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O estado da área de gamedev no Sul do Brasil

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Uma desvantagem de se acessar mais de 30 blogs nacionais de games é que você perde algum tempo lendo eles e filtrando o que interessa, o que prejudica nos estudos de desenvolvimento de jogos. Já uma vantagem é você ver textos que acabam saindo numa esfera pequena de público e poder divulgar num canal específico, no caso, aqui neste site! Saiu no Canal dos Games uma reportagem bastante interessante sobre a área de desenvolvimento de games no Sul do Brasil, especificamente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul:
A arte de se trabalhar com games
O mais legal é que a matéria cita as instituições de ensino da região onde o interessado pode estudar e comenta sobre algumas áreas específicas, como game design, música, arte e programação.
Mas um trecho me deixou um pouco intrigado:

Diretor da empresa Palmsoft, que produz jogos para celular e integra o Pólo de Games, em Florianópolis, Dennis Kerr Coelho, disse que a cidade já é o maior pólo dessa área, no Brasil, e que a tendência é o mercado crescer cada vez mais. No entanto, ele ressaltou que, para expandir, é necessário mão-de-obra qualificada, principalmente em tecnologia da informação.
– Um dos maiores problemas é que a tecnologia da informação não é vista como algo glamouroso e não tem tanto prestígio quanto Medicina e Direito, por exemplo. Temos uma carência por profissionais muito grande e, por isso, eles serão bem pagos.

Seria bem interessante que a matérias divulgasse quais os valores normais para quem pensa em seguir na área. Já comentei aqui sobre os valores potencialmente baixos para quem trabalha na área, se comparar com a área básica de TI (programação de sistemas, banco de dados, redes, segurança da informação, etc). E tem outra: se eles tem carência de profissionais, onde que eles divulgam as vagas? Hoje é difícil ver empresas oferecendo emprego nestas áreas. Ou será que eles divulgam apenas em canais locais (leia-se blogs e sites de instituições de ensino na região ou mesmo posters colados em faculdades de tecnologia)? Será que eles não sabem que muita gente tem disponibilidade em se mudar até de estado pra conseguir trabalhar na área? Eu quase me mudei pra Campinas pra trabalhar com programação J2EE em Java no meio do ano (pena não ter dado certo…) e com certeza me mudaria pra outras cidades dependendo da proposta e do local.
Ou talvez as empresas precisam de pessoal qualificado, mas não estão contratando agora por causa das festas de fim de ano. Ou lá tem muita mão de obra mas a mesma não é tão qualificada pra trabalhar na área. Já li no Finalboss e no UOL Jogos que alguns desenvolvedores acham que as instituições não ensinam, direito o profissional. Disso eu tenho um certo receio: hoje alguns cursos superiores custam uma fortuna e normalmente tem uma garantia de preparar bem o profissional. Mas pelo que já vi em algumas grades, os cursos em parte formam generalistas: aprende-se um pouco de cada área e cabe ao profissional, quando estiver terminando o curso, seguir numa área específica. Mas mesmo quando ele chega lá, algumas empresas de ponta pedem profissionais muito bem qualificados, com X anos de esperiência em modelagem e/ou programação avançada em C++ e isso muito profissional não tem, o que acaba em parte dificultando o mesmo de entrar na área, mesmo com um curso superior de desenvolvimento de games.
Pra terminar, de qualquer jeito estamos vendo uma expansão intersessante da área e com certeza podem surgir novas oportunidades no futuro. Além disso, quem já está estudando hoje ficará melhor no futuro e com certeza pode até conseguir, depois, um emprego na área e poder finalmente dizer: estou trabalhando com gamedev 😀

5 comentários em “O estado da área de gamedev no Sul do Brasil”

  1. É bom porque o mercado está expandindo bastante, no futuro com certeza muita gente no país estará trabalhando com gamedev (mesmo que seja apenas com produtos para exportação).

  2. Meu sonhooo! *-*
    Pra isso estou estudando, para em breve poder dizer: "Sim, trabalho desenvolvendo jogos!" hehehe

  3. Realmente encontrar vagas no Brasil está meio complicado. A Abragames divulga apenas metade das empresas existentes no país, e a maioria delas ou não está com vaga nenhuma aberta, ou não sabe que pode usar o site da Associação para ofertar empregos. A outra metade das empresas estão espalhadas por aí, sem canal de comunicação… E aí? Como a gente faz? Eu me mudaria pra qualquer lugar para mudar o rumo da minha carreira.

  4. A Ubisoft não ofereceu um salário compatível a qualificação que eles exigiam.
    Para as empresas é fácil falar que não existem profissionais adequados… difícil mesmo é admitir que eles não existem, não porque eles não estão lá, mas porque elas não estão dispostas a pagar por eles.

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