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Ficção Real 06 – Pandora: um mundo perigoso

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Roland acordou aquela manhã resolvido. Aquele seria um novo dia e nunca mais a situação recorrente que ele enfrentara todos os dias nos últimos 2 meses iria se repetir novamente.
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Levantou-se e equipou seus brinquedos. Não tomara banho, afinal ninguém em Pandora toma banho. Faz parte de uma tradição ou crença de que, se você fede mais que seu atacante, ele irá pensar duas vezes antes de estripá-lo.
Deixou o melhor para o final: o prêmio do dia anterior e o que iria resolver seu problema, um lança-foguetes Jakobs Helix x3. Poder de fogo suficiente para explodir um Raak Hive três vezes (ou cinco, se apontado para os testículos do bichão) com um mínimo inconveniente de aspirar fumaça radioativa durante as 4h seguintes. Desde que os tentáculos não nascessem perto de nenhum orifício, ele estaria bem.

Já dizia o comercial: “Se precisou de mais de um disparo, então não era Jakobs”.
Pandora é um mundo perigoso, todos sabiam disso. Não tanto por causa dos skags, chamados frequentemente de “cachorros” (como na frase “TIRA ESSE CACHORRO DE CIMA DE MIM! Tira! Tiraaaa!!! ARGH!!! Oh meu deus ele está mastigando meu rosto pelamordedeus tira ele daqui!!!” ou em outras cujo conteúdo variava pouco).
Também não era problema a quantidade ridícularmente grande de mal-feitores como banditos, psicopatas e anões de jardim carregando escopetas de cano duplo. Desde que você não abrisse a porta para estranhos (o que, em Pandora, significa não abrir a porta para ninguém) ou carregasse um rifle semiautomático sempre que fosse comprar pão.
Mais ainda, não era nenhum hominídeo de 3m de altura que parecia haver nascido de uma mulher com tara por felinos, no pior sentido. Havia encontrado um destes em outro planeta também chamado Pandora, e apesar de constrandegor, não foi perigoso. Ele havia se esgueirado por entre a densa vegetação, olhado nos olhos e dito “Eu vejo você!”. A mancha azul da camisa nunca saiu. Convenhamos, todo mundo sabe que não se dirige a palavra a um homem quando ele está fazendo o número 2.
O problema em Pandora, vejam vocês, era com roubo de carros. O Racer era um veículo para duas pessoas, o piloto e o suporte, que controlava os armamentos do carro. Isso inevitavelmente dava problemas, pois ao partir para as Terras Áridas com mais 2 aventureiros, ou se alugava dois carros ou alguém iria fazer muito cooper.
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O tempo de vida dos veículos também não eram invejáveis. Dois dias sem explodir o veículo, cair numa ribanceira ou ser obliterado pelas torres de limite de área eram um feito e tanto. Dois veículos, então, era certo que não seriam dois por muito tempo.
bl-boom


No final daquela tarde, Roland preparava-se para voltar depois de uma ronda com outros dois – uma garota e um baixinho. Ele havia passado o dia de olho no baixinho, que não tinha aparência confiável (o que redefine a pergunta “o que é uma ‘aparência confiável’?”). Invadiram o acampamento dos bandidos e reconheram os pedaços de um rifle raríssimo, enquanto chacinavam os residentes no processo.
Chegou na saída da vila em tempo de ver o Racer arrancando em disparada.
Não havia problema, de hoje não passaria. Tirou o Jakobs Helix das costas, armou no ombro com cuidado e olhou pela mira telescópica. Do carro que parecia uma poeira no horizonte, agora era possível dizer qual a marca do amortecedor.
– Adeus, moleque. – E disparou.
Antes que alguém pudesse dizer “PUTAQUEPARIUPRAFORA!!!”, um pequeno cogumelo se levantava onde antes havia um veículo. Mas não sem antes do grito terror do piloto chegasse pelo dispositivo de comunicação ECHO.
– Estranho – pensou ele – nunca reparei que o baixinho tinha essa voz fina.
– Isso foi um pouco excessivo, não acha? – A voz vinha do seu lado direito e Roland virou-se para ver quem falava.
– Você conhecia ela? – Disse, voltando a olhar para o cogumelo que agora deixava de brilhar.
– Não muito, mas já me roubou o carro umas quatro a cinco vezes. Pensava em algo mais simples, como uma bala tipo explosiva na cabeça.
– É possível…
– Mordecai, prazer.
– Roland.
– Sabe Roland… Se tivéssemos ficado com a idéia da bala, ainda teríamos um carro para voltar para Fyrestone.
– Tarde demais agora. E andar faz bem à saúde.
sunset

10 comentários em “Ficção Real 06 – Pandora: um mundo perigoso”

  1. Boa história, Borderlands parece ser legal mas com mais três pessoas, infelizmente não parece ter tantos jogadores.
    Enfim, tô pensando em fazer uma FR de L4D2, foi bem legal minha saga para levar o gnomo por toda a Dark Carnival…

  2. Hahahahahha
    Andar faz bem pra saúde dependendo da região, nessa eu não me arriscaria.
    Não sei quem teve a ideia destes posts Ficção Real, mas são ótimos, é sempre legal ver a viagem dos editores principais e alguns leitores.

  3. Rapaz, vi borderlands domingo passado pela primeira vez na casa de faccenda (que inclusive estava jogando contigo, gustavo).
    Adorei. Achei do caralh*!!!!!
    Assim que chegar meu PS3 vou providenciar a compra de borderlands pra jogarmos online. 😉

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