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Opinião: A saga da mítica +15 em World of Warcraft: Legion, o Raider.io e as mudanças para virar mais casual

Tem horas que eu penso se vale a pena algumas coisas no World of Warcraft: Legion, sobretudo na questão de progressão de raides heróicas e as masmorras míticas+. Quando o Legion foi anunciado, diversos elementos da franquia Diablo foram adaptados ao MMO, que na teoria são bacanas, mas na prática se tornaram um inferno, como a questão dos equipamentos lendários, pois só com os lendários certos que os jogadores mais dedicados poderiam maximizar o seu DPS/cura/tanque, e isso faz diferença na disputa de um raid spot numa guilda maior. Quem bate mais tem mais chances de diminuir as possibilidades de um wipe numa try de raide mítica, e aí vem a questão do grind, que ficou ainda maior na expansão atual, fazendo com que diversas guildas e raiders hardcores virassem casuais (em termos, já que eles abandonaram mítico, mas ainda fazem até o heróico).

As masmorras míticas + são a versão “Diablo III” das Fendas Nefalém maiores, com as pedras-chave. Com níveis que podem chegar ao infinito na teoria, mas na prática tem um limite (no WoW Progress o máximo que os jogadores chegaram no patch mais recente foi na dificuldade 25, mas tem vídeos por aí dos jogadores fazendo uma +26) ela se tornou uma ótima opção para obtenção de novos equipamentos, diminuindo as questões de distribuição de loot nas raides e oferecendo uma alternativa para equipamentos que não são do tipo “conjunto”. Claro que apenas nas dificuldades mais altas que temos equipamentos bacanas, mas as raides ainda são mais atraentes quando tem equipamentos com ilevel maior. É relativamente mais fácil fazer uma try heróica com pug nos primeiros chefes toda semana em Antorus (por exemplo), do que ficar tentando pedras-chaves mais altas, que apesar de serem mais rápidas, a chance de vir algo bacana é menor (pois se o grupo falhar, pode ser que nem todo mundo consiga algum item, e a perda de tempo é relativamente maior).

Aí que está um aspecto que eu ando cada vez menos gostando do jogo. O grind semanal. Toda semana os jogadores tem de fazer a raide, enfrentando os mesmos chefes na esperança de vir um loot, mas quando tem apenas os 37 de gold vem aquele desânimo momentâneo. “Poderia ter sido eu a ganhar aquela peça de tier 965 forja titânica, e não o hunter ao lado” e frases similares, isso para os mais apressadinhos (já que uma hora as peças caem na dificuldade, mas tem de ficar repetindo os chefes semana após semana). Para as masmorras míticas+ acaba sendo relativamente mais tranquilo obter equipamentos, só que o grind acaba sendo massivo, também toda semana. Só que tem sempre algo além, e aqui a gente entra no campo dos jogadores hardcore: a pedra-chave +15, ou o limiar entre habilidade com a classe, aliado a uma composição otimizada, enfrentando 3 afixos cruéis e aleatórios toda semana. Nesse meio tempo também entrou na equação o Raider.io, hoje se tornando um dos sites mais conhecidos e acessados dos jogadores de Warcraft que querem “se puxar”.

E então começaram os meus problemas e triunfos.

13 masmorras, das mais fáceis as mais insanas

Se tem um aspecto que eu curti bastante no Legion é na questão dos novos conteúdos que foram lançados durante a expansão. A Blizzard corrigiu um aspecto criticado do Warlords of Draenor, onde a cada patch principal tivemos nova raide, masmorra e, muitas vezes, até mesmo novas locações pra explorar, apesar de algumas delas não terem sido muito extensas. A Costa Partida é ok, mas veio com as construções temporárias como a Torre dos Magos e seus desafios, deixando os jogadores ocupados. Os patchs mais recentes, trazendo Argus, também ofereceram quests novas de história, novas missões mundiais e uma nova masmorra. As adições extras na expansão foram a Catedral da Noite Eterna e a Sede do Triunvirato, junto com a divisão de Karazhan em 2 masmorras, e com isso a expansão totalizou 13 masmorras individuais.

Da questão das pedras-chave míticas+, o objetivo é de evoluir a pedra e tentar ir até o máximo que se possa conseguir. Sempre em um começo de expansão é tudo as mil maravilhas: jogadores animados em tentar fazer as pedras (principalmente para se prepararem para as raides), mais pessoas sempre oferecendo ajuda e recompensas interessantes, mesmo tendo o grind extremo de poder de artefato que muitos raiders tinham de fazer, e aquela busca por lendários. Em guildas e pugs tinham muitos jogadores, facilitando a tarefa. Mas era aquele negócio: você tem masmorras mais simples e curtas e masmorras mais extensas, por conta de mecânicas. Salões da Bravura, por exemplo, tem o primeiro chefe com mecânicas que, se não prestarem tanta atenção, acaba gerando um wipe quase instantâneo. Já a Gorja de Almas é uma masmorra rápida, que dependendo do grupo, dá pra completar em 10, 15 minutos, se tornando a “queridinha” dos “puggers”. Só que a Helya pode ser uma bela dor de cabeça se não prestar atenção na área.

World of Warcraft - Castelo Corvo Negro - Mítica

Fique vivo!

Com tantas opções, é de se esperar que as pedras-chave venham mais aleatórias do que nunca. E é aí que moram os problemas, sobretudo para quem não tem tantos amigos. O jogador normalmente consegue uma pedra-chave +2 e pode ir upando ela, desde que ele consiga completar a masmorra com o melhor tempo possível. Se ele completa antes de tempo xyz, ele pode upar a pedra em 3 níveis. Se ele demora um pouco mais, apenas 2 níveis, ou 1 nível se ele completa dentro do tempo, mas na margem limite. Se ele não completa, a pedra é “depreciada”, mas no começo da expansão a pedra era perdida, o que gerava ainda mais frustração dos jogadores.

Com a pedra-chave do jogador, ele tem algumas opções: criar um pug e esperar ter pessoas dispostas a ajudar, tentar numa guilda ou caçar um grupo de grind, que só tem masmorras como a Gorja de Almas. A de conseguir ajuda dentro da guilda é a mais interessante e menos custosa com relação ao stress, pois os jogadores jogam com amigos, quase sempre no mesmo idioma, com um Discord ou um vopi maroto, e mesmo que o grupo falhe, não tem tanta frustração. Mas pode ser que o jogador não tenha isso, ou ele tenha um horário insano de trabalho, nunca tendo gente disponível naquele momento. Ou os companheiros de guilda não estão afim. Você está interagindo com pessoas, e isso pode acontecer, e não é legal você exigir uma obrigação de alguém dentro do jogo (exceto se, por exemplo, você estiver numa guilda grande que tenha cores de mítico e os jogadores estejam upando alts…mas é outros quinhentos…). Com isso, sobram os pugs, e aí que vai começar a ralação.

Certas pedras-chave tem uma tava de interesse tão baixa que é muito difícil juntar gente, e esse problema se agrava em certas semanas. Uma Gorja de Almas é fácil de encontrar gente disposta a fazer, ou mesmo Karazhan Superior, que tem a menor quantidade de adds que eu já vi, mas Castelo Corvo Negro, que tem adds e chefes insanos, a nova masmorra Sede do Triunvirato (com aquele vai e vem naquele pátio enorme e destruindo portais) e os Salões da Bravura, olha, se aparecer alguém é porquê “ou o cara tem coragem”, ou ele está “upando o score” (jajá chegaremos nessa parte) ou ele quer algum item específico, mas em versões de “Forja Titânica”. 20, 30 minutos esperando aparecer mais gente, e dependendo do azar do jogador, aqueles gringos que entraram do nada deixam o grupo sem nem dar satisfação, iniciando de novo o processo. Um teste de paciência para o jogador, mas ele pode ir fazendo missões mundiais enquanto espera (ou não).

Com isso, upar uma pedra-chave hoje em dia se torna uma atividade excruciante, e que se torna ainda pior com o Raider.io. Sabe aquela velha história do adolescente que quer entrar no mercado de trabalho e encontra aquela vaga de emprego com a descrição de “olha, a gente tá contratando estagiário, mas tem de ter experiência”, sendo que ele não tem, e não consegue emprego? Pois é, agora isso acontece em maior escala no jogo, tudo por conta de uma pontuação. Conheça o Raider.io

O site e o add-on que medem a sua capacidade em masmorras míticas+

Hoje o Raider.io se tornou, provavelmente, um dos sites mais acessados do planeta para os jogadores de World of Warcraft. Acho que só perde pro site oficial, os fansites principais (WoWHead/MMO-Champion), o WoWProgress e o Warcraftlogs. Desde que o site começou a oferecer um sistema mais amigável de “pontuação”, aliado a um add-on que puxa essas informações (pois anteriormente o WoWProgress já fazia isso, mas de maneira bem menos amigável nos perfis), que os jogadores mais hardcores estão usando o sistema pra definir quem vale a pena chamar num pug de masmorra mítica+.

O site funciona assim: você completa uma masmorra, as tabelas do site oficial são atualizadas com os tempos do grupo e o site puxa as informações, computando em um valor específico o seu desempenho. Se você completa uma masmorra mítica de dificuldade baixa (uma +7, por exemplo) você tem uma pontuação que pode ficar em uns 80 pontos. Se você fecha uma +13 com bastante tempo no relógio, você tem uns 140 pontos. Agora se você conseguiu uma +15, dependendo da dificuldade e dentro do tempo a pontuação fica acima de 160 pontos. Mas se foi fora do tempo, mesmo sendo uma +15, o score fica pior, com uns 120 a 130 pontos, tendo valores bem variáveis.

Aliado a isso, o site agora tem um Add-On, atualizado diariamente, que mostra o score dentro do jogo em um popup. Agora não importa o seu ilevel, já que com isso essa informação está ao alcance dos jogadores hardcores e semi-hardcores.

World of Warcraft Legion - Raider.io na interface

Com isso, se você não tiver uma boa pontuação, as chances de você ser chamado pra fazer uma pedra-chave alta vão pra quase zero. Em muitos pugs, o jogador já pede um “score alto” (“2200+ CR, sem discussões”) ou “checking Raider.io”. Ou mesmo aqueles grupos insanos de uma +19 que só pedem score de 2600 pra cima. Se você pedir pra entrar num grupo desse, o dono da pedra irá simplesmente deletar a sua solicitação, rir da sua cara (ou achar ruim da sua ousadia, vai saber….), enquanto ele espera um jogador com potencial maior de habilidade e equipamentos. Sim, é cruel, e sim, isso é motivo pra que os jogadores procurem guildas com pessoas amigáveis e que não se preocupam com isso, só fazendo atividades com mais gente da guilda. Diversão em primeiro lugar, certo?

Agora vem uma das questões principais do post: “ok, eu ainda quero tentar e meu tempo livre me sabota, mas eu consigo ter um score bacana?” Sim, consegue, mas se prepare para perder muito tempo. Muito mesmo. Se prepare pra esquecer parte de sua diversão do jogo, começando a ir em todas as masmorras míticas do jogo. Todas mesmo: não importa o afixo, ou mesmo se aquele Hymdall é o cão chupando manga quando o afixo for o Tirânico: você terá de enfrentar ele, no melhor estilo Dark Souls (ok, melhor não comparar com o Dark Souls), e vencer de primeira! Wipou? Complete a masmorra (nada de largar o coleguinha na mão, vá até o fim) e tente novamente em outro grupo. A prática leva a perfeição!

E é aqui que mora boa parte da dificuldade, que tem em qualquer jogo. Você tem jogadores de todos os tipos, estilos, classes, jogadores habilidosos e os casuais. Você não tem ideia se aquele jogador ao seu lado é bom ou não é. Você não sabe se ele está de bom humor ou tendo problemas ao seu redor que possa influenciar a progressão na masmorra (treta doméstica? você nunca vai saber…). O companheiro de grupo pode ter um ilevel altíssimo, mas com nenhuma peça de conjunto da Tumba de Sargeras ou nenhuma peça de Antorus, ou está tentando juntar, mas não teve sucesso até então. Ou o cara tá com um alt. Ou ele não está nem aí pra tudo isso. Tudo é uma incógnita, que você só descobre depois, durante a progressão na masmorra. Aí o grupo começa a falhar muito num grupo de adds, dificultando a tarefa e o tempo começa a se esgotar (aqueles brutamontes que derrubam pedras na cabeça no Covil de Neltharion que o diga) e um deles perde a paciência e deixa o grupo, depreciando a pedra-chave do dono do grupo. Ou acontece o mesmo num boss. Ou você falha na movimentação pra escapar de algum elemento aleatório e morre na luta contra um chefe, sendo que o seu DPS é essencial pra matar o chefe rapidamente e sem ter tretas nos momentos mais críticos. Se o grupo for de jogadores honestos, aquela masmorra que demoraria só 20 minutos pode levar 1 hora pra ser completada. Você tem de ter isso em mente antes de entrar num grupo aleatório pra fazer uma pedra-chave alta. É muito tempo que você terá de separar para isso, e agora multiplique isso por 13, até você ter um “score aceitável”

E mesmo com um score aceitável, pode nem ser aceitável pros jogadores mais puristas. Eles querem alguém acima de 1700, 1800, ou 2K de score, e esse grupo de jogadores completam muitas masmorras míticas+ toda semana. É muito grind pra pouco esforço, diga-se de passagem.

Mesmo com todas essas dificuldades em mente eu decidi tentar. Então tive os piores dias deste ano no MMO.

Estresses diversos, Karazhan Superior e a composição overpower com Guerreiro/Ladino

Minha hunter já estava com ilevel alto, eu estava bem desanimado com o set atual de Domínio das Feras e já tinha conseguido o AOTC, garantindo o corvo azulado e estiloso do Haddgar. Estando com ilevels entre 942 e 945 acreditava que estaria apto a aguentar uma +15 sem muito problemas. Via jogadores com o mesmo ilevel que eu completando uma +15 sem problemas. E após ficar sabendo de todos os problemas do set atual de Antorus com a spec, veio novamente a treta de ter de jogar com outra especialização. Em Warlords of Draenor até que dava pra jogar melhor com Precisão “mais facilmente”, mas no Legion, com alterações na classe e com foco em Vulnerabilidade, além da questão dos lendários, transformaram a spec e deixaram ela voltada para os mais habilidosos. BM é pra quem tem vida fácil e curte jogar com os pets, e mesmo com uma boa taxa de dano single-player, a spec estava ficando para trás, deixando de ser recomendada por diversos jogadores.

Era uma sinuca de bico. Não gostava de jogar de precisão, mas conseguia ir bem de Domínio das Feras, já tendo todos os lendários da classe após meses e meses jogando.

Ainda assim decidi arriscar e comecei a upar uma pedra minha e a tentar melhorar um pouco meu score. Algumas masmorras até que são mais tranquilas, mas outras não. Castelo Corvo Negro: quase 1 hora de duração. Gorja de Almas: 32 minutos e falha em upar a pedra de outro jogador. Sede do Triunvirato…ah essa foi boa: eu tava com a pedra chave e demorou uns 40 minutos pra localizar gente, isso para uma pedra +5 !!! Aí a galera começa a falhar e resmungar no chat e eu peço calma. Alguém sair do grupo por pirraça era fácil, e todo o meu tempo seria perdido. Consigo upar a pedra com esforço, mas ficou só numa +2, e a nova pedra ficou no Pátio das Estrelas. Vou pro pátio, mais 20 minutos torcendo pra ter outros gringos se inscrevendo no grupo. A parte do pátio antes do segundo chefe não foi bem, mas a sorte é que eu estava mais esperto pra tirar o pet e pular de uma escada pra posição de alguns adds. Se os pets dessem a volta poderiam agrar mais bichos, e aí isso seria um desastre. Felizmente até que fui bem, apesar de tudo.

Raider.io - Exemplos de Scores

Meus scores até o momento. Acesse mais detalhes aqui.

Com um score na casa dos 1300 pontos eu decidi recomeçar a me inscrever nos grupos da +15. Rejeitado em um grupo qualquer na Gorja. Rejeitado em um do Covil de Neltharion. Ah, tem aquela Karazham Superior +14 de jogadores do Frostmourne, um servidor localizado em Sidney, na Austrália. A latência foi pra 400, e minha perforance foi um desastre, que só descobri depois. Ter lentidão pra executar movimentações quando se tem afixos como o Vulcânico e perder vida é muito ruim. Aliás, é até curioso a quantidade de jogadores de lá no mural das míticas+ se você tenta fazer isso no período da manhã aqui no Brasil. Fui no grupo e fui aceito, e os jogadores praticamente obliteraram os inimigos O Medivh? Não deu nem pro cheiro! Ele nem fez a habilidade de se transformar em 3 corvos, pois ele foi dizimado em 1 minuto de luta. Composição: tinha um monge e um guerreiro de DPS, que já tinham progressão mítica na Tumba de Sargeras, com diversos chefes derrotados. Alta taxa de burst, chegando a 3 milhões de dano. Por mais que eu consiga 2M com a hunter no começo das lutas, era uma diferença abissal. A pedra +14 virou uma +16 e um dos caras jogou no chat a descrição da pedra. Eu, como um tapado que sou e franco demais com as pessoas, fui honesto e falei que eu não teria capacidade pra fazer uma dessas ainda, pois faltava set de Antorus e precisava treinar mais…ah se arrependimento matasse, eu teria ido de gaiato (é, seria relativamente carregado), e a pedra poderia ser upada de novo e eu teria a tão sonhada conquista da +15. Mas quis ser honesto, me removeram do grupo e o processo foi resetado.

Em outro dia de tentativas, continuava a tentar ingresso nos pugs da +15. Era rejeitado em quase todos eles por conta da pontuação do Raider.io. Enquanto que numa pedra-chave qualquer mal tem gente em qualquer masmorra, quando é uma +15 pipocam jogadores, que estão atrás da conquista e dos transmogs exclusivos que deixarão de ser obtidos na nova expansão. Com isso, a concorrência é grande e os jogadores mais habilidosos só vão chamar as composições certas de acordo com cada afixo. Hoje as classes guerreiro, monge e ladino estão entre as que mais estão batendo, e com isso classes menos favoráveis estão sendo deixadas de lado. Se na lista de pugs o jogador vê que aquele jogador tem um score alto, obviamente vai escolher ele do que você, não importa se você também tem um ilevel alto. Ou você upa a própria pedra-chave, ainda no risco dela depletar (pelo menos é apenas 1 nível, mas você perde tempo), ou você tem de continuar tentando.

Mas teve um grupo que me chamou. Karazhan Superior. Composição com um Guerreiro e um Ladino no DPS. Era a chance que eu precisava pra poder me livrar dessa tarefa. Frasco, comida, runa de aprimoramento, poções de burst. A gente vai bem até o Curador e sofre um wipe, e isso me deixou apreensivo, por conta de movimentação. Eu já tinha certos problemas de coordenação motora ao jogar normalmente (teclado ruim, cômoda ruim, mouse tosco, etc…aliado a não ter tanta grana pra melhorar esses aspectos no momento) e tinha de conseguir maximizar as movimentações e sobrevivência. O grupo mata o chefe e segurou o Hero pro Medivh. Nele, o grupo mata rapidamente, mas não sem ter a treta do chão congelado e tendo de ficar pulando o tempo todo com a barra de espaço. Foi insano, e o DPS foi pro limbo.

O grupo foi bem e eu era a ovelha negra do grupo, com um dano menor em muitas situações, mesmo fazendo o máximo que podia. Morri no Devorador de Mana por conta das interceptações das bolas de magia pra diminuir a habilidade, mas ainda estava dentro do tempo. E aos poucos eu fui entendendo que fazer uma +15 pra cima tem de ter um conhecimento elevado até em quais adds matar, algo que muita gente não tem tanto conhecimento quando se faz pedras-chave menores. Exemplo: o ladino chegou a dar SAP no guarda antes do Medivh, que tinha mais vida do que os normais, e isso fazia diferença. A gente chegou no Xadrez com 99% de Adds e o Xadrez contou como o último. Bem em cima pra ir pro chefe final. Wipe no chefe final e nova tentativa, com os jogadores se xingando no chat. Mais apreensão, mas mantive a cabeça fria. Antes da nova tentativa eu perguntei pra eles: se vocês tiverem Hero eu vou com o pet de ress. Um deles tinha e eu usei o Quílen no lugar do cão magma. O healer morre na segunda ponte e, no meio do caos, ativo a Coibição e consigo ressuscitar ele, mas acabo morrendo logo em seguida por conta das bolas de energia que estavam vindo de todas as direções (parecia até um daqueles jogos de navinha). O grupo mata e a chave ganha mais 2 níveis, com a conquista pipocando na tela.

World of Warcraft Legion - Mítica 15

Morto, mas a ressurreição salvou o healer, que salvou a galera

Após a realização, um dos jogadores pediu um loot que eu tinha conseguido: um anel 940. Passei pra ele como uma forma de agradecimento (era bom pra mim, mas novos equipamentos davam pra conseguir posteriormente) e pedi desculpas pela performance, que não foi muito boa. Mas é aquele negócio: a prática leva a perfeição, mas o grind acaba sendo um efeito colateral pesado demais em um MMO. Depende do jogador: eu curto demais os jogos da franquia Dark Souls, que são considerados de alta dificuldade nos consoles e PC, mas dá sempre pra “burlar” um pouco a dificuldade com um co-op, ou mesmo parar uma progressão e upar um personagem. No World of Warcraft o jogador opta por tentar peças de set heróico, mas dependendo da classe e da especialização, ele poderá ter problemas.

Acho que o maior problema das masmorras míticas+, e algo que agora deixou os jogadores cautelosos, foi a questão dos upgrades de dificuldade efetuados pela Blizzard, pegando os jogadores de surpresa. Ela fez isso pra manter a dificuldade relevante e condizente com o set atual de equipamentos. Só que o tempo de 1 semana pra fechar uma +15 dependendo da época é pouco tempo que o jogador tem pra conseguir esse desafio antes da mudança da dificuldade, exceto se ele já estava fazendo as masmorras com uma certa frequência. Mas chega uma hora que o grind se torna maçante e ele parte pra outras atividades.

Até que as masmorras míticas+ é um conteúdo bem interessante no MMO, mas dependendo da dificuldade, está ficando atraente deixar tudo isso de lado e partir só pra diversão descompromissada mesmo. Talvez fazer a dificuldade normal da raide, mesmo em grupos de guilda, ou talvez estar num core sem pretensão de ser hardcore, rindo e se divertindo durante as progressões. Muitos acabam se esquecendo um pouco disso, e por mais que sempre tenha gente que pense que “a gente também se diverte com conteúdos altamente hardcores”, está muito mais como uma exceção. Depende de cada jogador, mas sempre é bom ponderar se isso vale a pena pro psicológico do jogador, e no final das contas isso não valeu tanto a pena pra mim.