Fairhaven. Uma cidade com muitos foras-da-lei disputando rachas a todo o momento.
Uma cidade enorme, com rampas, áreas restritas, auto-estradas, praças e monumentos diversos.
Fairhaven, palco das corridas insanas e rachas perigosos para chegar ao topo da lista dos “Mais Procurados”.
Uma cidade viva, bonita e perigosa para os foras da lei, com a polícia rondando a cada esquina, e preparada para te prender usando diversos recursos disponíveis.
Não esqueço aquela fuga memorável depois de escapar de uma barreira cheia de furgões parecidos com carros-forte ou aqueles Interceptors velozes que chegam a quase 300 km por hora.
Aliás, essa barreira do velocímetro também foi ultrapassada com um Veyron maroto que a gente ganha depois de perseguir o dono pelas auto estradas movimentadas, mas nada, nada supera o sentimento de competição contra um amigo, ou ver que tem corredores ainda mais habilidosos.
Need For Speed: Most Wanted é, sem sombra de dúvidas, o melhor game de corrida de 2012 e um dos melhores da geração atual. Praticamente o sucessor espiritual de Burnout Paradise, um dos jogos que eu mais joguei no Playstation. Feito pela Criterion e produzido pela Electronic Arts, Most Wanted traz de volta uma cidade aberta, muitos carros, ação e, claro, a polícia para te prender em perseguições implacáveis!
Ficha Técnica | |
Produção | Electronic Arts |
Desenvolvimento | Criterion Games |
Lançamento | 30/10/2012 (EUA e Brasil), 01/11/2012 (Europa) |
Plataformas | Playstation 3, Xbox 360, PC, Playstation Vita, iPhone, Android, Wii-U |
Classificação | Everyone (10+), Livre (Brasil) |
Música/Compositores | Chris Green |
Descrição | Jogo de corridas ambientado em uma cidade totalmente aberta, com corridas, desafios diversos, perseguições policiais e multiplayer online. |
Online | Sim |
Need For Speed: Most Wanted é Burnout Paradise 2 usando o nome “Need For Speed”. Desde que a Criterion lançou o game e lançou seguidos DLCs com muito conteúdo, sempre esperávamos por um novo anúncio da franquia. Quando ela anunciou o Hot Pursuit, fiquei de certa forma chateado por querer um novo Burnout, mas após jogar ele eu vi que era o melhor Need For Speed em muito tempo, depois da série chegar ao auge em Need For Speed: Underground e ganhar muitas críticas a partir de Need For Speed: Carbon. Hot Pursuit trazia o que a Criterion consegue fazer de melhor: corridas rápidas, cenários bonitos e os primeiros passos nas disputas online incentivadas pelo Autolog, a rede social que viraria padrão na série e que incentiva o jogador a querer bater aquele tempo de um amigo e registrar outras estatísticas.
A base maior da diversão e das mecânicas em Most Wanted é, sem sobra de dúvidas, o Autolog 2.0. A cada vez que você liga o jogo, ele sugere que um amigo mais próximo tem um determinado tempo em um evento, e você pode tentar ser melhor, ganhando os Speed Points, os pontos de experiência no sistema de evolução de níveis. O jogador ganha pontos e níveis fazendo praticamente tudo no jogo. Ficar muito tempo na contramão, terminar uma corrida em primeiro, participar do multiplayer e cumprir tarefas. O jogador vai ganhando de níveis e habilitando os rachas “Most Wanted”, que explico melhor abaixo.
E não é só nas corridas que o jogador pode ganhar speed points e derrotar um tempo do adversário. Até nos coletáveis tem competições entre os jogadores! Espalhados pela cidade tem mais de 50 radares de velocidade, que marcam a quilometragem e mostram em tempo real a posição do jogador e se um amigo está na sua frente na disputa de velocidade. Os outdoors de Paradise City também estão de volta, e trespassar eles também “guarda” a distância do salto, e se um amigo seu tem um salto maior, a foto dele do ID online (PSN/Live) ou do site oficial fica estampado no outdoor.
No começo não tem tantas opções de carros velozes, mas com o passar das corridas e adquirindo melhorias para os carros fica mais fácil conseguir velocidades maiores para vencer o oponente.
Em Fairhaven, todos os carros normais já estão liberados, caso o jogador consiga achar eles. Alguns estão bem escondidos, e outros estão mais “expostos”, e o jogador pode trocar de carro a qualquer momento, tanto num passeio de fim de semana quanto numa perseguição policial, caso o carro atual esteja muito avariado. Nas perseguições policiais, que também tem níveis de perseguição, os carros sofrem danos e dependendo do dano (pneus furados) o carro perde performance e fica mais fácil a polícia te prender. Nessa hora é necessário passar por dentro de um posto de gasolina para recuperar o carro e trocar a cor dele, e durante as perseguições os policiais ficam mais insanos e usam os melhores carros e as barreiras quase intransponíveis.
No começo do jogo as perseguições não são tão insanas, mas depois elas ficam quase impossíveis e o jogador precisa de muita habilidade para conseguir escapar. Ou ter pneus auto-recuperáveis caso passe por um tapete de pregos.
Cada carro espalhado em Fairhaven tem corridas e eventos próprios, e ao vencer as corridas ou ficar nas primeiras colocações vão destravando melhorias e apetrechos que podem ser equipados em tempo real. Pneus off-road (para estradas de terra), lataria mais leve, turbos e outros equipamentos podem ser modificados para deixar o carro mais competitivo. As mudanças são feitas com o direcional digital no Playstation 3 e inclusive podem ser feitas em tempo real na corrida. É mais difícil com a ação acontecendo e tendo de prestar atenção na disputa, mas dependendo da rota da corrida o jogador pode trocar os pneus e obter vantagens competitivas.
As melhorias também tem níveis de aprimoramento, incentivando o jogador a usar o carro e cumprir certas tarefas, como andar na contramão por uma certa distância ou executar saltos para acumular alguns segundos e ter uma lataria mais leve e melhor (as versões “Pro”). E até mesmo aqui o jogador ganha os speed points ao vencer as corridas e ganhando os milestones de cada carro, aumentando ainda mais o tempo de vida útil do game.
Claro que os speed points evoluem e o jogador ganha mais níveis, e aí entra em ação as corridas Most Wanted. O desafio máximo da progressão, os 10 carros mais insanos e poderosos do jogo. Em Burnout Paradise alguns carros especiais deveriam ser destravados ao encontrar um deles correndo, bastando acertar o oponente e forçar uma batida dele, causando um takedown clássico da série Burnout. Aqui temos 2 desafios para cada carro: um deles é vencer um racha contra o oponente, e após vencer ele (podendo encontrar com a polícia no meio do caminho!) é necessário acabar com o cara, causando o takedown. As corridas tem traçados específicos, e depois que o jogador consegue vencer o oponente, a cidade toda é a pista, com o carro aparecendo a qualquer momento quando menos se espera, e a disputa é apimentada quando um carro de polícia aparece.
Dependendo do nível do jogador, não demora muito para a progressão de periculosidade chegar no nível máximo, e aí é adrenalina pura!
E, claro, não podemos nos esquecer do multiplayer. Aqui a Criterion fez o dever de casa direitinho quando ela analisava as opiniões dos jogadores quanto ao Burnout. No Burnout, a maioria dos jogadores fazia os challenges, disputas simples com os jogadores cumprindo alguma tarefa específica, que eram muitas e se adaptavam ao número de jogadores na sala. Ao entrar numa sala, antes do início de cada challenge, os jogadores tem de se reunir num determinado ponto do mapa para começarem de lá, e os challenges estão bem variados, tendo corridas comuns, corridas com 2 times (dividindo os jogadores), saltos diversos com um carro saltando vários carros parados, e outros.
O ruim é que o dono da sala tem de estar com uma listagem pronta, com 5 challenges agrupados em uma “Speedlist”, com os challenges acontecendo em sequência, ou escolher uma lista pré-programada pela Criterion. O jogador pode sair no meio do processo, mas eu preferiria o sistema do Burnout, com os jogadores fazendo 1 challenge por vez, e escolher os challenges de uma lista na hora (com ela adaptada com o número de jogadores na sala).
Da parte técnica, o motor Frostbite 2 cumpre muito bem o seu papel e a cidade é muito bem-feita. Os efeitos sonoros são convincentes, apesar de nunca reparar muito nos barulhos dos carros e se eles tem alguma diferença. A trilha sonora se destaca por trazer novamente bandas famosas com algumas músicas que estão “em alta”, mas acaba dependendo bem mais do gosto do jogador e do estilo que ele prefere. Não sou de ficar escutando Muse, mas a música-tema é maneira, e acabei preferindo a “The Road” do We Are The Ocean, banda que eu não conhecia antes de jogar. Um típico rock meio pop similar ao Killswitch Engage, com a My Course, que esteve no Burnout e era a minha música preferida. A música pode ser trocada a qualquer momento com o R1 (no Playstation 3), mas acho que a série poderia analisar o HD do jogador e pegar músicas que estão nele. Seria um recurso maneiro.
Concluindo, Need For Speed: Most Wanted é imperdível! Se você curte games de corrida, com mundo aberto, e gosta de disputar rachas com os seus amigos, Most Wanted é recomendadíssimo. Se você quer adrenalina com perseguições policiais, também é recomendado, apesar de que nessa parte o Hot Pursuit era mais insano quando os policiais e os corredores tinham equipamentos para atrapalhar os oponentes. Ainda assim a polícia tem seus desafios e com níveis de periculosidade altos, fica bem mais difícil, mas os speed points acumulados quase sempre são altos (se o jogador ir detonando os policiais com takedowns). Com um modo multiplayer e mais os troféus extras, temos pelo menos mais de 20 horas de jogo, sendo um ótimo custo-benefício para o jogador.