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A questão da concentração no emprego e de gostar do que faz

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Recentemente, tive a confirmação de um defeito meu que nunca ninguém tinha me falado com tanta clareza assim, e isso virou um texto onde falarei sobre o mercado de trabalho e alguma coisa sobre gamedev (tem outros textos planejados na minha mente. E lembrando: não sou nenhum especialista). O defeito é: eu sofro de déficit de concentração.
Na faculdade, uma das coisas que eu não conseguia fazer é prestar muita atenção na aula. Se ela está bem interessante, acabo prestando mais atenção e acabo absorvendo a informação com mais eficácia. Mas se ela é maçante, não adianta: qualquer um vai se desconcentrar.
No meu emprego é a mesma coisa: como eu não gosto mais do que eu faço (sou programador de sistemas comerciais, tipo controle e movimentação de estoque, impressão de notas fiscais, etc), eu não consigo dar o melhor de mim no trabalho. Antigamente eu achava a programação tudo de bom (e só tirava notas altas nas disciplinas), mas hoje não. Acho maçante um sistema comercial, acho maçante ficar o dia inteiro. Tenho dó dos usuários de sistemas comerciais, que ficam só na mesma tela. Devem viver estressados por não fazer algo diferente, mas também eles não precisam pensar muito.
Acho maçante ter de ficar mexendo na mesma coisa também.
Hoje vi que tenho criatividade. Gosto de criar coisas novas, e na área de desenvolvimento de jogos isso pode ser um diferencial. Fora que estou aprendendo a desenhar, e vi que tenho jeito pra coisa. Voltemos ao lance da concentração.
No meu primeiro emprego era só eu de funcionário. Meus chefes (dois sócios, e são duas das melhores pessoas que conheci) nunca ficavam na empresa, e me passavam a tarefa. Aì eu executava e entregava. Mas durante este tempo eu e qualquer pessoa acaba se desconcentrando, quando o telefone toca, ou mesmo algum cliente visita a empresa ou o carteiro/porteiro de um edifício entrega as correspondências do dia.
Estamos falando da programação, que considero hoje uma das áreas mais crueis da informática. Aqui a gente tem de resolver um problema num sistema ou mesmo criar algo que o cliente pede.
E como dependendo do sistema a situação fica mais difícil (o lance da manutenção de código), aí eu me estresso. Quem tem meu MSN sabe que eu sou muito estressado (e que não posso conversar durante o dia, por questões óbvias. Mas deixo ele aberto, por precisar do MSN). O dia inteiro mexendo com programação. Oito horas diárias. Eu preciso me desconcentrar um pouco, porquê senão posso perder uma das coisas mais importantes que tenho: a sanidade mental.
Acredite: acho que se eu não tivesse algo que me fizesse feliz (como este blog e postar no Meiobit, as revistas que eu compro, a família, amizade, etc) eu teria ficado louco. Aqui eu gosto do que eu faço, mesmo eu não tendo muito retorno financeiro.
Quando a gente faz o que gosta, a gente acaba sendo mais produtivo naquela atividade. Isso é fato! Se você não gosta, passa o dia inteiro infeliz, pensando no final do expediente (fora que o salário não ajuda). E ainda assim, nas horas vagas o tempo acelera, e no emprego que você não gosta o tempo conspira contra você. Não vejo a hora de começar a fazer o que eu realmente gosto, para conseguir ter alguma felicidade, que é privilégio para poucos.
Se for com programação, que seja de jogos ou usando uma linguagem de verdade, como Java (que gosto muito). Se não for com programação, tanto faz a área, desde que esteja numa equipe de desenvolvimento de jogos. Como gosto de criar, a possibilidade de criar coisas novas e interessantes aumenta.
Fora isso, quando eu me desconcentro, é que vem as melhores idéias. Você, que gosta de criar histórias, pode acabar escapando algumas vezes por dia da tua atividade para descansar a mente. Aí a tua mente viaja, e com isso vem aquela idéia de uma personagem sexy ou mesmo aquele chefe que pode ser interessante colocar naquela fase. Ou mesmo o esboço de um desenho, para ele trabalhar depois. É nessas horas que é bom ter papel e caneta do lado, pois assim você pode anotar e tentar trabalhar na idéia, antes que você esqueça.
Não considero isso um defeito da minha parte. Muitas pessoas tem algum defeito, e isso é comum. Mas pode se tornar um incômodo em algumas áreas onde você precisa mesmo de concentração (dirigindo, controlando uma máquina perigosa, etc), mas aí nessas áreas a pessoa pode conseguir se concentrar melhor e conseguir trabalhar. Mas numa sala com várias pessoal onde o telefone toca direto ou mesmo de vez em quando o povo conversa por vários motivos, fica difícil. Aí ligo o meu celular com MP3 e tento me concentrar, escutando a música para distrair e fazendo o que eu faço, esperando chegar a hora de ir embora, se eu não gostar do que eu faço.
E por incrível que pareça, consegui me concentrar neste texto!

Marcações:

7 comentários em “A questão da concentração no emprego e de gostar do que faz”

  1. Eu devo funcionar ao contrario. Se começo a jogar algo, então meu foco vai ser só o jogo, deixando outras tarefas de lado. Se eu começo a estudar webdesign, fico nisso o tempo todo deixando todo o resto em segundo plano, e assim por diante.
    Tenho que aprender a separar melhor minhas tarefas o.o

  2. Fala Rodrigo,
    na verdade isso não tem nada de proeucpante e fique tranquilo não é déficit de concentração, eu estudei a filosofia da comunicação, e o que eu aprendi é que ninguém se interessa em aprender algo que não gosta ou que não sabe do que se trata, aí que fica a parte difícil, se vc está aprendendo, vc não sabe do que se trata.
    Então como é que aprendemos as coisas? Por associação, um professor, tem que passar a mensagem chata de uma forma que a linguagem seja parecida ou igual com algo que já conhecemos, assim, isso instiga a nossa concentração, e ele começa a injetar as informações aos poucos e por aí vai.
    E a mesma coisa acontece quando estamos trabalhando, se trabalhamos em algo que não nos da prazer, ou que a “mensagem é chata” não temos a mínima vontade de continuar fazendo o que estamos fazendo, a não ser que exista algum desafio.
    Abração
    Guilherme
    http://www.ingameaddiction.com

  3. Eu sou dispersivo mesmo fazendo o que gosto. Fazendo o que não gosto eu simplesmente enrolo.
    Eu sei como você se sente. Uma vez caiu na minha mão a PIOR coisa possível: Migração de base de dados de folha de pagamento. Sendo que as DUAS empresas contratadas podiam perfeitamente cuidar disso. Foi um inferno, um saco, um porre.
    O negócio é entrar no TI Master e começar a catar alternativas, senão sua vida fica uma droga. Acordar cedo pra ir trabalhar onde não se está feliz é terrível.

  4. Eu ia dizer algo parecido com o que o Guilherme disse, ou melhor, ia ser mais sucinta xD Isso que vc falou não é déficit de atenção em lugar nenhum :p

  5. Eu trabalho com o que gosto e tenho de fato déficit de atenção e resolvi isso de uma maneira bem simples: fones de ouvido, MSN e netvibes fechados. Deixo aberto só o cliente de e-mail e pronto.
    Na faculdade eu costumava me dispersar bastante mesmo gostando da matéria e descobri que o motivo era eu sentar no meio da sala e ficava perdendo atenção sempre que alguém conversava ou algo se movia, passei a sentar na primeira cadeira e a concentração foi possível!
    Como a Cindy falou, no seu caso não é déficit de atenção e sim insatisfação!
    Já pensou em tirar 2 horinhas do expediente pra estudar AS3 e começar a praticar as idéias que você tem no flash? Além disso no Flash você não terá dificuldade em desenhar, uma vez se acostumando com o esquema de brushes e da bezier dele! Acho que seria uma boa para você conhecer uma nova linguagem e começar a desenvolver uns joguinhos!

  6. Nossa fone de ouvido é uma boa mesmo, quando eu trabalhava com redação publicitária, colocava os fones e esquecia do mundo e era quando o meu trabalho mais rendia. O foda é que tem algumas empresas que não permitem.

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