Diablo III chegou nos consoles com 2 vantagens essenciais que fizeram uma enorme diferença: a possibilidade de jogar offline e sem a conexão constante e a jogabilidade com joystick, deixando a movimentação mais fácil, mais natural e mais visceral. Com a versão “Ultimate Evil Edition”, contendo a expansão Reaper of Souls, a Blizzard efetuou diversas melhorias, mas teve de criar um game “separado” da versão normal, por conta dela ter removido alguns elementos do jogo (como a questão dos níveis de dificuldade da versão clássica), ter mudado a itemização e a nova escala de níveis de dificuldade.
Quer um game para console que pode se tornar infinito? A versão Ultimate Evil Edition veio com diversas melhorias capazes de deixar o fator replay altíssimo, com ele ficando melhor se você tiver mais amigos de suas listas de amigos jogando. O RPG também consegue ser auto-suficiente à sua maneira, só que também tem alguns problemas básicos que podem acabar ferrando um pouco. Citarei tudo neste review, onde focarei mais as melhorias com relação ao original, que joguei anteriormente no PS3.
Ficha Técnica | |
Produção | Activision Blizzard |
Desenvolvimento | Blizzard |
Lançamento | 19/08/2014 (EUA/Brasil) |
Plataformas | PlayStation 4, PlayStation 3, Xbox One, Xbox 360, PC |
Classificação | 16 anos (Brasil) |
Gênero | RPG/Ação |
Descrição | Jogo RPG com visão isométrica, com o jogador impedindo o mal de caminhar sobre a Terra, em diversas fases enfrentando hordas de inimigos. |
Online | Sim. |
Música/Compositores | Derek Duke, Neal Acree, Jason Hayes |
Idiomas | Português (Dublagem e Legendas) |
Aquisição/Versão Testada | PlayStation 4, adquirida diretamente em uma Flash Sale da PSN Store brasileira. Valor: R$ 98 reais |
Progressão | Campanha completa com 1 personagem, incluindo o conteúdo de enredo da Reaper of Souls. 3 caçadas e algumas Fendas Nefalém completadas, a maioria em modo solo. Em torno de 30 horas até o momento de jogo no PS4. |
Um novo jogo. A Blizzard efetuou diversas mudanças para esta nova versão de Diablo III. Primeiro que ela eliminou as dificuldades iniciais, que forçavam a completar o jogo 4 vezes para chegar no nível 60 (como Normal, Pesadelo e Inferno), e agora ela mudou o sistema de levelling, podendo chegar ao nível 70 em apenas 1 progressão, dependendo da exploração dos cenários do jogador. Com isso, o sistema de dificuldade foi refeito, podendo mudar em tempo real (mas com algumas limitações de escolha de início) e mudando mais a defesa e HP dos inimigos, aumentando a chance de encontrar itens melhores nas dificuldades superiores.
Por ter jogado muito a versão de PS3, decidi não converter o meu save antigo (por conta de alguns problemas que me fizeram desanimar com o jogo) e iniciei uma progressão do zero, o que se tornou uma decisão acertada, adquirindo uma visão maior de jogo. Por ter percebido que a dificuldade normal estava ficando muito fácil, e de ter conseguido a primeira arma lendária, decidi aumentar a dificuldade para Perito, aumentando a velocidade para adquirir experiência com o personagem.
Com isso, no Ato 3 eu já tinha passado do nível 50 praticamente, e antes mesmo de terminar o Ato 4 (ainda com a progressão clássica de enredo) eu já estava no nível 66. Nesse meio tempo, alguns aspectos da expansão já estavam liberados, como o sistema de transmog (podendo alterar a aparência de itens do personagem) e descobrir alguns aspectos novos, como as gemas lendárias, poder mapear livremente as habilidades para cada botão do joystick (quando mais habilidades ficam disponíveis) a o novo sistema da Glória Nefalém, agora aparecendo a cada 10 inimigos mortos. Essa modificação incentiva a tentar “combar” sequências de inimigos, o que ajudou bastante para conseguir mais experiência, por conta do multiplicador de experiência dependendo da quantidade de inimigos mortos em uma sequência única.
Para a itemização do loot, o game veio com diversas melhorias, conseguindo trocar os equipamentos com alguma frequência, e com um leve aumento da drop de equipamentos lendários. Isso me ajudou a galgar mais facilmente os níveis de dificuldade, e depois que eu habilitei a dificuldade Suplício, praticamente me mantive nela, tendo um drop maior de equipamentos lendários e raros (mas nas dificuldades maiores ainda continuam com chance de dropar equipamentos lendários).
Já o conteúdo da expansão Reaper of Souls trouxe um novo Ato e a classe Cruzado, uma classe bem versátil e com opções de gameplay tanto melee, quanto a “média distância”, usando poder sagrado para destruir os inimigos. O Ato 5 tem duração relativamente média, junto com os recursos extras de “fator replay”: as Caçadas e as Fendas Nefalém.
As locações da expansão estão com uma direção de arte excepcional, com as ruelas estreitas da cidade de Hespéria e o seu visual noir/noturno, um pântano meio traiçoeiro, entre outras locações. Os cenários normais continuam sendo gerados randomicamente, e o jogo continua com o seu apelo de “explorar cada canto do mapa”, atrás daquela sequência de inimigos Elite e os raros/lendários que podem aparecer, tendo chance de conseguir um equipamento bacana para o seu personagem.
Ao completar a expansão, o jogo libera as Fendas Nefalém e o Modo Aventura, podendo iniciar as caçadas. Aqui o jogador poderá escolher uma locação específica e cumprir um objetivo específico na caçada, como limpar uma área ou matar um monstro mais poderoso, criando uma área randômica (mas com algumas regras específicas, similares aos mapas da progressão normal) e progredindo normalmente. Ao terminar a caçada, ele pode, se quiser, continuar com a progressão em outra área (mas não sei se em uma área seguinte pegaria outra caçada nova) ou voltar para o Acampamento. Ou mesmo entrar no mapa do jogo e ir para outra área que tenha uma caçada disponível.
Quanto as Fendas Nefalém, aqui entra outro Fator replay bem interessante. O jogador ativa uma Fenda e entra em uma locação gerada aleatoriamente, tendo de matar muitos inimigos até a barra de progressão encher, convocando o “Guardião da Fenda”, um inimigo mais poderoso e concede diversas recompensas, tendo chance de dropar algum equipamento lendário bacana. São 2 tipos de fendas; uma normal, podendo completar mais lentamente, e uma “Fenda Maior”, mais voltada para fazer com alguns amigos, por conta dela ter um timer, para que os jogadores terminem antes do tempo acabar.
Numa Fenda normal, também testei a progressão dela após ter matado o guardião, e em uma delas eu consegui alguns equipamentos lendários e fui jogando até o “último andar” da fenda, enfrentando muitas levas de inimigos. Dependendo da dificuldade, da classe e dos equipamentos do jogador, ele consegue ativar o Guardião já no segundo andar, e no meu teste eu cheguei até o andar 6, tendo apenas um obelisco para retornar ao Acampamento, não tendo mais inimigos para matar.
Mesmo que o jogador continue ou não, após ele matar o Guardião da Fenda, ele pode conversar com o NPC e “fechar a fenda”, abrindo outra fenda diferente logo em seguida. Ao fazer as fendas, ele ganha alguns estilhaços, que podem ser usados para “arriscar uma compra de equipamento” com um vendedor especial, tendo chance de conseguir um equipamento lendário bacana. Por ter feito diversas fendas via co-op com outros amigos da PSN, eu tinha quase 500 estilhaços, e fui gastando quase tudo para testar essa funcionalidade, conseguindo um escudo bacanudo e uma calça para a minha arcanista. Claro que a taxa de acerto aparenta ser bem baixa, mas sempre é bom arriscar e gastar um pouco essas moedas extras.
Diablo III: Reaper of Souls é tudo muito maneiro e bonito, mas o jogo não é perfeito. O jogo preservou o problema da “perda de progressão” de uma área quando eu decidi ativar um co-op com outro jogador sem terminar um capítulo direito. Por exemplo: em uma parte do Ato 5 eu matei um dos principais chefes do jogo, e não continuei, entrando em algumas partidas diferentes de co-op com diversas seções. Quando voltei, o jogo não tinha gravado essa progressão dos mapas, e tive de passar a área anterior novamente, até matar o chefe pela segunda vez.
Mas o maior problema mesmo aconteceu no Ato 4. Tinha deixado a partida aberta para co-op, na esperança de ter uma partida legal com jogadores desconhecidos (ou mesmo se um amigo entrasse), mas aí entrou um cara com 10 mil níveis de excelência, ele ficou implorando para colocar na dificuldade “Suplício X” (a última dificuldade do jogo), e por não conseguir fazer isso no menu rápido, eu simplesmente continuei a fase. Então, de uma hora pra outra saltei pro nível 70 e depois estava com mais de 320 níveis de excelência. Alguns minutos depois a minha conta estava com quase 579 de excelência.
Fui tentar colocar no Suplício X, vi que o outro jogador não iria voltar, e por conta de fazer outras coisas, decidi deixar quieto e parei a progressão naquele momento, voltando posteriormente e sem abrir a sala para co-op.
Conversando com alguns amigos sobre isso, eles comentaram que o jogador estava “cheateado”, e que ele pode ter estado com uma progressão com um hack/cheat. A minha sorte é que os níveis de excelência não influenciam tanto na progressão em dificuldades mais elevadas, já que, apesar do sistema adicionar pontos extras que podem ser distribuídos, deixando o personagem mais forte, os meus equipamentos não estavam tão poderosos, e pelo jogo nivelar a área de acordo com o personagem, então não tive os problemas dos itens overpower do PS3.
Aqui veio o problema clássico que assola diversos jogos com componentes de multiplayer. Por ter comprado o game 1 ano e meio após o lançamento das versões para consoles, não encontrava nenhum jogador fazendo uma progressão aberta, e apenas no Ato 4 que apareciam alguns jogadores, que entravam na partida e ficavam um pouco, até eles saírem depois. O co-op padrão do “Matar Monstros” ainda é meio quebrado, senti a falta de um matchmaking que poderia listar partidas abertas, e praticamente joguei boa parte do jogo sem aparecer ninguém.
E após essa treta dos níveis de excelência eu decidi fazer o conteúdo da expansão de maneira solo, para evitar de outro jogador similar aparecer novamente.
Até que encontrei alguns amigos da PSN que continuam jogando, mas estavam todos com nível 70, e para poder acessar certos conteúdos que eles faziam (como as Fendas Nefalém maiores) eu teria de terminar o Ato 5 e conseguir um item especial, o que desanimava um pouco para quem não tinha completado ainda a progressão normal.
Felizmente depois eu consegui arrumar algumas pedras angulares para acessar uma Fenda Maior, mas o jogo acaba falhando um pouco para definir a fenda ideal para o nível do personagem. Para uma fenda padrão não tem esse problema, tendo apenas o nivelamento de acordo com a dificuldade setada pelo jogador, mas se o jogador não prestar muita atenção, ele pode acabar setando uma Fenda bem maior do que o poder do jogador, gastando uma Pedra Angular e sem conseguir completar o desafio. Tive de sair forçadamente do jogo e torcer pra não ter salvado o jogo, e aí eu defini uma dificuldade mais baixa para poder solar uma sem grandes problemas.
Pela versão para consoles não ter o sistema de “Temporadas” da versão para PC (por conta do jogo poder funcionar offline) então a Blizzard ainda não tem previsão para que esse recurso seja implementado. O sistema incentiva o jogador a criar um novo personagem do zero, conseguindo recompensas exclusivas ao final da temporada (que dura 3 meses) e tem os rankings online. Outra questão é que nos consoles antigos (PS3 e Xbox 360) não tem a mesma quantidade de conteúdo, já que os patchs mais recentes, como o recente Cubo de Kanai, só foram disponibilizados no PC, PS4 e Xbox One.
Sobre o Cubo de Kanai, que foi adicionado recentemente ao jogo, se torna uma das ferramentas mais interessantes de end-game, onde o jogador pode equipar uma habilidade lendária (mas aí teria de ter alguns reagentes específicos para conseguir o poder da arma sem precisar estar equipada) e aprimorar um item raro, transformando ele em lendário e tendo chance de conseguir um equipamento ainda melhor, como as peças de conjunto, que são superiores aos equipamentos lendários básicos.
Diablo III: Reaper of Souls veio com diversas melhorias, sendo um dos melhores jogos que joguei até o momento no PlayStation 4. O conteúdo da expansão Reaper of Souls, as Fendas Nefalém e o recente Cubo de Kanai são conteúdos interessantes que adicionam muita diversão ao RPG. O game é bastante acessível e tem opções para todos os tipos de jogadores, desde o mais casual até o mais hardcore e dedicado, dependendo de suas progressões, do tempo que o jogador disponibilizar para o RPG e da sorte de conseguir itens lendários poderosos.
Lembrando que é mais recomendado adquirir na PSN Store brasileira ou no varejo nacional, por conta desta versão vir com a localização e dublagem oficial em português do Brasil. Diablo III: Reaper of Souls é altamente recomendado nesta nova geração de consoles e no PC!