Depois do Home Theater Soundbar da Philips, recebi uma TV 3D de LED com SmartTV, hoje o caminho natural da evolução das TVs de alta definição. TVs inteligentes, com softwares internos e conectividade com a internet e com outros dispositivos da casa. E, claro, o 3D estereoscópico, tecnologia que está ficando mais madura e o novo foco do entretenimento visual (cinema, games e TV), apesar da Sony admitir que o 3D, que tem suporte no Playstation 3, não teve tanto interesse do consumidor final.
Fazendo um retrospecto rápido, a revolução na resolução se iniciou antes com as TVs HD e depois vieram as FullHD, com os canais HD no exterior e as TVs HD com resoluções de 720p (1280×720 pixels de resolução) e as TVs FullHD com 1080p (1920×1080 pixels), além da guerra entre o Blu-Ray e o HD-DVD, com o Blu-Ray sendo praticamente o grande vencedor, com as empresas adotando a mídia em seus produtos. A mídia traz mais espaço de armazenamento e melhor qualidade de imagem e som, para acompanhar a evolução tecnológica. Hoje as TVs estão ficando mais finas, mais baratas e, claro, também estão criando TVs ainda mais poderosas (e com preços iniciais elevados) para o consumidor final. Ainda mais com a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, e as fabricantes estão investindo muito nesse sentido.
Para ter uma ideia inicial, abaixo tem uma imagem auto-explicativa com as resoluções mais comuns, pois em breve sairá as primeiras TVs com 3840 x 2160 pixels de resolução (as chamadas TVs com 4K), mas que devem demorar um pouco para ficarem mais acessíveis ao consumidor de classe média:
O modelo desta TV da Philips é o 42PFL6007G/78, série 6000, FullHD (1080p, com 1920×1080 pixels de resolução), com Smart TV e 3D estereoscópico. O recurso mais interessante que eu curti, claro, é o 3D, pois eu fiquei impressionado quando eu vi o filme Avatar (do James Cameron) numa TV de um amigo, mostrando os efeitos 3D impressionantes de profundidade e de “salto de tela” (por exemplo quando o personagem usa uma arma e o cano da espingarda “sai da tela” com o movimento da arma). Só que para usufruir dos recursos é necessário o uso de óculos especiais, e a TV vem com 4 óculos para ver os “efeitos 3D”, que são usados em filmes e nos games.
Esta análise é mais focada no uso com o Playstation 3 e alguns aplicativos do SmartTV, pois o meu foco de uso é com o videogame. O preço sugerido da TV no varejo é de R$ 2899,00 em média, podendo ter descontos dependendo do site/loja. O Playstation 3 é o videogame com mais games com suporte ao 3D estereoscópico, com mais de 80 games com suporte à tecnologia, tendo sempre novos lançamentos com este recurso.
Principais especificações Técnicas
Imagem/Tela | |
Medida diagonal da tela (mm) | 107 cm |
Medida diagonal da tela (pol.) | 42 polegadas |
Resolução no Painel | 1920 x 1080p |
3D | Dual View Gaming*, Ajuste da profundidade 3D, Conversão de 2D para 3D, Detecção automática 3D |
Proporção da imagem | 16:9 |
Brilho | 360 cd/m² |
Contraste dinâmico de tela | 500.000:1 |
Aprimoramento de imagens | Pixel Plus HD, PMR (Perfect Motion Rate) de 240 Hz |
Aplicativos da Smart TV | |
Online TV | Catch-up TV, Locadora de filmes online, Navegador de Internet Aberto |
Controle | Aplicativo MyRemote (iOS e Android), Compatível com teclado e mouse USB |
SimplyShare | Navegador de mídia USB |
Programação | Pausar TV |
Som | |
Potência de saída (W RMS) | 20 W (a 10% de DHT) |
Recursos de áudio | AmbiwOOx, Nivelador Automático de Volume (AVL), Clear Sound, Incredible Surround |
Conectvidade | |
Número de conexões HDMI | 4 |
Número de componentes em (YPbPr): | 1 |
Número de conexões de AV |
1 |
Número de conexões USBs | 3 |
Conexões wireless | Certificado para Wi-Fi |
Outras conexões | Antena tipo F, Ethernet LAN RJ-45, Saída de áudio digital (óptica), Entrada VGA do PC + Entrada E/D de áudio, Saída para fone de ouvido, Conector de serviço |
Recursos de HDMI | 3D, Canal de retorno de áudio |
EasyLink (HDMI-CEC) | Transição de comandos do controle remoto, Controle de áudio do sistema, Modo de espera do sistema, Adicione o recurso Plug & play à tela inicial, Deslocamento automático de legendas (Philips), Pixel Plus link (Philips), Reprodução com um toque |
Aplicações de multimídia | |
Formatos de reprodução de vídeo | Contêineres: AVI, MKV, H264/MPEG-4 AVC, MPEG-1, MPEG-2, MPEG-4, WMV9/VC1 |
Formatos de reprodução de música | AAC, MP3, WMA (v2 a v9.2) |
Formatos de reprodução de imagem | JPEG |
Resolução de imagem suportada | |
Entradas do computador | até 1920 x 1080 a 60 Hz |
Entradas de vídeo | 24, 25, 30, 50, 60 Hz, até 1920 x 1080p |
Praticidade | |
Fácil de instalar | Identificação automática de produtos Philips, Assistente de conexão de dispositivos, Assistente de instalação de rede, Assistente de configurações |
Fácil de usar | Botão Home com funções centralizadas, Manual do usuário na tela |
Ajustes do formato da tela | 16:9 expandido, 4:3, Preenchimento automático, Zoom automático, Expansão da imagem para 16:9, Super Zoom, Sem escala, Widescreen |
Indicação da intensidade do sinal | SIM |
Firmware atualizável | Assistente de atualização automática do firmware, Firmware atualizável via USB, Atualização online do firmware |
Guia de programação | Guia eletrônico de programa para 8 dias |
Sintonizador/Recepção/Transmissão | |
TV Digital | DTV |
TV interativa | DTVi |
Reprodução de vídeo | NTSC, PAL (todas as versões) |
Alimentação | |
Alimentação | AC 110 a 240 V, 50 – 60 Hz |
Temperatura ambiente | 5°C a 35°C |
Consumo de energia no modo de espera | < 0,15 W |
Recursos de economia de energia | Timer de desligamento automático, Modo econômico, Sensor de luz, Picture mute (para rádio) |
Consumo de energia | 80 W |
Acessórios | |
Acessórios inclusos | Cabo de alimentação, Controle remoto, Duas pilhas AAA, Base giratória de mesa, Manual do Usuário, Guia de início rápido, Adaptador para cabo AV, Adaptador para cabo componente, Guia de início rápido da Smart TV, 4 óculos 3D Passive, Adaptador Wi-Fi USB PTA127 |
Acessórios opcionais | Câmera para Skype PTA317, Óculos 3D PTA417, Óculos 3D PTA426, Kit de óculos 3D para jogos PTA436 |
Para ver as especificações completas consulte esta página.
No Playstation 3
Rayman Origins
No PS3 os testes foram em diversas etapas, com o uso do 3D estereoscópico e na FullHD normal, alternando os games. Para efeitos de organização, vou dividir em 2 seções, começando pelos games normais e depois com o 3D.
Darksiders II – O primeiro game testado, na véspera da devolução do game na locadora. Já comentei anteriormente que numa TV comum (mesmo com cabo de vídeo componente) a parte dos menus fica quase ilegível, por conta da fonte pequena. Durante quase toda a minha progressão eu tive de deduzir quais eram as habilidades e quais armas poderia usar, me baseando apenas no efeito de verde (que indicava que uma nova arma é melhor que a que eu tinha equipada). Na TV Full-HD, claro, essa situação muda, e nesta o game fica legível e límpido. Também percebi que o game tem gráficos razoáveis, em contraste com cenários de fundo , que são soberbos em algumas fases.
Rayman Origins – Aqui veio a constatação que muita gente já sabe: Rayman Origins é o game 2D mais bonito que eu já vi, e a TV realça ainda mais as cores vibrantes e o verde de algumas fases. A tela grande também ajuda bastante quando a câmera do jogo afasta em alguns momentos. Fico imaginando a próxima geração de consoles, com a maioria dos games de consoles vindo a 1920 pixels de largura para aproveitar totalmente o FullHD. O visual ficará praticamente perfeito.
Abaixo tem 2 vídeos do jogo, mostrando um pouco da potência da TV com o Full-HD.
Max Payne 3 – Da parte normal foi o melhor game dos primeiros testes, onde praticamente não vi nenhum problema visual aparente, e a cidade de São Paulo impressionou ainda mais na tela grande (nas fases mais abertas). Imagino que o Grand Theft Auto 5, que será lançado ano que vem, ficará ainda melhor.
3D estereoscópico
A TV tem diversas opções de 3D, desde converter uma imagem em 2D ou mesmo usar o 3D real, caso o jogo tenha esta opção. Neste post tem uma listagem dos games do Playstation 3 com suporte ao 3D estereoscópico, e cheguei a testar alguns deles que eu tenho aqui. O 3D não fica como padrão e por isso tinha de configurar manualmente cada jogo, em 2 etapas: setar o game com esta opção e depois setar a TV.
Killzone 3 (Multiplayer) – o primeiro game testado e o primeiro impacto real no 3D de profundidade. O teste foi apenas na versão multiplayer, que comprei separadamente na PSN Store anteriormente. Tentando explicar, é como se você estivesse olhando para uma janela com a fase logo atrás, simulando o efeito de profundidade. Os gráficos ficaram um pouco piores que na versão normal e com muita iluminação de objetos, mas ficou jogável. Outro efeito que eu não tinha visto antes numa TV comum é na quantidade enorme de partículas brancas aparecendo na sua frente, por conta das fases com neve e em fases com plantas, mostrando os (prováveis) insetos voando na sua frente. Claro que esses efeitos não saem da TV, ficando apenas “dentro dela”.
Gran Turismo 5 – Efeitos 3D quase mais tímidos e algumas vezes mais imperceptíveis. Só nos menus, com a exibição de algumas cenas, que o 3D teve mais impacto visual (por exemplo: quando mostra os mecânicos mexendo num carro de kart). Durante as corridas o efeito não foi tão impactante, apesar da interface (HUD) ficar “flutuando na tela”. Pelo menos a parte gráfica não ficou “piorada” igual ao Killzone, e a configuração de 3D é mantida após o desligamento do jogo, bastando depois ativar o efeito na TV.
Gran Turismo 5
Batman: Arkham City – Novamente entra aqui o efeito de profundidade e o Batman aparenta ter forma 3D. Pode parecer estranho essa frase, mas é como se o Batman, mesmo sendo em 3D, fosse de fato em 3D. O que destaca mesmo são os cenários, com os efeitos de profundidade nos cenários mais próximos. O problema de usar o recurso é que durante os combates, com a movimentação constante de câmeras, eu fiquei um pouco zonzo. Acho que não jogaria muito tempo com o 3D ligado, optando mais pela versão normal.
Super Stardust HD – Uma experiência visual impressionante! Dos poucos games testados inicialmente, o Super Stardust HD é o melhor até aqui. Logo no menu o game pergunta se você deseja jogar em 3D, e ao setar na TV o cenário de fundo (mesmo mostrando apenas as estrelas) já fica com um efeito muito bonito de se ver. Já a mecânica é simples: você controla uma nave e fica enfrentando inimigos e destruindo asteróides na órbita de um planeta. Até aí tudo bem. No 3D o planeta tem forma e profundidade e parte dos asteróides aparentam “sair” da TV, mas durante as explosões maiores (na hora que a sua nave explode, por exemplo) os efeitos saem da TV e vão na tua direção. As bombas fazem o efeito inverso: vão de fora para dentro da TV, num efeito impressionante e bonito. Se quiser mostrar a potência da TV, compre o jogo, pois são efeitos de cair o queixo!
Quanto ao Dual View Gaming, a TV tem suporte e até consegui acionar o efeito, mas eu não consegui testar com os óculos que vieram. Teria de comprar uma versão especial de óculos com suporte ao Dual View, que não é incluído junto com a TV. A TV também tem uma opção de converter uma imagem 2D em 3D e usei em alguns jogos, mas iria preferir a versão normal mesmo. Ainda mais em um Rayman Origins, com um visual 2D belíssimo das fases.
Smart TV
Para usar a SmartTV, é necessário a conexão com a internet, e a TV veio com um pequeno adaptador USB Wireless, e ao tentar conectar na minha rede a TV chegou a travar uma vez, tendo de desligar a TV pela tomada. Depois, ao voltar na tela de Smart a conexão já estava funcionando normalmente. Não usei muito o recurso, já que o meu foco é mais no uso para jogar, mas eu dei uma explorada básica em alguns aplicativos.
O aplicativo mais usado foi o Netflix, o serviço pago de exibição de filmes e séries por streaming (similar ao Youtube). Eu tive um problema inicial, pois o Netflix pediu a senha do Facebook para eu conseguir acessar a interface, e eu fiquei tentando logar com a conta normal várias vezes, sem sucesso e sem entender direito a mensagem de acesso, até a ficha cair e logar com as credenciais do Facebook. Complicado, pois acaba obrigando o usuário a ter de linkar a conta com a rede social pelo site. E no final de alguns episódios de séries que assisti, a exibição ficou bem lenta nos segundos finais, algo que não acontece com o Playstation 3. Já a imagem ficou com uma qualidade acima da média para algumas séries (tipo a Prison Break e Merlim), e achei interessante por ter apenas 2 MB de conexão com a internet. Nessas horas que queria poder colocar 10 MB para ver em qualidade HD os filmes e séries disponíveis.
Dos outros aplicativos, o Youtube também funcionou muito bem, apesar de não ter explorado todo o aplicativo. O ruim é que quando tem um vídeo com qualidade HD ele abre nesta resolução, e não consegui diminuir ela pelo aplicativo. Já o aplicativo do Facebook é relativamente simples, se limitando mais a mostrar uma prévia da atualização de um amigo, dividindo em 3 abas e mostrando apenas uma prévia. A experiência do Facebook no PC comum é bem superior.
Conclusões
A TV me impressionou bastante, pois pude fazer testes com mais tempo e pude jogar bastante vários jogos. O recurso do 3D é muito interessante, apesar de alguns games não terem tido feito implementações avançadas nesse sentido. O futuro é promissor, e por estarmos numa fase de transição de plataformas de consoles, os próximos videogames prometem ser mais poderosos, ainda mais com o suporte a resoluções mais altas. Na maioria dos games de PS3 a resolução padrão é 720p (1280×720) e são poucos os games que usam 1080p nativos. Na próxima geração com certeza veremos muitos games a 1080p, e aí sim a qualidade de imagem dos games mais “parrudos” (tipo um Uncharted ou mesmo um Need For Speed) chegará no patamar que as TVs de hoje oferecem. Já o recurso de SmartTV é mais indicado para quem quer conectividade com a internet pela TV.
Só não consegui testar o Dual View Gaming e a TV Digital, pois eu percebi que teria de comprar uma antena para receber o sinal digital da Globo (por aqui a EPTV, que retransmite o sinal, tem o sinal digital). Mas pelo menos para games eu gostei bastante dos resultados, e hoje os preços estão menores do que há alguns meses atrás, e a tendência é os preços ficarem ainda menores. Como a indústria do entretenimento irá fazer muitos games e filmes 3D, o recurso será mais utilizado e mais games e filmes poderão vir com suporte ao 3D estereoscópico.
Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!