, o cinema deve alcançar níveis anteriores à pandemia somente em 2025.

Nesse cenário, o consumo de produções audiovisuais, como filmes e séries, teve um aumento expressivo na modalidade de transmissão em casa. A PwC aponta que o consumo de plataformas de vídeo pela internet aumentou 29,4% nos últimos meses. Desse modo, empresas de streaming adquiriram maior participação nos contratos por direitos exclusivos de distribuição de produções de cineastas conceituados, com artistas premiados no elenco e orçamentos exorbitantes.

Muitas estrelas se beneficiaram desse cenário, em que as gigantes de streaming competem pelos direitos de exclusividade, principalmente nomes já estabelecidos em Hollywood. O britânico Daniel Craig, por exemplo, mais conhecido por seu trabalho como espião em 007, recebeu cerca de US$ 100 milhões após a Netflix comprar os direitos de distribuição de sua nova trilogia de filmes, que teve o primeiro filme lançado em 2019, de nome “Entre Facas e Segredos”.

Daniel Craig - 007

Outro nome que se beneficiou dessa situação foi Dwayne Johnson, o famoso The Rock. O ator recebeu mais de US$ 20 milhões por sua atuação no filme Alerta Vermelho (2022) para a Netflix, que se tornou um dos filmes mais assistidos da plataforma, e teve novas sequências anunciadas. Além da Netflix, The Rock também assinou contrato com a Prime Video, da Amazon, e seu novo filme natalino, intitulado Red One, vai integrar o catálogo da empresa, com cerca de US$ 50 milhões sendo pagos ao ator.

Uma prática comum nesse setor é o pagamento de um valor fixo para os artistas, e incluir em seus contratos uma cláusula sobre direitos ao lucro da arrecadação do filme, como uma porcentagem do faturamento de bilheteria e do licenciamento de produtos diversos, como jogos, camisetas, miniaturas de personagens, entre outros. Com as salas de exibição vazias, e a perda significativa do rendimento destas produções, os artistas saíram no prejuízo, mesmo os que possuíam uma renda fixa em seus investimentos. As empresas de streaming, portanto, corrigiram e aumentaram os cachês pagos, para agradar as estrelas escaladas, já que não existe a possibilidade de mensurar e repassar a arrecadação de ingressos.