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Relato de um curso de desenho – Parte 01

Desenhando - Curso

Há alguns meses atrás eu decidi procurar (e quem sabe fazer) um curso de desenho artístico. Alguns podem pensar: pra quê? Como eu tenho interesse direto em desenvolvimento de jogos, um curso desses iria me ajudar muito. Como eu tenho interesse especificamente por game design, eu teria de ter noções de planejamento, e ter habilidades artísticas podem ser interessantes para me ajudar a criar um game design.

Então eu consegui arrumar um curso de desenho aqui em Varginha na época e decidi entrar, depois que paguei a última prestação do Playstation 2.

O interessante de ir numa escola de desenho é que eles mostram os desenhos dos outros alunos, e isso acaba animando o iniciante, mesmo ele não sabendo quando que ele chegará ao nível de conseguir criar um desenho direto da mente e com qualidade boa. Fora isso tem o lance do foco (que explicarei mais abaixo) do aluno. Fiz a matrícula e na primeira aula o professor me mandou tentar copiar um desenho qualquer.

Eu não sabia, mas ele queria ver a minha coordenação e os meus traços, e não se eu conseguiria ou não copiar o desenho. Logo de cara ele viu que eu era bem iniciante. Este tipo de teste é para ver se a pessoa já tem alguma noção de desenho, já que muita gente começa a desenhar desde criança e já começa nos níveis intermediários (ou mesmo avançado) de um curso desses.

Com isso o meu professor me disse a realidade do curso de desenho: o começo seria um caminho bem tortuoso, com exercícios de coordenação motora, e depois copiando desenhos simples e ir evoluindo, até chegar com desenhos mais complexos.

Fora isso tem o desempenho do aluno. Um curso de desenho é diferente de um curso normal, já que cada pessoa vai aprender de uma maneira diferente e com velocidades diferentes. Não existe um atendimento individual ao aluno, que seria mais ideal para melhorar o conhecimento do aluno. Mas você vê isso numa escola comum de ensino fundamental? No curso de desenho, por ser poucas pessoas por turma (atualmente o número máximo de alunos por aula é oito) o professor atende individualmente, e com isso nas aulas eu convivo com alunos de outros níveis do curso de desenho.

E ainda tem a idade. Eu tenho 22 anos (to fazendo 23 hoje! ) e tem adolescentes e pessoas com idade superior a minha estudando na mesma aula. E alguns com mais tempo de desenho. Na sexta-feira, por exemplo, tem um grupo de 3 pessoas (duas mulheres e um homem) que já criaram um fanzine e deixaram nas bancas da cidade, fora a distribuição que eles fazem para amigos e outros.

Por fim, temos o foco do desenhista. Cada um tem um interesse distinto. Pelo que eu percebi, a maioria tá mais interessado em mangá. Eu também gosto de mangá, mas o meu foco é outro. O meu foco é character e level design. Ou seja: desenhar cenários (de preferência urbanos) e personagens, para que eu possa fazer esboços dos cenários e personagens que eu vou criar para aquela estória. Tudo bem que numa equipe média de desenvolvimento de jogos pode ter um artista 2D, mas se eu desenho, ficará mais fácil. Fora que eu também tenho interesse eu ficar apenas na parte artística do jogo (como modelagem 3D). Hoje sou programador, mas o sofrimento mental que a gente sofre é muito maior do que um artista, que não precisa ficar pensando em linhas de comando e lógicas difíceis para desenhar. Aí basta ter o talento, que pode ser alcançado por gente que não tem dom para desenho, mas demora mais do que o usuário aprender a programar.

Tudo na vida é prática. É como se fosse um jogo: você sempre está evoluindo, e no dia seguinte você está melhor do que o dia anterior. E praticar bem pode ser o caminho para o estado da arte do seu conhecimento. Um jogador de futebol fica bom porquê treina direto. Um desenvolvedor de games também: sempre uma continuação de um game pode ser melhor do que a anterior, já que os desenvolvedores adquiriram conhecimento ao criar o jogo e podem usar este conhecimento, melhorar e criar algo melhor.

Na segunda parte desta nova série de posts vou postar os meus exercícios de coordenação motora, que eu tive de passar para aprender os macetes básicos do desenho artístico. Até lá!

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