Por algumas horas neste final de semana estive diante do improvável: de ver um game altamente promissor ter problemas, a ponto de quase se tornar uma decepção.
Project CARS foi lançado esta semana com pompas, por ter nascido do crowfunding em uma época onde o Kickstarter não existia e não era tão popular. Por estar em desenvolvimento contínuo e sempre vigiado pela comunidade de entusiastas de corrida, com opções para os amantes da simulação, muitas customizações gráficas e, para os novatos, sistemas de assistência para não ser tão frustrante. Durante o desenvolvimento do game, a Bandai Namco abraçou o jogo e decidiu distribuir ele, se tornando mais competitivo, apesar de ter tido alguns atrasos pontuais no lançamento (mas nada que pudesse prejudicar o hype da comunidade, e como no PC os jogadores que ajudaram no financiamento já tinham acesso ao jogo, então para muitos a espera não foi tão dolorosa).
Mas tem um detalhe interno no jogo que me fez ficar muito irritado: o atraso gráfico no processamento gráfico do jogo, principalmente na hora da freada e da arrancada do carro, onde o ambiente “ficava numa espécie de câmera lenta” na freada, e na hora de acelerar parecia que o jogo “avançava no futuro”, processando o visual do jogo e dando a sensação de que você está avançando um vídeo numa velocidade mais rápida.
O game tem um modo carreira, mas como é algo um tanto quando invisível no menu (você tem de ler bem pra identificar a opção bloqueada, e depois criar uma nova carreira num botão abaixo) eu fui tentando algumas corridas solo pra começar, e nesse ponto o game é bem flexível, dando muitas pistas e diversos carros pro jogador escolher. Quando escolhia um carro e fazia uma corrida rápida, toda vez que eu freava dava essa “sensação horrível” de vídeo sendo passado rapidamente no visual do jogo, e comecei a temer que o meu PC não iria rodar o game direito. Aí eu abria as configurações e tentava entender que a configuração mínima era bem abaixo do meu PC atual, e que o game rodava lindamente bem quando eu não brecava, mas ficava impraticável jogar com a sensação de “queda de framerate”.
Decidi caçar infos recentes, e parece que o game não está se dando bem com placas AMD e que eles iriam corrigir isso. Mas como eu tenho uma Geforce (GTX 650 Ti), então acreditei que não seria um problema gráfico, mas poderia ser algo na CPU, por conta do atraso no processamento. Novamente fiquei cabrero, por conta de ter um Core i5, um processador de ponta, e tenho 8 GB de RAM, o que já é uma configuração razoável em questões de custo-benefício. Outra questão é que isso só estava acontecendo no PC e não lembrava de ter percebido isso quando joguei o game na BGS (onde joguei na versão do PlayStation 4).
Por várias tentativas, trocava de carro e de pista e estava tendo o mesmo problema. Por esta jogando com controle emulado (não tenho $$$ pra volante, apesar do volante ser mais recomendado para este tipo de game) então comecei a desanimar de ter feito uma compra equivocada. O GRID: Autosport não tinha esse problema, eu consigo jogar o Lords of The Fallen sem problemas aparentes aqui, e até o Call of Duty: Advanced Warfare rodou sem problemas. Então o Project CARS deveria rodar também sem problemas, por conta das configurações mínimas serem relativamente leves.
Nas minhas buscas, achei este artigo do Segment Next, onde eles citavam para “deixar o Force Feedback” com zero, mas como eu nunca achava essa opção, eu estava praticamente entregando os pontos. Reduzi as configurações gráficas pro mínimo, desliguei quase todos os efeitos (só mantive o aliasing em FXAA) e estava na mesma. Então abri as opções de controle e achei a opção, que estava setada por default em 100 e na última opção do menu, e reduzi pra zero.
Resultado: eliminação total da “impressão de atraso gráfico”, deixando o game próximo dos concorrentes e mais jogável. Por ter escolhido inicialmente a opção “Amador” quando liguei o game pela primeira vez, o jogo traz uma jogabilidade mais “realista”, mas não a ponto de ser um “simulador 100%”, se tornando um “meio-termo”. Difícil dizer se na opção “Novato” teria o Force Feedback habilitado, e parece que a opção é mais voltada para quem joga com volante e com visão de cockpit. Mas como não tenho todas as condições ideais de jogo (no PC ainda uso um monitor de 17 polegadas antigo e com resolução de 1280×1024) então a primeira impressão não foi tão boa quanto gostaria que fosse.
Se você comprou o game no PC e está tendo o mesmo problema, tente mudar essas configurações e recomendo também pesquisar por aí quanto aos outros problemas. Os atrasos garantiram um game mais refinado e polido, mas certamente os jogos atuais não estão livre de falhas, e como o game é bem promissor, espero me divertir mais agora com isso desabilitado. E na falta de um console next-gen, o PC está servindo bem para ter acesso a jogos que não irão mais aparecer no PS3 e no X360. A nova geração pra mim está sendo mais no Steam e no PC do que optar por comprar um console só por conta de 1 jogo (no caso o Bloodborne) e ainda dá pra segurar o orçamento e não gastar “o que você não tem” num aparelho que ficará potencialmente sem uso, por ainda estar jogando muito o World of Warcraft e fazer raides semanalmente.
Com o Project CARS e outros jogos recentes de PC, espero poder diversificar mais nesse ponto, e devo comentar mais sobre o game por aqui posteriormente. Ainda não dá pra recomendar o jogo, mas ando querendo fazer mais impressões por aqui com as minhas progressões no modo carreira.

Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!