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Crônicas de um Gamer Ranzinza – Existe vida depois da Paternidade?

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Depois de algum tempo ensaiando, estou finalmente escrevendo novamente aqui no Select Game e estreando um nova coluna por aqui, para falar um pouco das experiências do meu dia a dia. E nada melhor do que começar com um tema um tanto quanto interessante: “E ai, me tornei Pai, vou jogar videogame feito um louco com meu filho no colo?”
Bom, pequeno Padawan, vou te dizer, a primeira certeza que eu vou dizer, as coisas não serão mais as mesmas, alguns hábitos terão de mudar, mesmo que você não queira.
Logo que seu herdeiro nasce, até que não muda muito, pois o bebê recém-nascido dorme muito, e depende bem mais da mãe do que de você, consequentemente você ainda tem bastante tempo para jogar, mas você já começa a pensar ao que você irá expor o seu filhote quando for o momento. Sério, não dá para achar bacana você querer jogar God of War com um bebezinho no colo, o mundo é virado e violento, e se der para evitar de expor seu pequeno por um bom tempo a isso, faça, além do que, eles são que nem esponja e ainda não sabem diferenciar certo e errado, então essa é a influencia que você está passando, de que a violência é legal e normal.
As coisas ficam mais complicadas conforme seu filho vai crescendo, pois na medida que ele vai entendo mais as coisas, ele quer acompanhar, ele quer ver (no meu caso é um menino, ele quer me imitar conforme vai crescendo), ele quer participar, e você mais do que nunca pensa no que vai expor seu filho. Essa geração tem acesso muito fácil a tecnologia e aprende muito rápido, meu menino tem dois anos, quase três, e sabe destravar o celular, escolher o jogo que ele gosta e se divertir. É nesse ponto que você tem que se sacrificar um pouco, se quer jogar algo mais pesado, espere ele dormir, senão jogue algo mais leve.
O principal ponto, crianças pequenas precisam e gastar energia, correr, se divertir com outras crianças, então risque da sua lista que ficar o dia inteiro no videogame é saudável, porque eu vou te contar a verdade, não é, a não ser que você queira criar uma criança sociopata e sem saúde. E não me venha com essa que videogame estimula inteligência e criatividade, porque é outra balela, você até tem jogos que estimulam raciocínio, que estimulam criatividade, mas mesmo estes tem que ser dosados. Uma criança precisa de sol, precisa exercer a criatividade com o lúdico, precisa gastar energia correndo e praticando atividades, e você papai, tem a obrigação de acompanhar e ajudar a criar esse ambiente.
Ainda me lembro de uma discussão que tive com um conhecido a algum tempo atrás, que ficou horrorizado quando eu disse que estava jogando Deux Ex a conta gotas, pois só jogava de noite quando todos dormiam e eu conseguia ficar acordado, e que eu não jogava esse tipo de jogo com meu filho por perto para não expor o mesmo a esse tipo de informação, e ele, uma pessoa claramente sem saúde, e sem noção alguma, discutia comigo que se eu não apresentasse o videogame para o meu filho, alguém faria, ele iria jogar na casa dos outros. Que ele jogava desde os 3 anos de idade e que isso nunca foi problema para ele. Claro, bem percebível, parecia um drogado falando da sua droga. Serio mesmo, pensei na hora, quero criar meu filho para não se tornar isso, quero que seja uma pessoa saudável.
Claro que eu não vou ser hipócrita e dizer que não jogo videogame com ele, e nem deixo ele jogar, ele já joga sim, mas dosado e controlado, quando jogamos juntos no console é somente alguns jogos que eu entendo que não vão fazer mal algum e vão estimular o raciocínio e inteligencia dele, e vou te falar, ele me surpreende, adora Sonic e Rayman, e se diverte jogando joguinhos no estilo de Puyo Pop.
Mas como disse, controlado, pois eu prefiro ver ele brincando de carrinho, correndo comigo pela casa, ou mesmo me acompanhando em meu passatempo preferido, a música.
Mas e o tema do artigo, e eu, como fico. Sim, tenho que me sacrificar um pouco, e como os horários para jogar ficam menores e mais fechados, você passa a selecionar bem mais o que vai jogar, quero um jogo que eu possa me divertir, e que não exija tanta imersão. Ou seja, não vou mais gastar 240 horas tentando platinar um Dark Souls da vida, vou preferir algo mais simples e mais rápido de jogar, e sinceramente, não estou fuçando cada detalhe do jogo, estou mais preocupado em me divertir e curtir o jogo. Se for entrar na imersão de um jogo, praticamente só jogarei o mesmo por muito tempo, e o jogo terá que me conquistar para isso. E também não vou ficar sofrendo para passar uma fase ou matar um chefe, se começar a por muita dificuldade no caminho, ou o jogo terá que ter me convencido de que eu devo seguir em frente, ou me dedicar a isso, ou eu vou é procurar outro que me divirta.
Conforme meu filho vai crescendo, sei que ele vai jogar e essa aproximação vai acontecer mais, e vai chegar a época que vamos estar jogando juntos ou disputando juntos alguma coisa, mas até lá, eu tenho que ter a consciência do que vou expor, do que vou fazer e como vou fazer, então é minha responsabilidade saber dosar e expor meu filho. E também me sacrificar e mudar um pouco dos hábitos se quero que ele tenha uma vida saudável.

6 comentários em “Crônicas de um Gamer Ranzinza – Existe vida depois da Paternidade?”

  1. Claudio Dos Santos Gonçalves

    Muito bom o texto. Sincero e equilibrado.
    Como pai de 3 meninos em fases diferentes da vida, concordo plenamente que temos de cuidar daquilo a que expomos nossos filhos.
    Cada fase da vida comporta assuntos diferentes. Vai chegar um momento em que talvez eles nos poupem de alguns assuntos… Até lá, vale a pena se sacrificar um pouquinho (de verdade, vale a pena se sacrificar muito por eles).

  2. Ursinhomalvado

    Resumindo, ter filhos é ruim para sua diversão (pelo menos com jogos).
    (Posso zuar porque não tenho, nem pretendo ter filhos. Também porque concordo com você, ter filhos demanda colocá-los em primeiro plano, abrindo mão de muitas coisas, videogame é apenas uma delas).

  3. Carlos Gabriel

    Muito bom o texto… É basicamente isso MSM… Jogo muito menos hj e nem de noite consigo jogar mais por causa do cansaço… Porém participar do crescimento do meu filho como um pai presente sempre disponível não tem preço… E os q não tem filhos não conseguem entender… E pra terminar tudo é uma fase mas a próxima é sempre mais difícil…

  4. Tenho uma menina. É por aí mesmo. Jogos como Evil Within ou até mesmo CoD ou BF, não da pra jogar com ela por perto. Jogos longos é outro ponto: se vai joga-los prepare-se para jogar por longos meses em doses homeopáticas.
    Hoje so jogo quando ela nao quer brincar comigo ou não me chama, ou quando está dormindo. Fora isso, ela é, e sempre será, prioridade.
    Jogatina de 2hs? Algo muito raro atualmente. Não que eu esteja reclamando. 🙂

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