GRID 2 – Análise (PlayStation 3)

Sou apreciador de jogos de corrida, mas não sou um amante do gênero como muitos que conheço. Possuo uma relação de amor e ódio, que vem desde Mario Kart, passando pelo primeiro Gran Turismo e encontrando verdadeira paixão no games que exploraram o mundo das corridas de rua como o Need For Speed Underground e Midnight Club. Os simuladores como Gran Turismo, costumam exigir um certo compromisso do jogador, um empenho para conseguir controlar o carro, melhorar o tempo em cada volta e entender as mecânicas do automóvel, enquanto games como Need For Speed, não requerem nada disso, muitas vezes bastando pegar o controle e acelerar para chegar entre os primeiros, são praticamente dois extremos e é bom ver que surge um game que consegue aliar os pontos positivos desses mundos (do simulador e arcade) e criar algo muito interessante.
A Codemasters é conhecida por franquias de jogos de corrida como Dirt, F1, TOCA Race Driver e GRID. GRID foi um game que conquistou muitos fãs, com uma mecânica balanceada e partidas competitivas, bela impressão de velocidade e acidentes belíssimos. Nesse ponto GRID 2 segue a mesma linha de seu antecessor, aliando o mundo arcade com elementos do mundo dos simuladores de corrida. É necessário ressaltar, no entanto, que apesar das melhorias gráficas, o novo título da série deixa a desejar em certos aspectos.

No game você é um piloto que procura alcançar a fama em um mundo agressivo e extremamente competitivo. Com o financiamento de Patrick Callahan, um ex-corredor que aposta no seu potencial, é interessante acompanhar o trajeto, indo do mundo dos amadores até a WSR uma liga de pilotos profissionais que buscam o título de melhor piloto do planeta, percebendo a mudança da sua garagem de carros, de uma garagem simples de fundo de quintal até uma garagem de carros profissional com os mais diversos equipamentos.
Como de costume, você começa com uma quantia de veículos modesta e vai liberando mais modelos conforme vence corridas promocionais e participa de outros eventos, estes que por sua vez, serão liberados conforme você vai vencendo corridas e angariando fãs na internet. Esse é outro lado muito bacana do modo campanha, o game tira inspiração do poder das redes sociais para tornar alguém popular e conforme você vence corridas, seus vídeos vão sendo postados nas redes sociais e seu número de fãs vai aumentando.

No que diz respeito a jogabilidade, cada carro possui características únicas no que diz respeito a peso, tração e aceleração, características essas que são baseadas nos carros de verdade e adaptadas através de um sistema chamado TrueFeel. Dirigir não é uma tarefa simples, apanhei e apanhei, rodei nas pistas e bati até mandar parar, mas depois de algumas horas de treino acabei por me acostumar com as mecânicas do jogo. Uma das marcas da série está nos efeitos das batidas que são retratadas em detalhes resultando tanto em pequenos arranhões, quanto em danos tão graves que levam ao término imediato da corrida. Dosar a aceleração com o uso do freio de mão no momento certo é fundamental e garante muito do necessário para uma corrida satisfatória, mas se você errar e acabar com o carro todo amassado, não se preocupe! A série possui um mecanismo de flashback, que permite que você seja o Prince of Persia dos motores e volte no tempo para evitar o acidente.
O game possui modos de jogo comuns de se verem em games do gênero, porém a presença de outros modos como o “Overtake” em que você e outro piloto disputam uma corrida “diferente”, em que a pista possui várias pick-ups em baixa velocidade e ultrapassar cada uma rende pontos que vão se multiplicando, a mecânica de “Live Routes” também torna a experiência única, em que as curvas nunca serão as mesmas em determinadas partidas, de forma que, o jogador nunca seria capaz de decorar o traçado da pista.

A localização do game para o português brasileiro é excelente, seja pelos menus, pelas legendas, para os nomes de pilotos brasileiros, tudo é muito bem feito. Mas o que realmente chama atenção é o seu “ajudante”, o auxiliar que te dá dicas incríveis como as curvas a seguir, os acidentes na pista e comemora suas vitórias, tudo isso com uma dublagem que ajuda a dar o clima de satisfação e de comemoração após cada vitória.
O modo online é divertido e competitivo. Apesar das diversas reclamações (em especial dos jogadores brasileiros), nas partidas que disputei não sofri com lag ou atrasos terríveis, perdi é verdade, mas é por causa do nível absurdo das pessoas com quem joguei que faziam em tempos impossíveis certas voltas (até hoje não faço ideia de como conseguiram tais feitos). O online também permite o uso do flashback, afetando no entanto, apenas o seu carro sem interação direta com os outros pilotos.

GRID 2 é um excelente jogo de corrida e particularmente foi o que mais gostei de jogar nessa geração de consoles (e o que mais demorei para me adaptar com a direção). Em relação ao anterior, há algumas falhas como a falta de inovações além das gráficas e a perda da visão de cockpit, mas nada que apague o brilho desse que é um dos melhores games de corrida do ano.

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