Segundo post seguido sobre o projeto brasileiro Shadow of Light e com a entrevista que eu e os leitores ajudaram a montar. Primeiro agradeço imensamente ao Álvaro Cavalcanti e o Guilherme Prá Vieira pela ajuda nos comentários deste post. Também agradeço à equipe da Make Wish, que responderam a entrevista e me enviaram o e-mail hoje mesmo, no final da tarde.
Segue antes os líderes do projeto, que responderam a entrevista técnica:
Lead Game Designer / Líder do projeto
HEITOR VALENTE
Lead 3D Artist
DANIEL RODRIGUES
Lead Programmer
MARCOS EDUARDO MONTEIRO
Lead Designer interface / CEO Marketing
JÚLIO FERRAZ
Lead animator / Diretor de arte
RAFAEL SALES
Segue abaixo a entrevista completa:
1) Poderia falar um pouco sobre a empresa?
Somos uma empresa de jogos nascida no Brasil, visando/focando esforços neste primeiro projeto para estruturação. Gostamos e temos orgulho de dizer que somos brasileiros. Sabendo da competência técnica e do potencial mercadológico, após a produção do SOL, planejamos concorrer com as gigantes internacionais.
2) Vocês tiveram alguma dificuldade em abrir a empresa no país na questão de burocracia? E tem aqueles lances de impostos, super-simples, etc. Vocês chegaram a analisar isso antes?
Sim, analisamos. Não encontramos grandes problemas, além dos convencionais.
3) Há quanto tempo vocês estão desenvolvendo o jogo? O lançamento dele coincidiu com o tempo planejado de alguma forma?
Foram duas etapas de desenvolvimento, a parte escrita onde o projeto foi oficializado. Esse trâmite durou cerca de 1 ano, e a parte prática do desenvolvimento está em andamento há mais de um ano.
4) Qual a plataforma/linguagem utilizada?
Utilizamos o sistema operacional Windows, com a plataforma de desenvolvimento Microsoft Visual Studio 2005, e a linguagem de programação C++.
Estamos utilizando uma engine internacional chamada Vision, da Trinigy, usada em diversos jogos de grandes produtoras.
Imagem do game Shadow of Light. Fonte: Finalboss
5) Alguma metodologia de desenvolvimento em especial foi adotada? Scrum? Como foi a experiência?
Possuímos metodologias diversas. Traçamos metas e aplicamos a melhor metodologia para a atividade proposta. Os líderes debatem frequentemente sobre as abordagens a seguir. A metodologia Scrum funciona muito bem quando o talento individual não é a prioridade.
6) Durante o desenvolvimento houve alguma mudança drástica tanto em termos da tecnologia ou da arte? Como vocês resolveram o problema e qual foi o impacto?
Algumas mudanças radicais aconteceram durante o período de produção. No inicio usávamos a engine Torque, porém, percebemos grandes limitações na qualidade final, o que acarretou na troca de engine e no recomeço da programação. Quanto a arte, mudamos de desenhistas/ilustradores enquanto o projeto recebia um novo conceito com a chegada da atual engine.
7) Vocês mencionaram que o jogo fará uso de cell shading, uma técnica 3D, mas o jogo será inteiramente em 3D ou haverá algum tipo de mistura 3D/2D.
O jogo será completamente 3D, porém, como nosso gráfico é baseado em anime/mangá, vimos que esta técnica era a mais adequada ao enquadramento do projeto.
8) Todos sabemos que o quê mantém vivo um MMORPG é o conteúdo que é inserido periodicamente após o lançamento do jogo. Como vocês estão se preparando para isso? Já há ao menos um plano traçado ou até mesmo algum tipo de conteúdo no gatilho?
Certamente. Há um planejamento organizado de inserção paulatino. A divisão será em pequenas partes, onde serão disponibilizados aos players gradativamente.
9) Vocês enxergam, de alguma maneira, num futuro próximo a expansão do time? Vocês vão esperar o jogo se firmar bem até partirem para novos títulos? Já existe algum planejado/idealizado?
Após a estruturação/firmamento da empresa nos moldes internacionais, ingressaremos no mercado de consoles da nova geração, possuímos alguns projetos em fase de estudo e amadurecimento.
10) Vocês tiveram de treinar a equipe? Ou os profissionais já entraram com conhecimento prévio?
A complexidade de encontrar profissionais com conhecimento amplo nesta área de jogos é grande. Buscamos inicialmente profissionais com a base mínima para a execução das atividades, enquanto no decorrer do desenvolvimento fossem se especializando. Hoje temos profissionais altamente capacitados em suas respectivas áreas.
11) Por ser um jogo online, existem preocupações quanto à segurança. Se eu fosse planejar um MMO, que conceitos seriam interessantes aprender, além de conhecimento básico em redes?
Encriptografia, configuração e gerenciamento de servidores, conhecimentos “de como burlar sistemas”. Vale ressaltar que estamos usando engines especificas para MMOs, inclusive de network, o que ajuda a coibir diversos problemas rotineiros.
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Bom, como a entrevista foi grande, vou ver se depois eu comento ela num post separado. No momento, até que foi bem interessante a entrevista, além de conhecermos mais sobre o desenvolvimento desta projeto. Pelo que andei sabendo nas próximas semanas devem ser abertos testes open-beta e com certeza irei tentar arrumar tempo para testar o MMO. Obviamente as impressões de jogatina do game podem acabar caindo no Select Game, blog de games que eu administro e que abri este mês na internet.
Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!