Duas horas. Foi o tempo que um colega meu me mandou por MSN um link do UOL Jogos e o tempo que comecei a terminar este texto, já que neste exato momento estou no meu horário de almoço no serviço. E posso dizer que eu não vou mais conseguir trabalhar direito até o final do dia, já que nos links abaixo temos o maior acontecimento do ano na indústria de desenvolvimento de games do país:
- Ubisoft inaugura estúdio de produção de jogos no Brasil
- Saiba como se tornar um produtor de games no Brasil
- Entrevista: Bertrand Chaverot fala sobre a Ubisoft Brasil
- Jogos casuais tomam conta da indústria
Basicamente mostra com muitos detalhes um rumor que eu postei aqui no site há algumas semanas. E isso deve animar todos os leitores daqui do site e toda a comunidade nacional de desenvolvimento de jogos, já que a maioria das empresas são médias (tirando a Hoplon, que considero uma empresa grande). A gente já sabia que a área está em crescimento no país e ver a Ubisoft abrindo um estúdio no país é um incentivo altíssimo pra área.
O problema é que, ao me avaliar, sei que não tenho a menor chance de conseguir um emprego lá agora. Quem me conhece sabe que eu não estou mais brincando com desenvolvimento de jogos. Só de abrir o GamedevBR foi um passo importante, para que eu possa ir fazendo aqui o que eu fazia na UniDev, que é postar notícias, comentar sobre alguns assuntos, etc. E passei pra cá tudo de gamedev que eu fazia no meu blog. A Cindy disse que eu sou fanático por gamedev, o que é a mais pura verdade. Acho que nem ela sabe o quão viciado eu estou nesta área. Mas ainda não estou pronto pra almejar uma vaga numa empresa grande.
Durante 8 horas diárias eu fico trabalhando como programador de Visual Basic mexendo num sistema comercial. Quem tem o meu MSN sabe a ralação que eu passo diariamente e sabe que eu vivo estressado. Confesso que tenho um pavio curtíssimo e que não posso ficar de bobeira conversando com os outros e vendo outras coisas. E não gosto do que eu faço: fazer sistemas comerciais, apesar de ser mais fácil, é maçante, chato e o VB mesmo não ajuda em nada: posso dizer, sem medo, que é uma linguagem altamente limitada, não dá pra programar orientado a objetos nela (você pode simular isso, mas não é a mesma coisa) e o meu salário não ajuda muito.
Voltando ao gamedev, sei que hoje, mesmo com tudo que já vi na área, não tenho chance alguma de entrar numa empresa grande, já que me falta conhecimento focado na área e experiência. Não quer dizer que quem nunca trabalhou numa empresa de gamedev não tenha chance: quem já trabalhou conseguirá passar mais facilmente por testes e entrevistas nas empresas. Uma empresa grande sempre procura gente mais capacitada e com mais conhecimento. Ou quem tem um portfólio mais impressionante de arte digital.
Talvez com esta abertura da Ubisoft no país seja o começo da migração de empresas internacionais no Brasil. Por causa de impostos o Governo acaba com a área, tirando as oportunidades das empresas poderem vir no país. Isso também acaba com os jogadores, pagando preços absurdos nos jogos eletrônicos. Depois eles reclamam que a gente compra games piratas, mas fica difícil pagar mais de 200 reais num jogo sendo que praticamente metade do valor dele é imposto. Não quer dizer que eu não goste dos importos, mas bem que poderia diminuir bem esse tanto de taxa tributária.
Sei que existem avanços na questão dos impostos, mas ainda assim são tão insignificantes que a gente perde a esperança de ver a área melhor do que ela já é hoje. Muitos brasileiros vão pra fora e conseguem fazer as coisas. Quem não pode acaba ralando mais. Acredito que com a vinda da Ubisoft ao Brasil
Como um comentarista da indústria, só posso desejar boa sorte à filial nacional e boa sorte a todos que conseguiram entrar nela. E para quem está estudando, isso vai acabar animando o pessoal a estudar cada vez mais. Eu já animei, mesmo sabendo que vou demorar para entrar na área. Pelo menos eu tenho um foco e vou tentar seguí-lo, para ver se em 2 anos eu esteja numa empresa média pra conseguir experiência e poder me divertir pra valer no trabalho. Afinal: unir trabalho com diversão é uma das coisas que a maioria almeja e com certeza todos aqui querem mexer com gamedev.

Atualmente como desenvolvedor de software backend, mas já foi jornalista e editor de conteúdos por mais de 10 anos, trabalhando também em portais importantes como o START UOL, Card na Manga e A Pá Ladina, além de outros sites de esports e MMOs. Hoje cobre com especialidade jogos como Fortnite, World of Warcraft, souls-likes, animes, games, cultura pop e é fã de cosplays!