Quem me acompanha pelo Facebook deve ter visto as minhas mensagens sobre o desligamento do Select Game do UOL, algo que fui efetuando durante as últimas semanas. Por conta de um problema técnico que não haveria solução fácil, e que poderia gerar um desgaste interno, optei pela retirada do portal de maneira unilateral (a decisão foi minha) e voltar a ser independente. Havia outras questões também, já que eu já teorizava essa saída tem muitos, muitos meses, por conta de limitações em algumas coisas que queria implementar e não conseguiria. Resumindo: o site estava ficando para trás na disputa de visitas orgânicas, e isso é algo que eu não queria ver por aqui. Não faço clickbaits e não farei nada relacionado a isso nas redes sociais, mas eu sempre fiz posts com estrutura de SEO, pensados com SEO, aliando a informação pro leitor junto com a otimização da página, e tudo sem clickbait extremo!
Com isso, eu migrei de hospedagem para uma empresa onde um dos donos é o melhor técnico da área que eu já conheci e que convivo regularmente (ele manja muito). Não sei se eu deveria fazer propaganda aqui por ser uma hospedagem pequena, mas caso eles queiram depois, eu comento mais sobre isso. Por hora o post é mais para comentar das minhas implementações, algo que diversos sites não fazem e é algo que está se tornando tendência mundial. Sendo que uma delas se tornou um “pulo do gato”, onde eu efetuei uma alteração significativa e que acaba ajudando a longo prazo. A tecnologia com preços acessíveis, alcançado somente nos últimos anos.
Sem mais delongas, vamos lá!
A implementação do AMP
Esta alteração seria implementável com o site no UOL, mas talvez eu encontraria problemas por conta do sistema de cache, que gera um cache de CSS que é impossível de deletar ou alterar. Quando tava fazendo testes de outros layout semanas atrás eu tinha de ficar mudando o nome da pasta do tema após fazer certas alterações de CSS, e isso estava me desgastando um pouco. Depois que eu descobri que dava pra fazer o CSS “embedado” no Personalizar do tema, ficou mais fácil fazer alterações, mas ainda tinha outros problemas.
Mas vamos falar do AMP: se você faz pesquisas regulares no Google já deve ter reparado no “raiozinho” cinza em alguns resultados de busca. O Google sinalizou que é uma página otimizada para dispositivos móveis! Sim, páginas otimizadas para smartphones, e em uma época onde o usuário quer gastar cada vez menos com plano de dados, mesmo num 4G bacana, você tem de pensar nisso para oferecer uma qualidade de leitura melhor para o leitor. Mas tem um problema: você terá queda de rendimentos com propaganda!
Pois é: eu vejo alguns sites estuprarem o leitor com propagandas invasivas, Popups existentes aos montes, uma coluna minúscula pro texto, propagandas de vídeo que abrem do nada no meio do post e às vezes com som. Essa última parte eu nunca vi acontecer nas propagandas básicas do Google Adsense, mas com sites que usam tanta propaganda em excesso acabam prejudicando o ecossistema como um todo. A popularidade dos Adblocks não me deixa mentir: o leitor tá cansado de ser bombardeado com isso e não terá dó de usar. Mas como conseguir rentabilidade com conteúdo? Eu deveria usar um paywall, sendo que todos os outros concorrentes vão oferecer a mesma informação de graça? Um crowfunding é uma solução interessante desde que você tenha uma base fiel de leitores que queiram te ajudar. Se você não tem isso, aí fica bem complicado.
Mas voltemos ao AMP: o sistema gera páginas específicas para dispositivos móveis, altamente otimizada e com um HTML diferenciado. A implementação disso continua sendo um parto pra mim, por conta de saber direito o que eu quero. No WordPress são 2 plugins: o AMP da Automattic (a empresa que mantém o WordPress) e o Accelerated Mobile Pages. O primeiro cumpre o seu papel, mas ando percebendo que o plugin é tipo o Intensedebate, onde o plugin não recebe tantos recursos ou investimentos, diferente do próprio WordPress (que é o carro chefe da empresa). Fora que o plugin não tem um suporte decente ao Analytics, algo que eu só consegui fazer com o Glue, um plugin do Yoast.
Já o AMP for WP sempre está sendo atualizado, tem aqueles botões de share, suporte a outros layouts, categorias e tags com otimização pra dispositivos móveis e tudo mais, o que me optou a usar ele pra valer. O problema é que, dependendo do layout que você usar, ele tem problemas. O código de analytics pode não ter sido implementado e pra você botar um Adsense também tem de setar pelas opções do plugin. A página gerada tem um HTML diferenciado e ainda tem as questões dos testes com o Search Console, algo que eu não tinha feito no começo (que gerou uma quantidade enorme de páginas inválidas), mas apenas depois que as páginas estavam ficando válidas. Tive de esperar o Google reindexar tudo, num processo lento, mas importante nesta nova fase do site.
Obviamente, como comentei antes, nem todos os sites vão querer implementar isso. Você tem uma queda na propaganda e não é tão flexível, fora os problemas com relação aos Posts Relacionados, que sempre pegam apenas os mais recentes, dependendo da categoria. Talvez eu recategorize todos os posts do blog pra melhorar nessa parte, mas como é um trampo enorme, talvez eu prefira deixar pra lá e focar em novos conteúdos. Caso queira ver como são as páginas, só digitar o /amp no endereço de um post. Só não o fiz pra home do site por conta de problemas de cache e da página não estar sendo atualizada direito, mas ainda vou analisar sobre isso posteriormente.
HTTPS/SSL e o Cloudflare
Esta é a alteração que eu queria muito fazer, mas não conseguiria no UOL tão cedo. Confesso que sou um aventureiro de SEO (já tive até chacotas internas disso), mas sempre tento estudar algumas coisas relacionadas a isso, e uma tendência mundial é da migração do HTTP pro HTTPS. Desde as tretas do Edward Snowden, envolvendo a privacidade das pessoas, que as empresas de tecnologia decidiram agir pra aumentar a segurança do usuário.
E na web isso é feito com o HTTPS, que adiciona uma camada criptográfica entre o leitor e o site. Anos atrás um certificado era oneroso e não compensaria para o blogueiro pequeno que rala até pra pagar uma hospedagem e não tem tanto faturamento, mas com a popularização do Let’s Encrypt (que é gratuito), tudo mudou: agora os sites tem uma opção acessível, mas considero que não é uma alteração fácil de fazer a nível de hospedagem, pois envolve algum conhecimento técnico. Cheguei a solicitar isso pro técnico e ele usou o certificado do CPANEL. Mas ainda faltava 2 questões: o redirecionamento das páginas e um problema de consumo de banda, que começou a me preocupar. De vez em quando eu tenho picos de tráfego e com o limite de 200 GB por mês, certamente seria atingido e eu estava disposto a pagar até um pouco mais pra ter mais banda, só que até mesmo o meu custo tem um limite, e isso inviabilizaria totalmente o Select Game no ar. Teve um post recente da Black Friday, por exemplo, que, como eu estava usando outro template do WordPress, eu acabei setando uma imagem enorme do Assassin’s Creed Origins (a imagem estava em 4K!), que consumiu bastante banda do site e do leitor, e não tinha gerado uma miniatura mais leve. Foi um erro que não quero repetir novamente, mas a troca de layout nem sempre regera as thumbnails do portal (apesar de ter um plugin pra isso, mas executar isso em uma hospedagem acaba derrubando o site do ar).
Com isso o técnico me sugeriu usar o Cloudflare. A empresa hoje é uma das mais usadas e respeitadas do mundo, oferecendo serviços de segurança e de…CDN! Para quem não está familiarizado com o termo (content delivery network), é um sistema onde você “espelha” o seu site em diversos servidores do mundo, deixando as páginas mais rápidas. Hoje você tem um Facebook veloz por conta da empresa usar, por exemplo, os serviços da Akamai, uma empresa similar que otimiza o tráfego, espelhando o conteúdo em diversos servidores, e assim o leitor não tem tanta demora em carregar uma foto ou usar o Facebook. O Cloudflare tem um CDN gratuito, bastando inscrever o seu site e depois você aponta o DNS no Registro.br ou em outro provedor de serviços, e assim você meio que redireciona o seu site pra usar os serviços do Cloudflare. Com isso eu consegui economizar banda (principalmente com imagens, já que o Google Analytics não analisa com perfeição as requisições de imagens, já que o leitor pode apenas abrir uma imagem e não acessar a página completa) além de ter outros serviços gratuitos de segurança.
Economia de tráfego nas últimas 24 horas no Select Game
Mas o Cloudflare também tem uma opção que resolveu meu problema principal: o redirecionamento pra HTTPS! Com apenas 1 opção interna ativada, eu consegui setar isso e o Select Game agora está totalmente em HTTPS! Admito que fiz essa mudança mais por conta desse recurso ser um fator extra de ranqueamento (e percebi que alguns portais de cultura pop hoje colhem os frutos de terem feito isso anteriormente), mas os leitores com conhecimento mais técnico estão analisando isso com mais intensidade. Se você ficar contra a maré, uma hora você vai ter perdas, e com isso é recomendado ter o HTTPS o quanto antes em seu site!
O futuro do Select Game
OK, e o Select Game, como fica? Por hora ainda estará ao ar. Eu decidi voltar a ser independente por conta de não querer jogar fora 10 anos de história. São mais de 10 mil artigos, com uns 70% deles sobre games. Difícil estimar quantas vezes eu já fiz migrações, mas aqui tem os conteúdos de uns 4 portais diferentes que eu cheguei a tocar nesse tempo todo, onde decidi unificar tudo em uma única marca. Ainda tem a questão de conseguir deixar o site pelo menos rentável para eu pagar a hospedagem neste início, mas ainda é difícil, só que eu considero como um investimento a longo prazo. Eu tenho algumas ideias que quero implementar nos próximos meses, como estar com o canal do Youtube mais ativo, entre outras coisas que eu cheguei a ter no blog dentro do GameHall, mas acabei perdendo no meio do processo.
E, mais importante de tudo: eu ainda gosto de fazer isso. De postar opiniões, notícias e etc.
De qualquer jeito é uma nova fase no portal, novamente independente e com mais recursos e opções. Quero agradecer por toda a ajuda que o UOL fez nesses anos todos, principalmente o pessoal do UOL Jogos com a parceria e, principalmente, ao GameHall pelo apoio. Eu estava em uma época difícil da minha vida, 1 mês antes de ter feito a migração cheguei a gastar R$ 250 reais de hospedagem de 1 mês e tava desempregado, e queria muito, na época, fazer isso. Tinha uma parceria com portais independentes, o que era uma troca mútua, mas no decorrer dos anos algumas coisas foram mudando e essa parceria chegou ao fim, mas não quero detalhar sobre isso. As coisas sempre mudam, e no caso é se adaptar.
Mas quero agradecer a você, amigo leitor, que ainda nos apoia. São os leitores fieis que são o motivo de continuar na ativa, mesmo com tanta adversidade, épocas de haters, flamewars e etc. O modelo clássico de blogs está em extinção e as pessoas querem consumir conteúdo, mas sem saírem de Facebook, o que acaba obrigando os sites a fazerem os famigerados clickbaits para gerarem audiência e com isso pagar os jornalistas. Nós não queremos apelar pros clickbaits nem nada do gênero: queremos oferecer o melhor que puder em notícias e opiniões, com honestidade e sem botar propagandas ao extremo, pois viemos da “escola de blogs”. Passei pelo Meiobit no começo de tudo (que sempre leio e que continua na ativa!) e já fui um dos editores de um portal de MMO do UOL Jogos que acabou fechando por não ter tanta audiência, e eu tenho um estilo peculiar de escrita, sempre botando às vezes alguma opinião. A gente tem algumas linhas editoriais que os leitores antigos conhecem, e pretendemos continuar mais nelas e ir para outras, como ter mais cultura pop, que é muito bacana de cobrir, principalmente os filmes da Marvel e da DC. Como o Omelete sempre diz em suas lives: estamos na melhor época para ser nerd e curtir cultura pop, e os games estão dentro desse meio.