Tava aqui fazendo uma reorganização do meu blog pessoal e achei um texto que pode ser interessante ressuscitar e republicar. O assunto comenta sobre os dois principais tipos de RPGs e foi redigido em 2 de junho de 2007. Espero que vocês gostem!
Este post será para falar de um dos gêneros mas comuns dos videogames: os jogos de RPG. A série Final Fantasy (por exemplo) é, para muitas pessoas, a melhor série de jogos de RPG já criados. O RPG é um estilo de jogos onde tem alguns personagens principais e o jogador segue em uma aventura, onde estes personagens interagem com outros personagens num mundo virtual, tendo uma história ao fundo. Os personagens tem alguns atributos que, com o passar do jogo, sofrem alterações (a chamada experiência). Tudo bem que esta não é a melhor definição de um jogo de RPG, mas é a melhor que eu posso tentar mostrar aqui.
O estilo é similar aos jogos de RPG de mesa, que, em sua definição, são role playing games, ou, em tradução livre, é um jogo de interpretação de papéis (ou jogo de interpretação de personagens). Num RPG clássico, o jogador cria um personagem (com atributos, vantagens, desvantagens, cria a sua história e define suas características), e insere este personagem num mundo qualquer, onde o jogador simplesmente vive com este personagem, participando de aventuras. O RPG clássico é feito tudo na imaginação, onde o jogador (jogadores, já que o RPG clássico não dá para jogar sozinho), sendo orientado por um mestre (que seria o narrador da história, e a única pessoa que conhece como que a aventura acaba e onde ele pode definir as regras dela), imagina uma determinada situação.
Bizarro? É claro que muitos vão achar estranho você apenas imaginar que está enfrentando um dragão vermelho usando apenas uma espada! Ou você tendo de roubar (isso mesmo: roubar) um guarda para que você possa continuar a aventura (imaginária) onde, no final das contas, você se depara com uma princesa presa por um demônio com chifres e usando um chicote flamejante!
Acredite, isto é o passatempo predileto de muita gente. E a maioria são pessoas adultas! Mas, pô, é a imaginação! Sim, mas é divertido você tentar se desligar um pouco do mundo e viver num mundo de fantasia. Onde você pode se tornar um ladrão e roubar a chave de um guarda. Isso num mundo imaginário, onde você pode fazer coisas que não iria fazer na vida real (mas é claro que até no mundo de fantasia tem regras definidas e leis contra ladrões!). Não vá tentar ser um ladrão na vida real! E não sou responsável por qualquer ato ilegal que você vá fazer algum dia!
Mas quem criou tudo isso? Na minha opinião, a mãe dos RPGs clássicos é a mitologia clássica. Mitologia é o estudo dos mitos. Tiago Cordeiro faz uma definição interessante dos mitos:
Mitos são narrativas repassadas de geração para geração e que explicam os principais acontecimentos da vida por meio do sobrenatural. Mais do que isso, são histórias que, em conjunto, explicam e justificam a existência humana.
Todas as culturas atuais tem mitos. Talvez o país que sempre vem na mente das pessoas sobre isso é a Grécia. Os gregos criavam mitos para explicar os fenômenos naturais que, na época, não eram explicáveis sob o ponto de vista científico.
Já o pai dos RPGs, para mim, é uma pessoa chamada John Ronald Reuel Tolkien. Ou JRR Tolkien (foto ao lado). Alguns podem nem ter visto este nome antes, mas deve ter ouvido falar do filme O Senhor dos Anéis. O Tolkien é o autor do livro de mesmo nome, que considero a melhor história de ficção medieval já criada. Tudo bem que é uma opinião pessoal, mas todos os jogos de RPG (e autoras como a JK Rowling, criadora do Harry Potter) beberam da fonte de Tolkien (diretamente ou não). A história do Senhor dos Anéis pode ser resumida em: um hobbit (hobbits são criaturas fantásticas similar aos humanos, que vivem em algumas vilas e tem estatura diminuta) descobre que tem um anel de grande poder (que deixa a pessoa invisível), e descobre também que o dono deste anel (Sauron) quer ele de volta, para dominar o mundo. Então ele tem que cruzar o mundo carregando este anel e levá-lo até a Montanha da Perdição e destruir este anel lá (é lá onde o anel foi criado e o único local que ele pode ser destruído. A montanha fica dentro do reino de Sauron, chamado de Mordor). Durante a viagem, eles conseguem a ajuda de outros seres (humanos, anões, elfos) e vivem algumas aventuras.
Tolkien baseou sua história em mitologias européias, e era tão perfeccionista que ele acabou criando um universo próprio, cheio de detalhes, com mitologias próprias, fatos históricos, vegetação, e outros. E os RPGs clássicos se basearam em parte desta fonte para poderem divertir os usuários.
Desses RPGs normais, depois de algum tempo surgiram os videogames, e com isso, os primeiros jogos de RPG. O primeiro jogo realmente de RPG foi The Legend of Zelda (imagem acima), onde Shigeru Miyamoto conseguiu criar duas das franquias mais sucedidas do mundo dos games: Zelda e Mario. Não sei afirmar se o Miyamoto bebeu da fonte de Tolkien, mas, pelo documentário A Era do Videogame
Com o passar do tempo, muitos jogos foram surgindo, como os primeiros Final Fantasy, e a tecnologia dos games começou a evoluir, onde os games de RPG chegaram a um nível de qualidade tamanho que ninguém acreditava que chegaria. Jogos como Final Fantasy VII, The Legend of Zelda – Ocarina of Time, Star Ocean 2 – Second Story (com 86 finais diferentes!), só para citar alguns, começaram a popularizar o gênero. Fora isso, tem a popularização da internet, que auxiliou o surgimento dos primeiros jogos multiplayer (vários jogadores jogando ao mesmo tempo), como Ultima Online. E muitos games ainda vão surgir, para alegrar os dias dos jogadores, com histórias fantásticas e complexas.
Exemplos de RPGs clássicos
Nesta seção, vou mostrar alguns RPGs clássicos, e na seção seguinte, alguns exemplos de RPGs eletrônicos (games).
D&D – talvez um dos mais famosos RPGs clássicos da história. Derivado do AD&D (Advanced Dungeons & Dragons), o D&D (Dungeos and Dragons, ou, em tradução livre, significa Masmorras e Dragões) é um RPG medieval, onde você pode jogar em diversos mundos diferentes (como o Forgotten Realms, um dos mais famosos do jogo).
Vampiro – Aqui você pode jogar como um vampiro, onde você define o seu clã e define atributos e características acerca desses clãs.
3D&T – RPG criado pelos editores da Dragão Brasil, também medieval.
É claro que existem muitos outros jogos de RPG (como um baseado no Senhor dos Anéis, Gurps, Lobisomem) e variações, como os cardgames (por exemplo o Magic. The Gathering, retratado na imagem ao lado), e outros. Existe também a possibilidade de você fazer um teatro baseado nos jogos (chamado de Live Action), onde os jogadores se vestem a caráter e jogam ao ar livre. E aí esses jogos acabam virando alvo de polêmicas pela comunidade, já que como o Live Action é quase uma representação teatral (e conseqüentemente “quase” real) podem acontecer abusos por parte dos jogadores, como ferimentos. Mas não quer dizer que esta atividade seja perigosa, pois qualquer diversão tem seus riscos. A polêmica que existe em torno dos RPGs é que já ocorreram mortes de jogadores que a polícia acaba associando aos próprios jogos, mas os crimes são cometidos por pessoas que não estão ligados aos próprios jogos de RPG (para mais informações, leia RPG INOCENTE – O RPG não influenciou NENHUM crime no Brasil).
Exemplos de RPGs eletrônicos
Final Fantasy – Talvez a série de RPGs mais famosa da história dos games. É difícil encontrar algum gamer que nunca ouviu falar do jogo ou da palavra Final Fantasy. Fora que até hoje já saíram mais de 15 jogos diferentes, para as mais diversas plataformas de games, desde o NES (um dos primeiros videogames da Nintendo, lançado em 1983) até o Playstation 3, com o Final Fantasy XIII.
Zelda – Considerado por muitos o primeiro game de RPG, Zelda é um dos games mais famosos do mundo e foi criado por Shigeru Miyamoto. É ambientado no mundo de Hyrule, e mistura elementos de ação com jogos de RPG.
Ultima Online – Primeiro RPG online do mundo, que introduziu o conceito de MMORPG (Massive Multiplayer Online RPG), onde muitos jogadores jogam ao mesmo tempo, num mundo virtual (e neste caso, medieval).
World of Warcraft – O jogo online mais famoso do mundo, com mais de 12 milhões de jogadores, ambientado num mundo medieval. É do mesmo estilo que o Ultima Online.
Referências e links relacionados
CORDEIRO, Tiago. Os sonhos de um povo. Superinteressante Especial: O Livro das Mitologias. São Paulo: Outubro, 2006. 231-A ed. 7 p.
Tipos de RPG. Wikipédia. Acesso em 02/06/2007.
O Senhor dos Anéis – Biografia e Bibliografia do Autor. Devir. Acesso em 02/06/2007.
A história do videogame. UOL Jogos. Acesso em 14/02/2010.
Magic The Gathering. Wizards of the Coast. Acesso em 02/06/2007.