Videogames hoje em dia tem os conceitos de falhas e triunfos. Se um jogo é fácil demais, você acha ele sem graça, se um jogo é difícil demais, ou você desanima, ou você persevera, como em um game da série Souls.
Mas há jogos onde você não tem estímulos em continuar, por conta de você falhar em algum momento e isso impactar diretamente com a sua diversão, e acaba desistindo no meio do processo. O recente Need For Speed, o Batman: Arkham Knight (que pelo menos eu consegui ir até o fim, apesar de ter servido de espectador de certa parte da progressão), Tales of Zestiria e o recente Resident Evil: Origins Remaster.
Mais especificamente, o Resident Evil Zero HD.
A Capcom fez uma ótima remasterização do jogo na geração atual. Os visuais do jogo impressionam, com detalhes da mobília da “casa/mansão” onde é ambientada, e a própria ambientação clássica do jogo. Só que, aparentemente, a versão original de Gamecube veio com o problema de inventário: chega a ser ridículo ter de perder tempo com gerenciamento de inventário entre a Rebecca e o Billy, fora você ter de deixar os itens no chão, espalhados por aí. Claro que isso adiciona uma parcela enorme de realismo e os itens ficarão no local permanentemente, mas na maioria dos jogos da série já tinham a clássica “Item Box” para poder guardar as coisas.
Mas por conta de você poder deixar os itens no chão, então não faria mesmo muito sentido ter uma item box. Mas você ter de retornar a um local pra pegar uma simples faca para usar como “backup” em caso de não ter mais munição, ou mesmo não conseguir pegar direito por conta da personagem estar com o inventário lotado de itens-chave do jogo, que serão invariavelmente usados para destravar acesso a outros locais, chega a ser um pouco frustrante. Fora a própria jogabilidade de pegar os itens no chão, que acabam falhando com uma certa frequência. Dica de ouro: não deixe no chão itens próximos, pois se precisar de algum deles, pode acabar pegando o outro, gerando um transtorno extra.
Mas o que me desanimou mesmo foi o “puzzle do Xadrez”. Não vou comentar muito sobre ele por aqui por conta de spoilers, mas foi um momento de muita surpresa. Primeiro que, por conta de não ter economizado muito nos Ink Ribbons, acabei gastando quase todos eles, e por criado um save “anterior” separado, eu poderia voltar e gastar o último só pra deixar todas as áreas limpas. Mas seria tenso ter de relembrar tudo que eu fiz, revisitar todas as salas e lembrar de não ir em certas locações “opcionais” com inimigos mais poderosos (o que caracteriza como perda de munição e de vida).
Com isso, acabei desanimando e perdi qualquer vontade de continuar o jogo. Por ter sido uma versão alugada, tratei logo de devolver pra não gastar tanta grana em locação, e chegar a gastar o preço da versão física (já que praticamente fiquei 1 semana com o jogo). Ainda penso em pegar o game novamente pra voltar as tentativas, mas vou acabar deixando pra depois, e focar em outros jogos e terminar algumas pendências extras. Mas não curti tanto o jogo como eu gostaria.
De qualquer jeito, agradeço pela Capcom pela remasterização. Pois esse Resident não era tão acessível para a maioria dos jogadores, e agora com essa nova onda dos remasters, ela está trazendo diversos jogos da franquia para a geração atual, dando mais acesso aos jogadores de conhecerem o cânone da série clássica. Mas o jogo não é pra qualquer um.
Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!