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Life Sphere – A primeira tentativa de um game

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Quando descobri que eu podia ganhar dinheiro com gamedev, a primeira coisa que pensei foi desenvolver um game em Pascal. Hoje acredito que a linguagem não seja ideal para criar um game, mesmo que ele seja simples e em 2D. Uma das alternativas que cogitei foi o RPG Maker, um dos softwares mais conhecidos do mundo indie, e um dos mais limitados. Baixei o XP e depois peguei o 2003, que foi o software que tentei criar o primeiro game real da minha vida. Muito antes de cogitar o CSIB e muito antes de entrar na UniDev e ficar por lá. O projeto, pelo que você leu no título, se chamava Life Sphere, e segue o esboço, na íntegra e sem alterações estruturais, que postei na UniDev alguns anos atrás:
Jack Bester é um adolescente levado e sempre se metia em encrencas na pacata cidade de Landos, um povoado no continente de Enúria. Ele tem uma irmãzinha chamada Andressa, que é muito boazinha e ingênua.
Certo dia, Jack acorda depois de ter um sonho muito estranho, onde ele presenciava uma fuga de uma noiva, bem antes do casamento ser consumado. Jack, a princípio, não entende o sonho. Afinal, sonho é sonho!
No mesmo dia, Jack descobre por acaso uma passagem secreta numa igreja. A passagem termina numa masmorra (uma dungeon). Ele então chama seu fiel amigo Zack, companheiro de aventuras e estripulias, e os dois decidem explorar o novo local.
Dentro da masmorra, Jack acha um local onde há uma esfera brilhante, em cima de um altar. Ao se aproximarem, um homem surge do nada e rouba a esfera, deixando um monstro para Jack lutar.
Durante o embate, um dos padres da igreja descobre que a masmorra fora violada e chama ajuda. O prefeito e o padre vão até a masmorra tentar pegar quem que violou o local.
Jack e Zack derrotam o monstro, e no momento da destruição do mesmo, o padre chega com a “cavalaria”. O padre então acusa Jack de ter roubado e violado a pedra. Jack conta a história, mas ninguém acredita. Um dos guardas revista Jack e Zack, e não encontram nada. Zack, sentindo que pode ser punido, se volta contra Jack e o acusa de ter persuadido ele a vir. E diz que só acompanhava Jack por medo. Zack tinha medo de ser agredido por Jack… O padre acredita em Zack. O prefeito, já cansado das estripulias de Jack, o expulsa da cidade.
Os pais de Jack ficam tristes, e Jack fica triste por causa de Zack, que foi falso o tempo todo para Jack. Os pais de Jack então dão dinheiro e suprimentos para Jack, e começam a perceber que estava na hora de Jack começar a caminhar com as próprias pernas. Jack então decide se fixar na Cidade do Leste, uma cidade que fica no litoral leste de Enúria,e procurar lá um emprego e um local para morar.
Na noite antes do dia da partida de Jack, ele passeia pela cidade e encontra um misterioso homem, que conta a lenda das Life Spheres. As Life Spheres são esferas com altíssimo poder mágico e que podem conter conhecimentos além da imaginação. Jack fica fascinado com a história, e vai embora descansar. Depois ele não dá muita bola pelas tais esferas.
No dia seguinte, Jack decide seguir viagem, e para chegar na Cidade do Leste, ele deve passar pela Estrada da Via Segura, uma estrada controlada pelo governador e que tem que pagar pedágio para usar ela. Seus pais compram uma passagem pela estrada, e Jack decide seguir viagem. Ele se despede dos pais e vai embora. No caminho, é assaltado por ladrões mais poderosos que ele, e ele perde a passagem. A única alternativa de Jack é a Caverna Flamejante. Um lugar perigoso e com um monstro milenar em seu interior. O Deus do Fogo!
Hoje, se eu fosse redesenvolver o projeto, mesmo em 2D, não usaria o RPG Maker. Na época eu achei um pouco limitado, e não sei como está a nova versão do mesmo, mas não irei baixá-la por enquanto. Hoje sou um programador experiente, e vou desenvolver meus games numa linguagem de verdade, e não num software desse tipo. Nada contra quem usa, mas quem usa C++, Java ou outras linguagens mais poderosas, fica mais fácil e tem mais flexibilidade, além da re-usabilidade de código e da possível escalabilidade (arte de aumentar seu game sem precisar reescrever códigos antigos) do seu game. Obviamente eu criaria o game design primeiro, já que com o jogo planejado o desenvolvimento teria um fluxo maior.
Quanto à história em si, eu vou aproveitar parte do Life Sphere para desenvolver o meu futuro sistema de RPG (que to pensando seriamente em transformar num game design de um MMORPG ou de vários games curtos, dentro do mesmo universo. Mas estou estudando isso ainda). No projeto, eu tinha chamado o continente inicial de Enúria. Não me pergunte o motivo de eu ter batizado assim, pois eu não lembro, mas um dos mundos do sistema que posso criar se chamará Enúria. Já o cara que ataca o Jack eu decidi transformar num manipulador de espécies (e por isso me veio aquela idéia e postei ela antes deste post).
Já as referências, isso está bem explícito: Final Fantasy. Principalmente as versões VIII e IX, onde tem uma caverna de fogo no VIII e no IX uma de gelo. O Deus do Fogo seria algo parecido com o Ifrit:

Ifrit (Artwork de Final Fantasy VIII). Fonte: Final Fantasy Compendium

Obviamente hoje eu não faria desse jeito, já que estou violando os direitos autorais da Square, mas nada me impede de desenvolver um monstro de fogo ou mesmo um ser humano com poderes flamejantes.
Nesse game eu consegui desenvolver praticamente o mapa inteiro do continente e algumas locações no RPG Maker! Sim, segue screenshots do projeto, o único projeto de gamedev que consegui fazer algo mais do que apenas esboços e idéias:
Desenvolvimento

Jogo

De qualquer jeito, se eu decidir voltar a este projeto, estou pensando em usar um sistema de capítulos, e assim dá para ir desenvolvendo aos poucos. De qualquer jeito o nome Enúria será re-criado e vou começar com o meu bestiário pessoal, onde postarei com regularidade uma série de monstros que posso usar em meus projetos de jogos de RPG.

Marcações:

2 comentários em “Life Sphere – A primeira tentativa de um game”

  1. Existe um certo parecido entre a tua história e a do Secret of Mana.
    “Hoje, se eu fosse redesenvolver o projeto, mesmo em 2D, não usaria o RPG Maker. Na época eu achei um pouco limitado…”
    Não sei porque eu tive a mesma impressão que você, apesar que parece que ele não esta tão limitado, porque ele leva uma linguagem de script que praticamente deixaria você fazer o que você quisesse.

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