Um dos principais lançamentos da Capcom e da Marvel para este segundo semestre, Marvel vs Capcom Infinite é a mais nova sequência da famosa série que reúne os personagens de suas principais franquias. Para a Marvel, se torna um belo chamariz para os filmes mais recentes do Universo Cinematográfico e os próximos, com a adição de personagens como a Capitã Marvel, Guardiões da Galáxia (como a Gamora e o Rocket Racoon) e o Thanos. Do lado da Capcom temos diversos personagens conhecidos, como Ryu, Chun-Li, Chris Redfield e outros como o Frank West e o Megaman. O jogo vem com um pé dentro dos esports, mas o foco maior é mais no modo de história, hoje um melhores que eu já vi nos jogos do gênero.
O game também se prova um acerto da produtora em oferecer um pacote mais completo que o lançamento de Street Fighter V, que, apesar da Capcom ter corrigido o game e de estar lançando o Modo Arcade em breve, acabou não sendo tão bem sucedido inicialmente. Saiba mais sobre o jogo em nossa análise!
Ficha Técnica | |
Produção | Capcom |
Desenvolvimento | Capcom |
Lançamento | 19/10/2017 |
Plataformas | PC, PS4 e Xbox One |
Classificação | 12 anos (Brasil) |
Gênero | Luta |
Descrição | Novo game de lutas da Capcom, com personagens de suas franquias e personagens da Marvel, com heróis e vilões. |
Online | Sim |
Progressão | Modo de História completado em sua totalidade e Arcade completado com 2 personagens, algumas missões feitas. Em torno de 7 horas de jogo |
PC usado para a análise | Intel Core i5 segunda geração, com 8 GB de RAM e placa de vídeo GeForce 650 Ti. Internet Velox com 5 MB de conexão |
Lançado para PS4, Xbox One e PC, Marvel vs Capcom Infinite traz um modo de história trazendo o confronto dos personagens contra o Ultron Sigma, uma versão mais poderosa do que o vilão dos quadrinhos e que quer acabar com a vida orgânica, e um dos passos do vilão foi ter fundindo os universos da Marvel e da Capcom em 1 único mundo, usando 2 joias do Infinito. O evento, chamado Convergência, acabou unindo os heróis contra o vilão, tendo de achar uma maneira de consertar esse problema, e para isso eles vão atrás das outras joias do infinito.
Com isso temos um modo de história tradicional de jogos de luta, intercalando cenas não interativas com os combates entre os personagens. Aqui temos alguns detalhes que não foram explorados em outros jogos recentes como o Injustice, como você enfrentar desde Androides do Ultron a trechos que tem objetivos específicos, que não irei detalhar por conta de spoilers. Mas acaba sendo bem interessante ver uma abordagem diferente e focada mesmo na história, com um enredo bem mais sólido que o do Injustice 2. As cinematics também estão muito boas, mas por serem em grande quantidade acaba prejudicando um pouco na questão dos loading times, quebrando um pouco o ritmo. Mas nada que atrapalhe o jogador em sua progressão.
A jogabilidade está bem precisa e fluída, não sendo necessário usar comandos mirabolantes pra conseguir executar movimentos especiais dos jogadores. A novidade aqui são o uso das jóias do infinito, cada uma trazendo uma vantagem usada no confronto. A joia da Realidade, por exemplo, gera uma esfera que segue o oponente, enquanto que a do Tempo gera um “dash” que deixa o jogador mais próximo dos adversários. A joia da alma suga a vida do adversário e adiciona a mesma quantidade na barra do jogador, e por aí vai. São 6 joias, escolhendo uma logo após ter selecionado os personagens.
Além disso, como de praxe na franquia, o jogo tem a opção de trocar de personagens a cada momento. Dependendo do andamento do confronto o jogador pode conseguir combar habilidades especiais, causando um bom dano nos adversários, mas é bom ficar esperto, pois a IA dos oponentes, junto com a defesa sempre afiada deles, acaba sempre “counterando” os ultimates.
O jogo tem uma boa quantidade de conteúdo pra acessar: além do Modo de História temos um Arcade Mode clássico, mas com poucos estágios (em torno de 6 confrontos) e um Modo de Missões, trazendo bastante desafio para os jogadores habilidosos. São 10 missões pra cada personagem, o que irá adicionar horas e horas de jogo, mesmo o jogo tendo tido os especiais “facilitados”. Talvez o único problema na versão pra PC, mesmo com o jogo localizado, é que alguns movimentos não são bem explicados na tela para serem executados.
Outros destaques do jogo vão pra trilha sonora e o visual. O game não tem um estilo cartoon ou de estilo anime, mas o visual é muito bonito no PC, ainda mais se o jogador configurar com qualidade alta e em Full HD. Mas mesmo em PCs mais modestos, o jogador tem um visual belíssimo nos cenários e personagens, com muitas opções gráficas para melhorar o desempenho, como anti-aliasing, sombra e texturas (por exemplo). Consegui ter uma boa taxa de frames por segundo em uma placa de vídeo modesta com configurações personalizadas, onde o jogo foi muito bem otimizado para a plataforma. A trilha sonora também é muito boa, com ótimos momentos tanto no modo de história, quanto no Arcade.
Quanto ao modo online, é a velha história do Velox: não consegui parear em nenhum momento na versão pra PC, não achando jogadores em nenhum modo de jogo, e em nenhuma região. Já tive esse problema no Street Fighter V (no PC) e no Injustice 2 (no PS4): não sei dizer se é por ter uma conexão ruim (NAT3, com Velox de 5 MB no sul de Minas Gerais) ou se realmente não tem tantos jogadores na plataforma. Nos relatos de diversos jogadores em alguns tópicos no Steam, muitos deles citam a pouca quantidade de pessoas na plataforma pela falta de jogadores, em diversos locais do mundo, o que acaba sendo um pouco frustrante. Só que como tenho uma internet ruim, a taxa de lag seria alta para um jogo desse tipo, impossibilitando de conseguir testar o online adequadamente. Não sei dizer se nos consoles tem mais pessoas, mas no PC a quantidade de jogadores é relativamente baixa nas últimas semanas.
Talvez a minha única crítica quanto ao jogo (além do online) é que a dificuldade acaba sendo um pouco desbalanceada no Arcade e no Modo de História. Enquanto tem diversos trechos ridiculamente fáceis, outros são bem difíceis na dificuldade normal. O jogo até sugere diminuir a dificuldade, e mesmo assim alguns trechos, dependendo dos personagens, ficam um pouco frustrantes. Para quem não é tão habilidoso acaba sendo uma camada extra de dificuldade, mas não deixa de trazer um sentimento imenso de vitória quando você derrota algum adversário específico.
Independente disso, caso o jogador tenha curtido os anteriores e tenha mais jogadores para jogar no mesmo console ou PC, o Marvel vs Capcom Infinite é recomendado. A jogabilidade é bastante sólida e o jogo é bem divertido, com um dos melhores modos de história que eu já vi em jogos do gênero. Outra questão interessante é que o jogo veio localizado aqui no Brasil, com os menus e legendas em português. Um ótimo trabalho de localização da Capcom, que, apesar de não ter tido dublagem, pelo menos ajuda bastante os jogadores que não tem tanta proficiência em inglês.
Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!